quinta-feira, 30 de março de 2023

SONHO TRANS/ TRANS SONĜO

 


SONHO TRANS

Contou-me em terapia. Longe de casa, hotel na Pauliceia Desvairada. Trans bem transada, drinques sem papo, 69 suculentos boquetes, saciadas rabiolas. Recomenda-se? Para você vulgaridade, indecência, que nome dar? Para o cliente, vergonha, dor, sofrimento?


TRANS SONĜO 

 Min rakontis li dum terapio. For de hejmo, hotelo en la Frenezega Sanpaŭlo. Eleganta persono trans, senbabilaj drinkoj, 69 sukaj midzoj, sataj anusoj. Ĉu rekomendinda? Por vi, ĉu vulgareco, maldecaĵo, kiel nomi tion? Por la kliento, ĉu honto, doloro, sufero?

domingo, 26 de março de 2023

FONTE/ FONTO

 


FONTE

Água pra tua sede poesia corrente

regato frio clarinho carinho na mão em concha

te sacia em verso esponja

que se mantém molhadinho

ao voltares sedento te banha 

novo carinho desce em gole suculento.

 

Poesia servida em gotas serve o alento na medida

e mesmo as almas rotas se refazem 

ganham vida! Vem límpida fonte

jorrar a vida infinita!

 

A Fonte flui no teu Ser verso líquido corrente

verbo que aquece a gente,

Sol nascente a escorrer água fresca em Sol fervente.

 

Poesia dá de beber cada verso pura luz

brota em teu coração Fonte mesma do Ser

Poesia essa criança sempre festa doação

jorra Vida na canção.

 

FONTO

Akvo al via soifo,

jen fluanta poezio,

milda klara rivereto,

sur konka mano kareso,

vin satigas spongo-verso

kiu daŭras malseketa

kiam soifa vi revenos

nov-karese vin banos,

degutos kia suka gluto.

 

Poezio pogute servata

spiron proponas laŭmezure

eĉ disŝiraj animoj

revigliĝante plenvivas!

Venu, klara fonto spruĉas

kvazaŭ senfina Vivo!

 

En via sino Fonto fluas,

verso likve fluas,

vorto onin varmigas,

elfluas Sun-leviĝo,

freŝa akvo subsune bolanta.

 

Poezio akvon proponas,

ĉiu verso pura lum’

spruĉas el via kor’.

Fonto mem en via Esto

ekestas Poezio-infano

ĉiam sindonema festo

spruĉas kanto fluanta.

terça-feira, 21 de março de 2023

PERCURSO ÀS AVESSAS: Dorvalino semimorre

 
PERCURSO ÀS AVESSAS

                                     Paulo P Nascentes

Percurso de onde para onde?

Às avessas, como assim?

Mistérios quem responde?

Termina no início? Começa pelo fim?

Se Dorvalino semimorre,

quem o socorre?

Dorvalino vai escapulir?

Como saber se não comprar, se não ler?

A narrativa veicula poesia

ou não? -- é tudo ficção?


Reserve agora seu exemplar AQUI


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

O POEMA/ LA POEMO


O POEMA

sim, fede e cheira

se denuncia a fome

ianomâmi o poema

quer dar aos bois nome!

 

sim, a Poesia lança o aroma

sutil da metáfora do símbolo

Poesia não noticia o assomo

em ritmo e espanto o embala

não denuncia o sarcoma

mesmo se o poema segue

em nítido coma!

 

Poesia dança 

lança perfume

onde muito fede

e horrível cheira!

****


LA POEMO

jes, ĝi malbonodoras fetoras

se denoncas la janomaman

malsaton la poemo volas

nomumi la bovojn!

 

jes, Poezio elĵetas la subtilan

aromon de metafor’ de simbolo

Poezio ne raportas pri l’ kolero

per ritmo kaj miro lulas ĝin 

la sarkomon ne denoncas

eĉ se daŭras la poemo

en komato evidenta!

 

Poezio dancas

elĵetas parfumon

sur kio tre fetoras

terure malbonodoras!

domingo, 19 de fevereiro de 2023

CONJUNÇÃO/ KONJUNKCIO


CONJUNÇÃO

se lá no assento etéreo onde reside 

o poema memórias desta vida se consente

repousem no etéreo eternamente

os poemas descontentes os demais

à Terra venham que os visto

 

dotado de livre arbítrio

decide o poema a quem aceita

se o seduzo com metáforas símbolos

ensaia o não, mas comigo enfim se deita

 

quanto mais tragédia e drama na origem

tanto mais de lirismo o enfeito

tanto mais com Poesia nos deleito

tanto mais tem amor tem vertigem

 

leitor leitora em crítico se arvora

seu charme gourmet se ensaia

hesita o leitor se carícia se delícia

ou se ávido e faminto o devora

o poema sem pudor e já sem saia

se sabe Poesia e diz todo semântico:

vem gostoso, me rejeita ou me deflora!

