domingo, 31 de outubro de 2021

NÓS NO PERCURSO desate os seus / NI NODOJ DUM TRAIRO eksplodigu la viajn


NÓS NO PERCURSO: desate os seus

    Conflitos se avolumavam. Éramos inimigos fractais. Nós no percurso criamos e desatamos nós.

    -- Segura as pontas!

    Unimos algumas, criamos laços. Quem nos via assim mal sabia de nós, embaraços, emaranhados. Quem se unia a nós revia percursos, criava laços, unia traços, ressurgia no amor, retomava confiança, dava linha aos sonhos e nas asas do sentido recriava convivências. Nós no percurso reatávamos laços com os nós e o Si-mesmo em cada um. Agora amigos fractais, adivinhávamos sinergias no novo navegar. Preciso. Mais precisos, mais vagar trazíamos ao viver. Navegar é preciso, tanta correria não!

    Paisagens nós mesmos criávamos na criação do percurso de nós cegos a nós na fita. Enfim, holos e elos cultivávamos.

    Que venham a nós os nós cegos de inimigos fractais. Nós desatamos. Nós no percurso sabemos: o percurso somos nós!


NI NODOJ DUM TRAIRO: eksplodigu la viajn

    Konfliktoj volumiĝis. Estis ni fraktaj malamikoj. Ni dum trairado kreas kaj eksplodigas nodojn.

    -- Prenu malfacilaĵojn!

    Kelkajn ni kunligas, maŝojn ni kreas. Kiuj tiel vidis nin apenaŭ sciis pri ni, niaj nodoj, embarasoj, konsterniĝoj. Kiuj al ni kuniĝis rekonsideris trairadojn, kreis maŝojn, kunligis tajtojn, reekaperis ame, reprenis konfidon, nutris sonĝojn, revojn kaj tra senco-flugiloj rekreis kunvivadojn. Ni dum trairado religis maŝojn kun ni kaj tiu Si-mem en ĉiu ni. Nun fraktaj amikoj, sinergion ni divenis dum nova navigado. Necesa. Preciza. Despli pli precizaj, pli malrapide vagadis dum nia vivo. Navigi necesas, tioma kurado ne!

    Pejzaĝojn ni mem kreis dum traira kreado de ni mem, trairon ni kreis: trairo de ni el neelnodigebla nodo al ni sukcesuloj. Alivorte, holoson kaj ĉenerojn ni kulturadis.

    Venu al ni la neelnodigeblaj nodoj de fraktaj malamikoj. Nodojn ni elnodigas. Ni dum trairado scias: la trairado ni estas!


terça-feira, 26 de outubro de 2021

NO PROCESSO, LIBERDADE/ DUM PROCESO, LIBERECO

 

NO PROCESSO, LIBERDADE

não sabe bem como é?

rola muita sedução jogo do acasalamento

sob as penas do pavão cauda aberta multicor

boa parte é... só lamento!

se daí virar amor saberemos quem tu és

rola verdade além da cor: não só penas, pernas, pés

luz e sombra nos consistem – sombra seja o que não és

integre-se o lado triste: além das penas cores dores

o pavão tem penas pernas pés

        com medo? sacode que você pode!

        vai com tudo vai com fé!

 

DUM PROCESO, LIBERECO

ĉu scias vi kiel oni amoras?

ruliĝas troa delogo dum ĉiu pariĝoludo

malantaŭ ĉiu pavoplumo jenas malferm’ buntvosta

plejparto tamen... nur lamento!

se tio iĝos iel am’ kiu vi estas ekaperos

vero trans koloro venos: ne nur plumar’ gamboj piedoj

lum’ plus ombro nin konsistas – ombro kiu vi ne estas

integriĝu flanko trista krom ĉagren’ kolor’ dolor’

plumo gambo piedo tion pavo havas

        ĉu timo? forskuiĝi vi povas!

        iru funden iru fide!


domingo, 24 de outubro de 2021

POBRE POESIA SOBRE

 


POBRE POESIA SOBRE

sobrenada no poema

filosofia bem pobre

sobre nada a Poesia

pobre função nada nobre


cobre que ouro encobre

chumbo que ouro inunda

poema de rima pobre

poesia nada profunda


poema nem nada afunda

se afoga mesmo no raso

acaso poesia sobre

só sobra - e não vem ao caso


(se subida ou se descida

leitor leitora decida

seja sua a entonação

e sua a pontuação

? ; . ! ? !? , ! ... , : ?!

