terça-feira, 27 de dezembro de 2016

GRAVECO

Resultado de imagem para espiritualidade

Religio estas la plej grava kaj respektinda afero por tiuj, kiuj opinias, ke religio estas la plej grava kaj respektinda afero. Indas tamen pensi pri tio: "Religio estas kvazaŭ botelo, kies esenco esta spiritualeco. Kiu opinias, ke sia botelo estas la sola ĝusta, tiu anstataŭis la esencon al etikedoj, dogmoj, kredoj." (Trovite ie ajn;)

domingo, 18 de dezembro de 2016

KREOTA TEKSTO

Resultado de imagem para criação poética mistério

[Pro sia enhavo mem la teksto transiras de Esperanto al la portugala, kie ĝi staras. Por seu próprio conteúdo o texto transita do Esperanto ao Português e nele fica.]

1
La ĵus kreota teksto iel jam nunas ie. Kie? Mistere ĉie kaj nenie. Samtempe. Diversloke. Kial kreotaj tekstoj tiel instige misteras? Mi gapas!

Acordo essas palavras ditatoriais me impondo despertar escrever. E reflexões tais. Por que no quem-sabe-sonho essas as palavras que me despertam? Por que me chegam fluxo-de-consciência-rio pororocas?

Calma, leitores. Traduzo ao português. Quem sabe kreota klariga tekstotradukota teksto me revele mistérios do que estando por ser criado em algum espaço-tempo já está criado! Vai dar trabalho traduzir do sintético original ao palavroso similar em português. Mas, vamos lá!

O texto está por ser criado agorinha nos próximos instantes. De algum modo já agoresce. Onde? Mistério em toda parte em parte alguma. Ao mesmo tempo. Diversos lugares. Pluridimensional. Por que textos a serem criados instigam? Boquiaberto-me!

Ao transitar da síntese na formulação linguística do Eo ao espraiado palavroso da possível versão na língua primeira materna étnica a moldar meu espírito desde tenra idade, a brasileira portuguesa, o comparar versões traria luz insuspeita sobre processo de criação mecanismo mental peculiar que sequer psicólogos. Habilidade psíquica emergente em quem falescreve até sonha em esperanto? Explico.

2
O sonho noturno-matinal tinha imagens inusitadas instigantes. Veículo que dirigia sabe-se lá como numa curva da estrada se separa de mim segue adiante se perde! Só some. Intrigadíssimo fico para trás incapaz de me boquifechar. Perplexidade não me deixava. Ao despertar como saber se não é justo enquanto durmo que estou mais... desperto? Ainda sem encontrar o desviado apartado veículo deparo com o mistério do texto nítido insabido. Insistia em aparecer no céu da percepção incrível em esperanto. As reflexões na sequência do sonho do veículo perdido do texto que me abalroava veículo-perdido-sem-motorista compartilho em português com leitor/leitora virtual com quem dialogo enquanto-o-texto-se-formula. Esse compartilhar chama o próximo bloco, como se diz em linguagem televisiva.

3
Melhor esmiuçar a tradução. Não sei se em busca do eu-motorista veículo-texto do possível sentido do e/ou em vez de só do ou. Como queiram! Que meios e modos tem o texto original na sua peculiaridade esperântica? Ô, recriem comigo a palavra!


Primeiro esse ĵus kreota teksto (“texto por ser criado nos próximos instantes”) deve ser caixinha-mil-compartimentos que fazem a alegria da namorada. Caixinhas mórficas – alguma relação com a ressonância mórfica de Sheldrake? – precisam ser pormenorizadas. Ora, krei é verbo no infinitivo (criar) está como adjetivo de teksto (texto) no particípio-com-matiz-de-futuro. Calma, no português tem isso não. Mais devagar! Particípio assim representa idiossincrasia ou idiotismo no jargão linguístico. Assim. Só no esperanto é que temos na letra-morfema -o- do kreota a ideia de tempo verbal futuro. Esse tempo verbal vem com a letra-informação -t- do particípio. Em português particípio já vem no passado e como no esperanto já nasce virtual adjetivo. Acompanhou?! Traduzir kreota teksto me faz verborrágico em português. O tal kreota teksto refere-se ao ĵus vindouro texto, o que está por ocorrer quase no justo momento em que me expresso verbalmente. Na dimensão mental psíquica cósmica o kreota teksto prescinde da kreota categoria de tempo espaço tão útil na manifestação acústico-articulatória na nossa cotidiana terceira dimensão de falantes comuns incomuns. Daí esse conto-crônica-ou-assemelhado a boquiabrir-nos. Prometo dia desses o final deste texto. Com a kreota gramatika analizo. Sacou?

domingo, 11 de dezembro de 2016

PONTE PARA O FUTURO? / PONTO AL FUTURO?

Resultado de imagem para mata-burros

Sob o peso execrável da soberba
a ponte complacente desmorona
esfarinham-se no mesmo saco
transeuntes rígidos vindos da direita
e da esquerda: os do centrão
precipitam-se no abismo da vaidade

A pinguela na sua humildade
só deixa passar a leveza da luz
um de cada vez - e todos somos um? -
o farol de um darma o ensino de um carma
o passo do ente na estreiteza do drama

Rompida e corrompida
a ponte para o futuro 
se sabe abismo

Na pinguela do humor
transita o amor do ente
o amor dos que se abismam
e passam

Todos passam. Tudo passa.

Resultado de imagem para ponte tosca

Sub l' abomena pez' de l'aroganto
la indulgema ponto jam disfalas
disŝiras en la sama sako
rigidaj preterpasantoj el dekstro
kaj maldeskstro: tiuj de l' ficentrego
ekkuregas en la abismon de l' vanto

La pontaĉo ja humile
nur pasigas la leĝeron de lum'
unuope - ĉu ni ĉiuj estas unu? -
la lum-tur' de darmo la instru' de karmo
la paŝo de l' esto en la malvasta dramo

Rompita koruptita
la ponto al estontec' 
sin scias abismo

En la pontaĉo de l' humor'
transiras la am' de l' esto
la amo de gapigitaj
preterpasantoj

Ĉiuj pasas. Ĉio pasas.




PERDÃO / PARDONO

Imagem relacionada

Homenagem a Ferreira Gullar
Sofre a Poesia
a cada baixa de um dos seu cultores
que não a faz sofrer

Ilumina-se a Poesia
quando se cala a voz
dos que nunca se calam
ante injustiças no poder
apodrecido da soberba

Solidariza-se a Poesia
com os deserdados
os empobrecidos
pela infâmia dos governantes
que traem a própria alma
feita insensível pela ganância

Redime-se a Poesia
aplaudida de pé pelo silêncio sagrado
dos que sofrem
a dor sem remédio
dos opressores contumazes
ou de ocasião

Poesia - perdão na denúncia implacável.

******


Omaĝe al Ferreira Gullar
Suferas Poezio
pro la morto de elstara poeto
ĝin ne suferiganta

Enlumigas Poezio
kiam silentas la voĉo
de tiuj neniam silentigitaj
antaŭ maljusticoj de povuloj
putraj de l' aroganteco

Solidarigas Poezio
al senheredigitaj
al malriĉigitaj
de la maldeco de povuloj
perfidantaj la propran animon
malsentma pro voluptemo

Elaĉetas Poezio
aplaŭdita piede de la sankta silento
de l' senrimedaj suferantoj
de la doloroj
de la obstinegaj aŭ eventualaj
subpremantoj

Poezio - pardono dum nepardonema denunco.