quarta-feira, 17 de julho de 2013

AUTOPOIESE / AUTOPOIESIS

preciso soltar-me à vida preciso
saltar à vida
preciso me desamarrar
após soltar as amarras 
amar as flutuações
e nelas me embalançar

preciso ao desamarrar 
de novo me desarmar
preciso que o meu temor
deixe o amor desabrochar
preciso escrever a tese 
que me auto-escreveria:
vida, autopoiese
        eu me sendo poesia

liberiĝi al viv’ mi bezonas 
bezonas mi salti al viv’ 
malligiĝi bezonatas
post ligoforlasado, 
bezonas fluan flotadon
flotpende balancadon

post malligo bezonatas 
mia resenarmiĝad’
mia timo plenbezone
amon lasu tre burĝone
tezoverko min verkonte:
autopoiesis jen viv’
                   estante mi poezi’

segunda-feira, 15 de julho de 2013

QUINTO TRIÂNGULO / KVINA TRIANGULO


alinhamentossintonia
espíritoverdade
verdade? esta poesia!
veladesvela poeticidade
corpo que habito
habitat do hábito
e do inaudito
sensação e possibilidade
memória do que há
devir fluxo fluir
Espírito, a Luz
acesa na Vida,
emanada do Amor,
essência - e mais nada!

o resto, esta festa
forma do Imanifesto
aqui manifesta
agora emanação...
quadratura do círculo
vínculo sem par
Três pelo Dois sempre Um!

Imanifesto, Ser-só-fluir,
infinitivo impessoal
fruir o comum
e o raro,
Vida na forma: In-formação!

graça do riso, o sério,
seu nome: Mistério!
sobrenome: Incerto
Altíssimo... Aberto...

allinig'agordo
spiritovero
vere? ĉi poezi'!
senvualvuala poezieco
korkorp' loĝata
viviloĝ' habitata 
antaŭneaŭdita kutim'
sensaci' ebleco
memoro pri onto
venonta fluanta flu'
Spirito, Lum'
viva Eklum',
emanata el Am',
esenco - ne plu!

ĉi festo, 
Ne-manifesto
ĉi manifesta
nun... emanado
kvadraturo cirkla
ligo sen par'
Tri tra Du, Unu'!

Ne-manifesto, 
nurflua Esto
nepersona infinitivo 
ĝuo ordinara
ĝuo rara
Vivo forma: 
ena Informo!

graco de rido, gravo,
propranom': Mistero!
familinom': Necerto
Plejalto... Aperto...

terça-feira, 2 de julho de 2013

ENAMORADO / ENAMIĜINTA


firo a madrugada
insone do poema
firo de morte a lira
até que o canto confira
ao poema a poesia
       transfiro não fico aquém
       e a quem o poema fale
       me transporto e me futuro:
       crio a montanha onde vale
       o novo que configuro.

*******
La sendorman tagiĝon 
de ĉi poem’ vundas mi
liron de mort' vundas mi
ĝis la kanto koncedu
al la poem’ poezion
       transvunde mi ne restas cis
       al kiu la poem' parolu
       mi estontiĝe min transportas:
       kreas mi monton kie valoru
       la novon, kiun mi agordas.