O DENSO E O INCENSO
Paulo Nascentes
quando contactado,
o Princípio que
in-forma
a forma que
provisório habito
desvela - fragmento
- o infinito
que Eu Sou,
revela o denso e o
incenso
a pequenez do
imenso
a imensidão do micro.
quando religado,
o canto que expresso
é sinfonia do
universo
espelho que
atravesso
mesmo surfando a
superfície
profundidade do
simples no complexo
simplicidade do nexo
e do sentido.
quando integrado,
o Ser em mim se sabe
sendo
meu saber se alumbra
e cala
cada nota ressoa e
resvala
na ressonância de
outra nota e nota
que essa outra,
nascida do indiferenciado,
conhece o Campo
Zero, mas se sabe Um
e entoa o cântico
dos cânticos
onde repousa a
suspeita do nada
o eco reverbera: há
Um! há Um!
quando enamorado,
amante deslumbrado
ante o mistério radical
do ser amado
o Ser se refaz
perplexo: o seccionado, o sexo
o prenúncio da
Unidade:
o Dois se faz Um
e se revela: há Um! há Um!
a diversidade do
múltiplo
o disfarce do Um!
Unidade, o nome
secreto
para sempre
escondido
da simplicidade do
nexo
e do sentido.