terça-feira, 15 de abril de 2014

AIKIDUME III




SHIHO NAGE

meu pescoço teu golpe
pancada em viés
avanço e no giro
por eixo meus pés
teu equilíbrio retiro:
a queda
de um ébrio

- e enfim,
reequilíbrio e harmonia


SHIHO NAGE

mia kolo, via bato
oblikva frapo
antaŭeniro kaj turniĝo
kiel akson piedo
ŝtelita via ekvilibro:
falo ebria

- kaj fine,
reekvilibro harmonia

sexta-feira, 11 de abril de 2014

AIKIDUME II


https://www.youtube.com/watch?v=b8lRUf6oTB0

KOTEGAESHI

e o soco no ventre
toca o vazio
que meu rodopio
arisco oferece
teu punho sobe
teu corpo desce
teu braço leve
torção conhece
     - nos corações a paz renasce

KOTEGAESHI

ventra pugnobato
la malplenon tuŝas
dors-kurbigo sabla
al vi donacata: 
via pugno supren
via korpo falas
viabrake spertata tordeto

     - niakore paco revenas

domingo, 6 de abril de 2014

AIKIDUME I


TENCHI NAGE
prendeste a mão oferecida
mal a tocaste
teu voo contorcido
flor despida da haste
jaz no chão incerta

     - vida essa mão aberta!


TENCHI NAGE
mano ofertita
apenaŭ tuŝe arestita 
jen via flug’ tordata
nuda floro senstanga
surplanke vi, kuŝfalinta

     - malfermmane jenas vivo!


terça-feira, 1 de abril de 2014



1º DE ABRIL QUE NADA!
Era talvez 31 de março, período letivo debutando. O ano 69, L'Année Érotique para alguns de nós, de chumbo grosso para tantos. O tempo seguia cinzento, as águas turvas, o sol da liberdade em raios fúlgidos, desde 68, acuado, não ousava brilhar... Pesadas e autoritárias, botas militares rondavam a cavalo a Faculdade de Educação da UEG, hoje UERJ, então ali na Haddock Lobo, Tijuca, Rio. Só me lembro muito vagamente que no Diretório Acadêmico – entre tabuleiros de xadrez, sinuquinha, Pasquim, bossa nova, um-cantinho-um-violão, namoros, cinzeiros, palavras de ordem – Lennon insistia no toca-disco: você pode dizer que sou um sonhador, mas não sou o único. Veja só! Imagine a surpresa estudantil, já cabreira com tantos professores ficando gripados, ao ver a sala do DA amanhecer emparedada, inacessível como uma atriz roliudiana! Ainda assim, no nosso imaginário acadêmico, insistia a esperança de que um soco na parede de isopor nos devolvesse nosso cantinho, um violão. Frustrado, morria o grito na garganta: - Primeiro de abril! Primeiro de abril!

NENIEL LA 1-A DE APRILO!

Eble la 31an de marto, debuto de la lernperiodo. La jaro 69, L'Année Érotique por kelkaj el ni, dikplumba por tiom aliaj. Griza pasadis la tempo, malklaraj kaj malkleraj la akvoj, dum Suno de Libero, kun plej varma bril’, ekde 68, senelirinta, brili ne aŭdacis... Pezaj kaj trud-volemaj, militbotoj surĉevale rondiradis la Edukan Fakultaton de UEG, nuna UERJ, tiam tie en la strato Haddock Lobo, Tijuca, Rio. Eĉ mi memoras tre malprecize, ke en la Akademia Direktorio – meze al ŝak-tabuloj, bilardejo, Pasquim, bosanovo, kanzoneto-kaj-gitar, amindumoj, cindrujoj, frapfrazoj – Lennon insistis, el la disk-ludilo: you may say, I’m a dreamer, but I’m not the only one. Vidu bone! Imagu la studentaran surprizon, jam sagacaj pro tiom da gripigitaj profesoroj, kiam ni vidis la salonon de tiu Akademia Direktorio fermite vekiĝinta, nealirebla kiel holivuda aktorino! Malgraŭ tio, je nia akademia imagemo, insistis la espero, ke punbato sur la muro el poliestireno nin redonus nian kanzoneto-kaj-gitaro-n. Frustrita tamen, mortis engorĝe la krio: - La unuan de aprilo! La unuan de aprilo!