, . ; : ... ? , ! (! : ? )




Ĉu POVRA PRIA POEZIO aŭ ĉu POVRA POEZIO RESTAS?

Estimata legantaro,

        Se vi emas al traduko, versio, rekreado, demando staras: ĉu tia tasko eblas?

           Certe pro via sperto kaj talento pli facile vi trovos tion al mi kaŝita. Tradukistojn la titolo mem defias. Ekzemple, portugale, ĉu antaŭa, ĉu posta, adjektivo versosencon tute ŝanĝas. Ĉu verbo (povra poezio priapovra poezio restu)? Ĉu preposicio (poezio pri... io)? 

         Sciite estas, ke tiaj fenomenoj, kiaj klasoŝanĝoj, ŝercetoj, vortoludoj (só sobra/ soçobrasobrenada/ sobre nada) esperante ŝajne iĝas netradukeblaj, sed eble ili estu ja... rekreeblaj. 

            Resume: Kiamaniere tiuj tri portugalaj strofoj estus aperintaj en Esperanto sub via plumo?

       Ek do al la tasko! Proponojn sendu al tiu readreso: pnascentes@gmail.com 

            Kontentigaj kunlaboroj rajtos aperi ĉi tie, kun via nomo menciita kaj multaj multaj dankoj de tiu blogo, nome PAPOSNASCENTES. Dankon de nun! 




domingo, 17 de outubro de 2021

PSORA CHORA ORA/ PSORA’ PLORAS

 



PSORA CHORA ORA 

psora me atravessa psora me enamora

que psora é essa? namoro maroto apavora?

escreva: e na ponta do lápis sinta essa angústia fluir

no canal o fluxo fácil – água sabe aonde ir

 

água sabe declive que a leva da Fonte ao mar:

sei caminhos onde estive

mesmo nos que desconheço sei aonde vou chegar!

um saber que sempre tive sei de ontem e sei de agora

se em bordas me contive bordas bordo cor aflora

 

mas a ilusão do caminho me faz supor caminhante

sou água lá no meu ninho e meu ninho é minha Fonte:

partida viagem destino coexistem no fluir e no agora

sou o terreno cujo declive dissolvo e filtro a psora

 

essa coceira sem porquê e sem pra quê

não é da Fonte nela fica aquilo que não se vê?

nunca deixo de ser Fonte mesmo se água de bica!

se saio pela torneira então me explica me explica:

onde a psora a coceira? Eu Sou na Fonte e estou na bica

 

da bica passo pras bocas sedentas de ásperas sendas

mesmo as sendas sendo loucas

sou água e paz nas contendas fluxo a fluir mais e mais:

Fonte e fluxo sou no agora sou na Paz!

 

PSORA’ PLORAS

psora’ min trapaŝas, psora’ allogas min,

kiu psora’ estas tiu? ĉu terurigas amindum’?

verku: el la krajona pinto sentu flui tiu angor’

tra kanal’ facila flukso – akvo scias iri for

 

akvo scias pri l’ kondukanta deklivo de Fonto ĝis mar’:

vojojn de mi trairintajn jam de longe konas mi

eĉ se per diskonataj kien alveni scias mi!

sciaĵon sciatan de ĉiam de hieraŭ de nun

se rande mi min detenis randojn brodas (florkolor’)

 

ve, miaj voj-iluzioj supozigis min voj-iranto

akvo jen mi ekde nesto – mia nest’ jen mia Fonto:

foriro vojaĝo destino kunestas en flu’ kaj en nun’

mi grundo kies deklivon psore mi solvas filtras

 

tiu juko sen kialo sen kielo

ne enas el Fonto en ĝi restas tio ĉu ne vidata?

neniam mi lasas esti Fonto eĉ se de akvo-tubo!

se per krano eliras mi do min diru klarigu:

kie psora’ kaj juko? Mi Estas en Fonto enkrane estante

 

de krano al buĉoj mi iras soifanta el akraj padoj

eĉ se padoj frenezas mi estas akvo kaj pac’

en bataloj flukso pli kaj pli fluanta:

Fonto kaj flukso Mi Estas en nun’ kaj Pac’!


segunda-feira, 4 de outubro de 2021

RESPIRAR O AGORA?/ ĈU SPIRI LA NUNON?

