quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

PERSONA A SI MESMO/ PERSONO AL SI MEM


Resultado de imagem para self

sempre que máscara
a cobrança mais cara
mais cara a tapa

quanto mais cara
mais sombra sou
mais sombra faço?

superfície da máscara
do Si mesmo fugindo
quem fingindo?

quem foge do Si mesmo
finge ou esfinge?

mais que soul
Eu sou!

***********

ĉiam se masko
la pago pli kara
pli da vangofrapo

kiom pli kara
ĉu mi pli ombra
pli ombrofara?

masko surfaca
el Si mem forfuĝe
kiu verŝajnas?

kiu el Si mem forfuĝas
ĉu ŝajnigo ĉu sfinkso?
     pli ol anim'
     Memo Mi mem!

  

PE DA LETRA/ LAŬLITERE


Resultado de imagem para SAXOFONE

amante da felação
caiu de boca
no saxofone alto

melodia louca
voz rouca
     em oração? 

   ************************************

   midzamanto 
   saksofonon altan
   enbuŝiganta

   melodi' freneza
   voĉo raŭka
        ĉu preĝe?

           

domingo, 23 de dezembro de 2018

AQUAMAN: HERÓI EM BUSCA DE SI MESMO

Resultado de imagem para filme aquaman

AQUAMAN, O FILME
O faturamento ultrapassa trezentos e quarenta e seis milhões de dólares americanos nas bilheterias internacionais. Faz enorme sucesso o grandioso filme Aquaman, que permite muitas leituras. A primorosa tecnologia 3D nos revela as camadas do Fosso, nosso Fosso interior, desconfortável de ser visto pelo Ego. Particularmente, me toca o sem-número de elementos da psicologia analítica de Carl Gustav Jung. Destaque para a saga do herói, o processo de individuação, a jornada em busca de Si mesmo, de tornar-se o rei todo-poderoso, que em essência já se é. Típico, o nascimento do pequeno Arthur (Jason Momoa), filho do faroleiro Thomas (Temuera Morrisoncom a rainha Atlanna (Nicole Kidmanda mítica, legendária, perdida Atlântida. Imerso no Si mesmo, nosso caminho para o Mar do inconsciente vai da superfície consciente diminuta para a Totalidade oceânica. Lá os mundos interno e externo, consciente e inconsciente, sempre estiveram unidos. Da criança Arthur vai emergindo o poderoso Aquaman no processo mesmo da busca do reino atlante, locus ancestralDesnecessário lembrar que não se trata do poder egoico, mas do poder autoral do Ser que Eu Sou, o Imanifesto no manifestado. Nesse caso, estar manifestado é estar com as mãos na Festa, nas Boas Festas, reconciliado com Ressurreição e Morte, a Vida infinita do Ser. Quais os outros conceitos junguianos presentes na riqueza do roteiro, na mestria da direção de James Wan?

Dois mundos aparentemente separados vivem um conflito insolúvel, o da terra, das águas superficiais e o do profundo, insondável Oceano. Em nós, o Oceano é maiúsculo, povoado de seres abissais e complexos. Eis a bela metáfora da nossa psique. Para Jung, além do inconsciente pessoal, existe também o inconsciente coletivo. Ele nos integra e constitui, sendo a morada de aspectos reprimidos, não aceitos pelo consciente, mas também de energias psíquicas fracas, incapazes de transpor o limiar da consciência. Forças arquetípicas, figuras mitológicas, estranhos monstros residem em algum lugar em nossa mente e constituem os complexos, dotados de autonomia. Por vezes somos por eles tomados. E nos desconhecemos. Esse que assim agiu não sou eu! 

O elenco conta com Jason Momoa (Aquaman), Amber Heard (Mera), Nicole Kidman (Rainha Atlanna), Patrick Wilson (Orm), Willem Defoe (Nuids Vulko) e Dolph Lundgren (Rei Nereus). Chama a atenção a cena descrita e analisada por um dos críticos:

"Depois de ser derrotado por Aquaman na Sicília, Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II) desperta ferido em uma espécie de laboratório/oficina. Lá encontra o Dr. Stephen Shin (Randall Park) investigando sua armadura feita com tecnologia de Atlântida. Os dois chegam a um acordo: Arraia Negra vai compartilhar com o Dr. Shin tudo o que sabe sobre o reino submerso, enquanto o cientista promete ajudar o pirata na sua vingança contra Aquaman".

