PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

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segunda-feira, 4 de outubro de 2021

RESPIRAR O AGORA?/ ĈU SPIRI LA NUNON?

 


RESPIRAR O AGORA?

        Brederodes, apesar desse duro nome, nada tinha a ver com Herodes, infanticida no Império Romano. Então, relaxou o corpo, fechou os olhos, imaginou serviçais do palácio chegando e, num delírio onírico, convidou o povo: “Vamos experimentar o agora?”

        Tremendo e com um fiapo de voz perguntou um dos servos: “Como é experimentar o agora, Majestade Imperial?”  

            Já sonolento, Brederodes falou meio automático:

         “Exale todo o ar dos pulmões. Lentamente. Confie. Faça isto três vezes”.

          Nas três vezes todos constataram em silêncio: Uau! É mesmo, o ar novo penetra meus pulmões! Sinto abundância e plenitude. Vou ficar assim um pouco. Só me observando, sem mudar nada. Como sinto meu corpo com essa respiração?

        Brederodes prosseguiu, como se falasse com seus botões, que nem sequer existiam na túnica que usava:

       “Mais uma vez solto todo o ar dos pulmões, e todo o apego mental vai sumindo, sumindo. Então, exalo profundamente. Confiança e alegria deixo ficar. Discreto sorriso de gratidão deixo ficar. A confiança fica. Afinal, o ar se renova sempre, chega sempre e traz o novo sempre. A alegria chega e fica. A alegria é o Espírito em mim. Deixo a inspiração entrar pelo nariz, simplesmente acolho a inspiração. Acolho e agradeço, pois a inspiração não é minha. A vida, sim, é que respira em mim. Ela me inspira e se manifesta no que vai sendo criado a cada momento no meu jeito de viver”.

           E ele entrou em recordações antigas:

       “Quando éramos criança, a turma tinha aquela brincadeira de repetir e repetir várias vezes. Saboreávamos o som de cada palavra nova. E elas encontravam o caminho do acontecer”.

         Se lembrou que se a escolha tinha poesia, beleza, magia a coisa repetida acontecia mesmo! E o bando de crianças repetia cantando: “pirulito que bate bate, pirulito que já bateu...” E não é que vinham até mesmo outros doces de quebra!? Repetíamos em uníssono: “ciranda cirandinha vamos todos cirandar/ vamos dar a meia volta/ volta e meia vamos dar!” E a vida era uma dança, com as crianças vivendo alegria e plenitude. Assim, havia confiança na criatividade que jorrava, jorrava como gotas de luz e cores.

E assim escolho repetir pela primeira vez: “Eu Sou a ressureição e a vida!” (e observo o efeito de cada palavra no meu corpo, o silêncio mais e mais profundo).

       Repito pela segunda vez: “Eu Sou a ressurreição e a vida!” (silencio e sinto o corpo agradecido, percebo as células a se renovarem, percebo em cada célula como se houvesse uma enorme alegria).

        Pela terceira vez: “Eu Sou a ressureição e a vida!” (sinto agora no meu coração, que é o coração de todos, a Totalidade).

        Pela quarta vez: “Eu Sou a ressureição e a vida!” (sinto que Eu Sou essa Totalidade. Eu Sou dentro e fora de mim).

        Pela quinta vez: “Eu Sou a ressureição e a vida!” (sinto uma emoção oceânica. Sinto que Eu Sou Aquele que sente tudo vibrando. E no grande silêncio, apenas sou testemunha d' Aquilo que é).

          Pela sexta vez: “Eu Sou a ressureição e a vida!” (A vida é em mim. Eu Sou a Vida n’Aquele que é...).

       Pela sétima e última vez: “Eu Sou a ressureição e a vida! (só o Silêncio reverbera, reverbera, reverbera... Nessa dimensão de Aqui e Agora, além de qualquer palavra, além de qualquer conceito, além da Forma, o Silêncio é. Eu Sou o Silêncio divino e criador!).

 

************** 

ĈU SPIRI LA NUNON?

           Brederodes, malgraŭ tiu dura nomo, neniel rilatiĝas al Herodo, infan-mortiginto en Romia Imperio. Do li korpe malstreĉiĝis, fermis la okulojn, imagis palacajn servulojn alvenante kaj, kvazaŭ en onira deliro, invitis la ĉeestantaron: “Ĉu ni travivu la nunon?”

            Tremante, malfortvoĉe, demandis servo: “Kiamaniere oni travivas la nunon, Imperia Majesto?” 