 


RESPIRAR O AGORA?

        Brederodes, apesar desse duro nome, nada tinha a ver com Herodes, infanticida no Império Romano. Então, relaxou o corpo, fechou os olhos, imaginou serviçais do palácio chegando e, num delírio onírico, convidou o povo: “Vamos experimentar o agora?”

        Tremendo e com um fiapo de voz perguntou um dos servos: “Como é experimentar o agora, Majestade Imperial?”  

            Já sonolento, Brederodes falou meio automático:

         “Exale todo o ar dos pulmões. Lentamente. Confie. Faça isto três vezes”.

          Nas três vezes todos constataram em silêncio: Uau! É mesmo, o ar novo penetra meus pulmões! Sinto abundância e plenitude. Vou ficar assim um pouco. Só me observando, sem mudar nada. Como sinto meu corpo com essa respiração?

        Brederodes prosseguiu, como se falasse com seus botões, que nem sequer existiam na túnica que usava:

       “Mais uma vez solto todo o ar dos pulmões, e todo o apego mental vai sumindo, sumindo. Então, exalo profundamente. Confiança e alegria deixo ficar. Discreto sorriso de gratidão deixo ficar. A confiança fica. Afinal, o ar se renova sempre, chega sempre e traz o novo sempre. A alegria chega e fica. A alegria é o Espírito em mim. Deixo a inspiração entrar pelo nariz, simplesmente acolho a inspiração. Acolho e agradeço, pois a inspiração não é minha. A vida, sim, é que respira em mim. Ela me inspira e se manifesta no que vai sendo criado a cada momento no meu jeito de viver”.

           E ele entrou em recordações antigas:

       “Quando éramos criança, a turma tinha aquela brincadeira de repetir e repetir várias vezes. Saboreávamos o som de cada palavra nova. E elas encontravam o caminho do acontecer”.

         Se lembrou que se a escolha tinha poesia, beleza, magia a coisa repetida acontecia mesmo! E o bando de crianças repetia cantando: “pirulito que bate bate, pirulito que já bateu...” E não é que vinham até mesmo outros doces de quebra!? Repetíamos em uníssono: “ciranda cirandinha vamos todos cirandar/ vamos dar a meia volta/ volta e meia vamos dar!” E a vida era uma dança, com as crianças vivendo alegria e plenitude. Assim, havia confiança na criatividade que jorrava, jorrava como gotas de luz e cores.

E assim escolho repetir pela primeira vez: “Eu Sou a ressureição e a vida!” (e observo o efeito de cada palavra no meu corpo, o silêncio mais e mais profundo).

       Repito pela segunda vez: “Eu Sou a ressurreição e a vida!” (silencio e sinto o corpo agradecido, percebo as células a se renovarem, percebo em cada célula como se houvesse uma enorme alegria).

        Pela terceira vez: “Eu Sou a ressureição e a vida!” (sinto agora no meu coração, que é o coração de todos, a Totalidade).

        Pela quarta vez: “Eu Sou a ressureição e a vida!” (sinto que Eu Sou essa Totalidade. Eu Sou dentro e fora de mim).

        Pela quinta vez: “Eu Sou a ressureição e a vida!” (sinto uma emoção oceânica. Sinto que Eu Sou Aquele que sente tudo vibrando. E no grande silêncio, apenas sou testemunha d' Aquilo que é).

          Pela sexta vez: “Eu Sou a ressureição e a vida!” (A vida é em mim. Eu Sou a Vida n’Aquele que é...).

       Pela sétima e última vez: “Eu Sou a ressureição e a vida! (só o Silêncio reverbera, reverbera, reverbera... Nessa dimensão de Aqui e Agora, além de qualquer palavra, além de qualquer conceito, além da Forma, o Silêncio é. Eu Sou o Silêncio divino e criador!).

 

************** 

ĈU SPIRI LA NUNON?

           Brederodes, malgraŭ tiu dura nomo, neniel rilatiĝas al Herodo, infan-mortiginto en Romia Imperio. Do li korpe malstreĉiĝis, fermis la okulojn, imagis palacajn servulojn alvenante kaj, kvazaŭ en onira deliro, invitis la ĉeestantaron: “Ĉu ni travivu la nunon?”