No filme, ganha relevo também o mito judaico-cristão de Caim e Abel, a terrível batalha entre dois meio-irmãos, Arthur e Orm, pela conquista do poderoso tridente de Netuno, do arsenal simbólico do ancestral deus ou rei vencido-vencedor da Atlântida. Como se preenchem os arquétipos do Pai, da Mãe, do Puer, do Senectus em nós, essa personagem múltipla que somos, sabendo ou não disso? Quantas personas vestimos, com quais nos identificamos até a chegada da bem-vinda e necessária des-ilusão? 

O par Anima-Animus, aspectos complementares da psique humana, tem papel central na narrativa do filmeCom grande força física e treinadas estratégias de guerra, Arthur crê na própria capacidade, mas é a sua companheira de batalhas, Mera, que o inspira e aconselha. Qual a melhor direção a seguir? Eis o papel da anima para o homem. Arthur sente culpa pelo seu nascimento, pelo "abandono" sofrido. Quando menino, a mãe precisou retornar à Atlântida, pois tinha deveres para com a sua gente. Ela então pediu para não ser esquecida e prometeu ao marido e ao filho que retornaria. Em meio à crueza de gigantescas batalhas entre os diversos reinos das profundezas, cresce a autoconsciência de Arthur. A princípio resiste à ideia de se tornar rei e regente dos Sete Mares (inconsciente) e conquistar seus poderes e o tridente, símbolo mais alto desse feito. Só depois do encontro emocionado com sua mãe, a primeira face da anima, ele faz contato com suas emoções, seus medos, sua falta de fé, traços humanos, demasiadamente humanos. Só então ele vislumbra sua missão: libertar seu povo. Essa autorrealização ocorrerá só depois do reconhecimento, da aceitação de sua verdadeira natureza, a instância psíquica que Jung chama Self, Si mesmo, Imago Dei. 

Por fim, mas não por último, após terríveis batalhas externas, mas principalmente internas, essa odisseia psíquica, ao mesmo tempo pessoal e coletiva, permitirá ao herói, nós todos, o cumprimento do processo de individuação. O oceano sombrio da nossa inconsciência pessoal e coletiva algum dia, agora talvez, se tornará consciência de fato consciente? Só então emerge, emergirá das regiões mais profundas, sombrias, escuras nossa Cosmo consciência, consciência do Todo, Jardim do Éden, Atlântida, o paraíso mítico? Símbolo da nossa riqueza original, poder, abundância, plenitude, essa herança luminosa é nossa de pleno direito, pois existimos, vivemos e temos nosso ser no Espírito de Onde, em verdade, nunca estamos ou estivemos separados. Seria fictícia a narrativa de Aquaman? Fictícia nossa odisseia em busca do Ser essencial que somos? Que tipo de ficção seria essa desconhecida, misteriosa, infinita, poética existência? Seria ficção a Poesia que sopra incessante em você, meu caro Aquaman?

"AQUAMAN": HEROO SERĈE AL SI MEM

Resultado de imagem para filme aquaman

AQUAMAN, LA FILMO
La fakturado superas tricent kvardek ses milionoj da usonaj dolaroj en internaciaj vendejoj. Furoras la grandioza filmo Aquaman, kiu ebligas plurajn legadojn. La belega teknologio 3D nin rivelas ĉiun tavolon de nia ena Kavo, malkomforte vidata ekde la egoo. Aparte, min tuŝas la sennombron de elementoj de la analiza psikologio de Karlo Gustavo Jung. Elstaras la sagao de l' heroo, proceso de individuigo, travojaĝo de ĉiu persono serĉe al Si mem, nome fariĝi la tutpova reĝo, kiu oni ja esence estas. Tipa, la naskiĝo de la infano Arkturo, filo de lumtur-gardisto Thomas (Teruera Morrison) kun la reĝino Atlanna (Nicole Kidman) de la mita, legenda, perdita Atlantido. Nia vojo al la Maro de la nekoncio mergiĝita tamen en Si mem iras de eta konscia surfaco al la Tuteco, kie enaj kaj eksteraj mondoj, konscia kaj nekonscia, ĉiam estis kunaj atende la renkonton de la infano Arkturo kun la pova Aquaman, kiu elakviĝas dum la proceso mem de la serĉo de la atlanta regno, prapatra locus. Malnecesas memori, ke ne temas pri egoa povo, sed pri la aŭtora povo, povo de la Esto, la Nemanifesto ĉeestanta la manifestaĵon. Ĉikaze, esti manifestata signifas esti mane-ĉe-mane kun la Festo, la Bonajn Festojn. Jen la reakordigo kun ĉiu Revivigo kaj Morto en la senfina Vivo. Kiuj aliaj jungianaj konceptoj sin prezentas en la riĉeco de la filma irvojo, la majstra reĝisoro de James Wan?