           Dormema, Brederodes iom aŭtomate diris:

              Elspiru la tutan aeron el pulmoj. Lante. Fidu min. Faru tion tri fojojn”.

          Tri foje ĉiu konstatis silente: Uaŭ! Jes ja, nova aero penetras miajn pulmojn! Mi sentas abundon kaj plenecon. Mi restos tiel iom da tempo. Mi nur observos min, sen ajna ŝanĝo. Kiamaniere mi sentas la korpon post tiu spirado?    

                 Brederodes daŭris, kvazaŭ li parolu al siaj butonoj, kiuj eĉ ne ekzistis sur la tuniko, kiun li uzis:

               “Unu foje plu, mi ellasas ĉiun aeron el pulmoj, kaj ĉiu mensa alligo foriras. Do mi funde elspiras. Konfidon kaj ĝojon mi permesas resti. Diskretan rideton dankeman mi permesas resti. Konfido restas, ĉar aero renoviĝas ĉiam, alvenas ĉiam kaj portas ion novan ĉiam. Ĝojo alvenas kaj restas: ĝojo estas Spirito ĉe mi. Komforte, mi permesas la inspir-eniron tra mia nazo, simple mi akceptas la inspiron. Mi akceptas kaj dankas, ĉar la inspiro ne estas mia. Vivo, jes, estas tio, kiu spiras tra mi. Ĝi min inspiras kaj sin manifestas en tio, kio ĉiumomente kreiĝas per mia vivmaniero”.

                   Li eniris en antikvajn memoraĵojn:

              “Kiam ni estis infanoj, estis tia ludaĵo ripeti kaj ripeti multfoje. Ni gustumadis la sonon de ĉiuj novaj vortoj. Ili trovadis la okazo-vojon”.

                 Li memoris tion, ke se en la elekto estis poezio, beleco, magio, la afero ja okazis! Kaj la infangrupo kante ripetis: “stango-bombono, kiu batas batas, stang-bombono, kiu jam batis...” Ĉu eĉ ne venis aliaj pliaj dolĉaĵoj!? Ni ripetis unuvoĉe: “rondodanco rondodanceto rondodancu ĉiuj ni/ doun-turnon donu ni/ turnon-kaj-duono donos ni!” Kaj la vivo estis danco kune kun najbaraj infanoj, ĝoje kaj plene. Tiel, ni fidis je kreivo, kiu spruĉis, kvazaŭ lumgutoj kaj koloroj. 

            Mi elektas diri unuafoje: “Mi Estas transvivo kaj vivo!”  (kaj mi observas la efikon miakorpe de ĉiu vorto. Jen silento pli kaj pli profunda).

           Duafoje mi asertas: “Mi Estas transvivo kaj vivo!” (mi silentas kaj sentas la korpon dankema, perceptas ĉel’-renovigon, kvazaŭ en ĉiu ĉelo estus grandega ĝojo).

             Triafoje: “Mi Estas transvivo kaj vivo!” (sentas mi nun, miakore, kiu estas ĉies koro, ian Tutaĵon).

               Kvarfoje: “Mi Estas transvivo kaj vivo!” (mi sentas, ke Mi Estas tiu Tutaĵo. Mi Estas ene kaj eskster mi).

              Kvine: “Mi Estas transvivo kaj vivo!” (mi sentas oceanan emocion. Mi sentas, ke Mi Estas Tiu, Kiu sentas, ke ĉio vibras. Kaj ene de granda silento, mi nur atestas Tiun, Kiu Estas...).

             Sesa fojon: “Mi Estas transvivo kaj vivo!” (Vivo estas ĉe mi. Mi Estas Vivo en Tiu, Kiu estas...).

              Sepa kaj lastfojon: Mi Estas transvivo kaj vivo!” (nur Silento rebrilas, rebrilas, rebrilas... En tiu dimensio de Ĉi-Tie-kaj-Nun, trans ajna vorto, trans ajna koncepto, trans l’ Formo, Silento estas. Mi Estas dia, kreiva Silento!).

4 comentários:

  1. Kia transcenda teksto! Aparte tuŝis al mi la animon la lasta frazo, nome "Mi estas dia, kreiva silento!". Gratulon!

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  2. Chiuj vere homaj travivajhoj kondukas al silento?

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  3. Conseguir ouvir o silêncio num momento onde todos querem gritar mais alto até mesmo pela palavra escrita, é uma prova de maturidade, de confiança absoluta da mãoe estendida e na outra que nos acolhe presta...
    Parabéns e obrigada pelo belíssimo texto!

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