terça-feira, 15 de novembro de 2016

LÁGRIMA SINCERA E CASTA / LARMO SINCERA ĈASTA

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Ô lágrima glacial desse novembro inquieto,
como fazes tobogã nas maçãs do rosto
da Poesia lenta e dengosa?
Como desces densa e doce sobre o poema
assustado e arredio?

Lírico, mas precavido, o eu lírico se comove
com a mancha no papel
impressa por essa lágrima chuva
de um novembro seco por Justiça
que se virá já tarda requentada fria

Chovem graves denúncias gordos salários
esbanjando privilégios
contra essa Justiça entre nós praticada?

Parece refletir no espelho susto
dos olhos da amada
essa suspeita sem jeito
deitada sobre agentes
do Direito esbugalhado e em frangalhos:
aos amigos quebra-galhos
aos desafetos surra de varas

Pelo alvoroço das ratazanas
parece chover de encharcar palácios
dos três poderes minúsculos e vorazes
na apresentação da conta ao povo
a conta dos desmandos de poderosos
a conta do desmancho de mecanismos
do investigar e punir
a conta do faz de conta que se legisla
executa e julga para a cidadania

Como secar a mancha no poema
sem desautorizar a lágrima
sincera e casta que a promoveu?

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Ho frosta larmo de tiu malkvieta novembro,
kiel glitas vi sur la vang-ostoj
de Poezio lanta kaj afektema?
Kiel densa dolĉa glitas vi sur la poemo
ektimiga kaj foriĝema?

Lirika, sed singarda, kortuŝa lirika mio 
pro surpapera makulo
printita de l’ pluvo de tiu larmo
novembra avida je Justico:
se venonta, malfruas revarmiga malvarma

Pluvas ĉu gravaj denuncoj diksalajraj
malŝparo privilegioj
kontraŭ tiu Justico ĉe ni praktikata?

Ŝajnas riflekti sur la ektimiga spegulo
de l’ amatina okuloj
tiu suspozo fuŝa
kuŝanta sur agentoj
de Juro ĉifona elorbigita:
por amikoj elturniĝoj
por kontraŭuloj frapego.

Laŭ la agitiĝo de rategaro
ŝajnas pluvego inundiga de palacoj
de l’ tri povoj minusklaj avidaj
prezentantaj al civitanar’ la fakturon
la fakturon de devioj de povuloj
la fakturon de nuligo de meĥanismoj
de investigado kaj puno
la fakturon de la mensogo: oni leĝofaras
ekzekutas kaj juĝas por la civitanar’

kiel sekigi la makulon sur la poemo
sen senrajtigi larmojn
sincerajn ĉastajn ĝin promociinta?

domingo, 13 de novembro de 2016

EGALRAJTA KOMUNIKADO / COMUNICAÇÃO IGUALITÁRIA

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Esperant’ demokratias
ĉiu civitan’ egalas
tra ĝi ja internacias:
lingvobaroj tuj disfalas

la mondo fine konstruas
interlingve novan ordon
la popolo gaje ĝuas:
Esperanto boras pordojn

tra la pordoj sentoj fluas
koroj tuj komunikiĝas
al homfratec’ kontribuas:
la homaro kunfratiĝas

kreiĝas per poezio
(finiĝas do mia kanto)
tempo jen de harmonio:
mirindaĵoj de Esperanto

silentas nun ĉi kantist’:
kial nu nin surprizigas
la tipa esperantist’?  


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Esperanto, democracia
todo cidadão é igual
- muro das línguas... à míngua -
se sente internacional

o mundo enfim não se furte
entre as nações nova ordem
cada povo alegre curte:
o Esperanto abrindo portas

por onde sentimentos fluem
corações se compreendem
fraternidade usufruem
humanos que já se entendem

vem vindo qual poesia
(fecho aqui este meu canto)
novo tempo de harmonia
– maravilhas do Esperanto

o cantor não mais insista:
por que tanto surpreende
o típico esperantista?  

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

ĈIVORTUME / NESTES TERMOS

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ĈIVORTUME
Nur nun’ estas ĉiame
cetero, pleniluzi’
mallumo elektodume
komploto arbeta soifa
libera surpada sopir’

Nur nun’ estas ĉiam unika
cetero, pieda enfikso
sur ĵelea firmeco:
en metafora malmunto
la ĵetado de sparkoj
prudenton rocion preferas
svingiĝo iel maldeca

Nur nun’ ĉiam inspiras nin
cetero, sekvo sindetena
forgesitaj elekto stelo
fraŭdo honestoŝajna
gantofrapo ribeleto
gazetara toga trompigo
el kien mi iros malscias, ĉu mi venis

Nur nuno ĉiamas – poemoj klavoj plumoj
povas seki povas lumi
persistemojn havas vivo
        - aprobo ja atendata!


NESTES TERMOS
Só agora é para sempre
o resto, minhocação
escuro no mei’ da escolha
conluio de arbusto e sede
anseio solto na trilha

Só agora é ímpar sempre
o resto, o fincar do pé
na firmeza da geleia:
no desmonte da metáfora
o arremesso de fagulhas
prefere prudência orvalho
indecente em seu gingado

Só agora inspira sempre
o resto, respingo preso
escolha esquecida estrela
fraude fingida de honesta
tapa de luva e motim
mão de gato – toga e mídia –
de onde vou não sei se vim.

Só agora é para sempre poemas teclas canetas
podem secar ou luzir
tem a vida persistências

        - espera deferimento!