Du mondoj ŝajne apartigitaj vivas nesolveblan konflikton, tiu de la tero kun surfacaj akvoj kaj tiu alia de la profunda, nesondebla Oceano. Nia Oceano estas majuskla, enloĝigata de abismaj, kompleksaj estaĵoj. Jen bela metaforo de niaj aspektoj konscia kaj nekonscia. Laŭ Jung, krom la persona, ekzistas ankaŭ la kolektiva nekonscio, kiu nin ampleksas, kompletigas, konstitui. Ĝi estas loĝejo ne nur de retenitaj aspektoj ne akceptitaj de la konscio, sed ankaŭ de malfortaj energioj nekapablaj tansiri la sojlon de la konscio. Arketipaj fortoj, mitologiaj figuroj, strangaj monstroj loĝas ie niamense. Ili konsistigas la kompleksojn, kiuj estas dotitaj de aŭtonomio. Foje ni estas de ili kaptitaj. Tiam ni nin malkonas. Tiu kiu tiel agis ne estas mi! 

En la elenko brilas Jason Momoa (Aquaman)Amber Heard (Mera)Nicole Kidman (Rainha Atlanna), Patrick Wilson (Orm), Willem Defoe (Nuids Vulko) e Dolph Lundgren (Rei Nereus)Kaptas nian atenton la sceno priskribita kaj analizita de kritiko:

"Poste esti venkita de Aquaman en Sicilio, Nigra Rajo (Yahya Abdul-Mateen II) vekiĝas vundita en ia laboratorio/ metiejo. Tie li renkontas D-ron. Stephen Shin (Randall Park) esplorante sian armaĵon faritan laŭ la atlanta teknologio. Ambaŭ alvenas al akordo: Nigra Rajo kundividos kun D-ro. Shin ĉion, kiun li scias pri la subakvigita regno, dum la sciencisto promesas helpi la piraton en sia venĝo kontraŭ Aquaman".

En la filmo, reliefiĝas la juda-kristana mito de Kaimo kaj Abelo, pro la terura batalo inter la duonfratoj Arkturo kaj Orm cele al la konkero de la pova tridento de Neptuno, apartenanta al la simbola arsenalo de prapatra reĝo venkita-ventinta de Atlantido. Kiamaniere sin lasas plenigi la arketipoj de Patro, Patrino, PuerSenectus en ni, multobla rolulo, kiu ni estas, ĉu ni sciu aŭ ne pri tio? Kiom da personoj ni vestas, al kiuj ni identiĝas ĝis la bonvena kaj necesa alveno de la sen-iluziiĝo?

La paro Animo-Animus, komplementaj aspektoj de la homa psiko, rolas kerne en la rakontoDotita de granda fizika forto kaj militaj estrategioj, Arkturo fidas je sia kapablo, sed estas sia batalkunulino Mera (Amber Heard), kiu lin inspiras kaj konsilas. Kiu, la plej bona irenda direkto? Jen la rolo de la animo por viro. Arkturo sentas kulpon pro sia naskiĝo, pro supozebla suferita forlaso. Dum lia infanaĝo, panjo bezonis reveni al Atlantido pro devoj al sia gento. Ŝi do petis ne esti forgesata kaj promesis al la edzo kaj filo, ke ŝi revenus. Meze al la krudeco de gigantaj bataloj inter diversaj regnoj de profundaj regionoj de la oceano, kreskas la memkonscio de Arkturo. Principe li rezistis al la ideo fariĝi reĝo kaj reganto de la Sep Maroj (nekonscio), konkeri siajn enajn povojn kaj la tridenton, simbolo pli alta de tiu faro. Nur post emociiga rerenkonto kun panjo, la unua vango de la animo, nia heroo kontaktas siajn emociojn, timojn, fidomankon, homaj trajtoj, tro homaj. Nur tiam li ekvidas la mision: liberigi sian popolon. Tiu mem-realigo nur okazos post la agnosko kaj akcepto de sia vera naturo, psika instanco nomata de Jung kiel Self, Si mem, Imago Dei. 