            Tremante, malfortvoĉe, demandis servo: “Kiamaniere oni travivas la nunon, Imperia Majesto?” 

           Dormema, Brederodes iom aŭtomate diris:

              Elspiru la tutan aeron el pulmoj. Lante. Fidu min. Faru tion tri fojojn”.

          Tri foje ĉiu konstatis silente: Uaŭ! Jes ja, nova aero penetras miajn pulmojn! Mi sentas abundon kaj plenecon. Mi restos tiel iom da tempo. Mi nur observos min, sen ajna ŝanĝo. Kiamaniere mi sentas la korpon post tiu spirado?    

                 Brederodes daŭris, kvazaŭ li parolu al siaj butonoj, kiuj eĉ ne ekzistis sur la tuniko, kiun li uzis:

               “Unu foje plu, mi ellasas ĉiun aeron el pulmoj, kaj ĉiu mensa alligo foriras. Do mi funde elspiras. Konfidon kaj ĝojon mi permesas resti. Diskretan rideton dankeman mi permesas resti. Konfido restas, ĉar aero renoviĝas ĉiam, alvenas ĉiam kaj portas ion novan ĉiam. Ĝojo alvenas kaj restas: ĝojo estas Spirito ĉe mi. Komforte, mi permesas la inspir-eniron tra mia nazo, simple mi akceptas la inspiron. Mi akceptas kaj dankas, ĉar la inspiro ne estas mia. Vivo, jes, estas tio, kiu spiras tra mi. Ĝi min inspiras kaj sin manifestas en tio, kio ĉiumomente kreiĝas per mia vivmaniero”.

                   Li eniris en antikvajn memoraĵojn:

              “Kiam ni estis infanoj, estis tia ludaĵo ripeti kaj ripeti multfoje. Ni gustumadis la sonon de ĉiuj novaj vortoj. Ili trovadis la okazo-vojon”.

                 Li memoris tion, ke se en la elekto estis poezio, beleco, magio, la afero ja okazis! Kaj la infangrupo kante ripetis: “stango-bombono, kiu batas batas, stang-bombono, kiu jam batis...” Ĉu eĉ ne venis aliaj pliaj dolĉaĵoj!? Ni ripetis unuvoĉe: “rondodanco rondodanceto rondodancu ĉiuj ni/ doun-turnon donu ni/ turnon-kaj-duono donos ni!” Kaj la vivo estis danco kune kun najbaraj infanoj, ĝoje kaj plene. Tiel, ni fidis je kreivo, kiu spruĉis, kvazaŭ lumgutoj kaj koloroj. 

            Mi elektas diri unuafoje: “Mi Estas transvivo kaj vivo!”  (kaj mi observas la efikon miakorpe de ĉiu vorto. Jen silento pli kaj pli profunda).

           Duafoje mi asertas: “Mi Estas transvivo kaj vivo!” (mi silentas kaj sentas la korpon dankema, perceptas ĉel’-renovigon, kvazaŭ en ĉiu ĉelo estus grandega ĝojo).

             Triafoje: “Mi Estas transvivo kaj vivo!” (sentas mi nun, miakore, kiu estas ĉies koro, ian Tutaĵon).

               Kvarfoje: “Mi Estas transvivo kaj vivo!” (mi sentas, ke Mi Estas tiu Tutaĵo. Mi Estas ene kaj eskster mi).

              Kvine: “Mi Estas transvivo kaj vivo!” (mi sentas oceanan emocion. Mi sentas, ke Mi Estas Tiu, Kiu sentas, ke ĉio vibras. Kaj ene de granda silento, mi nur atestas Tiun, Kiu Estas...).

             Sesa fojon: “Mi Estas transvivo kaj vivo!” (Vivo estas ĉe mi. Mi Estas Vivo en Tiu, Kiu estas...).

              Sepa kaj lastfojon: Mi Estas transvivo kaj vivo!” (nur Silento rebrilas, rebrilas, rebrilas... En tiu dimensio de Ĉi-Tie-kaj-Nun, trans ajna vorto, trans ajna koncepto, trans l’ Formo, Silento estas. Mi Estas dia, kreiva Silento!).