Finfine, sed ne laste, post teruraj bataloj eksteraj, sed precipe enaj, tiu psika odiseo, samtempe persona kaj kolektiva, permesos al la heroo, ni ĉiuj, la plenumon de la processo de individuigo. Ĉu la ombra oceano de nia nekonscio iam fariĝos, eble nun, konscienco fakte konscia? Jen el la plej profundaj, ombraj, malhelaj regionoj psikaj elakviĝas, elakviĝos la konscienco de la Tuto, Edena Ĝardeno, Atlantido, ena mita paradizo. Ĝi simbolas nian originan riĉecon, povon, abundon, pleneco. Tiu luma heredaĵo estas plenrajte nia, ĉar ni ekzistas, vivas kaj havas nian eston en la Spirito el Kie vere neniam ni estas aŭ estis apartigitaj. Ĉu fikcio tiu rakonto de la filmo? Ĉu fikcio nia odiseo serĉe al la esenca Esto? Kia fikcio estus tiu malkonata, mistera, senfina, poezia ekzistado nia? Ĉu la Poezio, kiu senĉese blovas en vi, mia kara Aquaman?

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

CIRCO PEGA FOGO/ CIRKO BRULIĜAS


Resultado de imagem para circo pega fogo

CIRCO PEGA FOGO
Hoje tem goiabada? Hoje tem marmelada? Tem sim senhor! E o palhaço o que é? Ladrão de mulher! Na dualidade ilusória, acende o conflito, ascende o mito. Das trevas arquetípicas, a ilusão da separatividade, o Bozo contorcionista e equipe. Trapezista astronauta, mautorista fujão, pastora que trepa, ambiente tóxico, superministro da fazenda privada, educação privada, saúde privada, superministro da justiça-segurança, mas privada de justiça e segurança. Na trupe, irmãos Moro, Mourinho, Morão. Pro povão, pão duro, circo pago, goiaba bichada, laranja podre, banana no figo. Que salada! Estreia, dia primeiro. Oremos!
***************

CIRKO BRULIĜAS
Ĉu hodiaŭ estas gujav-marmelado? Ĉu hodiaŭ estas marmelado? Jes ja, sinjoro! Kaj la pajaco kio estas? Ŝtelisto de virino! El la iluzia dueco, ekfajrigas la konflikto, ascendas la mito. El la arketipa mallumo, la iluzio de l' aparteco, Bozo tordiĝisto kaj teamo. Trapezisto-astronaŭto, forfuĝema fistiristo, grimpfikanta pastorino, toksika medio, privata super-financestro, privata edukado, privata sanservo, super-justic-sekurecestro, sed senigo de justico kaj sekureco. En la aktoraro, fratoj Moro, Mourinho, Mourão. Al la popolaĉo, malmolan panon, pagotan cirkon, vermboritan gujavon, putran oranĝon, bananon ĉe l' figo. Kia salato! Premiero, la unuan tagon. Ni preĝu!

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

SÍMBOLOS/ SIMBOLOJ

SYMBOLOS


Imagem relacionada


lanço junto danço junto
no símbolo ancestral o mito
inconsciente. emito sinais
do conflito em que reside
a paz

criança ainda acesso trilhas
ancestrais
dentro de mim sufocam instintos
meus pais, que me legaram
a força cega da libido
e as catedrais

afeito a magias cumprindo rituais
uso excedentes da libido
domestico meus instintos
crio símbolos antigos
em artes originais

vendo o poema, por nada o vendo
pois o vi nascendo da gratuidade arisca
da libido antes represada
        -- e agora esta faísca!

Resultado de imagem para símbolos
mi kunlanĉas mi kundancas
praprasimbole l’ miton
senkonscian. mi signojn eldiras
de l’ konflikto kie loĝas
pac’

infano ankoraŭ padojn mi aliras
prapatrajn
ene ĉe mi sufokas instinktojn
la gepatroj, kiuj min postlasis
kaj blindan forton de l’ libido
kaj la katedralojn

amame magiojn, plenigante ritojn
uzas mi troaĵojn de l’ libido
civilizas mi la instinktojn
kreas mi simbolojn praajn
dum originaj artoj

la poemon vidvendante, neniom ĝin mi vendas,
ĉar ĝin mi vidis naskiĝanta de l’ dankemo ruza
de l’ libido endigita antaŭe
        -- kaj nun ĉi tiu sparko!