 

KONJUNKCIO

se en la etera sidejo kie loĝas 

poem’ konsentiĝas memoroj de tiu vivo

ripozu porĉiame ĉe l’ etero

malkontentaj poemoj, la ceteraj

tiujn mi ilin vestos: venu al Tero

 

dotata tamen de libera arbitro

decidas la poem’ kiun akceptas ĝi

se ĝin mi kaĵolas per metaforoj kaj simboloj

neon prov-ludas sed ĉe mi kuŝiĝas ĝi

 

ju pli tragedia kaj drama en l' origino

des pli per lirismo mi ĝin ornamu

des pli per Poezio ambaŭ plezuriĝu

des pli ekestas amo, ekestas kap-turniĝo

 

leganto aŭ legantino kritikulo iĝas

sia ĉarmo gourmet sin montras

hezitas leganto ĉu kareso ĉu delico

aŭ ĉu avide malsata ĝin devoras

la poem' jam sen seks-honto jam sen jupo

sin scias Poezio kaj plene semantika diras:

venu miele, min forpelu aŭ min defloru!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

NE SCIAS MI, MANGEJRO! SEI LÁ, MANGUEIRA!


Alklaku. Kaj kantu kune!

É clicar. E cantar junto!

https://youtu.be/zx23TbPTMAs


sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

SELVAGERIA/ SOVAĜECO


 

     SELVAGERIA

como o poema não veio

suas vírgulas assassinas

unhas escavadeiras

nessa noite do aperreio

sulcam na pele o veio

de linfa apócrifa

gosma de soslaio

 

o amanhecer não veio

mas promete de entremeio

a pele onde a dor mina

esfolada indefesa

e já sofrida

nessa noite do aperreio

sem brida ou freio


se se dispuser a vir

o poema distorcido

a que leitor estarrecido

servirá nessa noite

do aperreio de linfa de gosma

quem sabe até chorume?

 

pode o poema até nem vir

ou bêbado chegar

por ter sido despedido

na noite apócrifa

do aperreio ensandecido

 **********


     SOVAĜECO

ĉar la poemo ne venis

ĝiaj murdantaj komoj

fosmaŝinaj ungoj

dum tiu nokto de sufer’

surhaŭte vejnon fosas

de apokrifa limfo

     de oblikva muko

 

la tagvekiĝo ne venis

sed intermikse promesas

haŭton kie dolor’ ŝprucas

sendefenda skrap-vunda

kaj precipe suferanta

dum tiu nokto de sufer’

sen brido aŭ bremso


se sindisponi veni

la distorda poemo

al kiu mirega leganto

servos ĉinokte de sufer’

de limfo de muko

eĉ de grasa sterk’?

 

 

povas la poem’ ne veni

aŭ tute ebria veni

estante maldungita

en nokto apokrifa

de frenezega sufer’

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

ERRATA/ ERATUMO



ERRATA

a minha faceta gota

navega sem rota ou plano

mas o que são plano e rota

na imensidão do Oceano?

rota, plano - só medida

no mundo processual

na real Oceano é Vida:

sem começo e sem final


apenas falso dilema

cada gota é o Oceano

o Oceano: “sem problema!

Eu Sou a rota que emano!”

Se chamar Isto de Ser

nem por isso fico aflito

Não é substantivo - o Ser

Ser é Verbo no Infinito?



ERATUMO

mia facet’ ia guto

navigas sen kurso aŭ plan’

sed kio estas plan’ aŭ kurso?

nemezurebla Ocean’?

kurso, plano - nur mezur’

mondo tia pilgrim'

fakte Ocean’ estas Vivo:

sen komenco nek fin'


estas nur falsa dilemo

ĉiu gut’ jen Ocean’

laŭ Ocean’: “sen problem’

Mi Estas la kurs’ elfluanta”

se Tio nomiĝas Esto

ne estas por mi ĉagren’ 

neniel Tio estu nomo

ĉu I-Verbo por Eden'


segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

QUEM SOU? / KIU MI ESTAS?

 


QUEM SOU?


Eu sou o mistério

da pergunta-resposta

que em mim cintila

 

Eu sou o mistério

da resposta provisória

a cintilar em nova pergunta

 

Eu sou o mistério provisório

do Ser eterno

que no existir cintilo

 

Eu sou o mistério

do cintilar provisório

no mar eterno

do inconsciente

emergente do Si mesmo

 

Eu sou o mistério

de não ser o eu pessoal

sendo ainda assim

o mistério da Totalidade:

o Si mesmo.

 

Eu sou mesmo

o mistério em Si mesmo. 


************* 

 

KIU MI ESTAS?

Mi estas la mistero
de la demando-respondo
kiu en mi trem-brilas
 
Mi estas la mistero
de la provizora respondo
trem-brile al nova demando
 
Mi estas la
provizora mistero
de eterna Estulo
dum ekzista trem-brilo
 
Mi estas la mistero
de la provizora trem-brilo
en la eterna maro
de la emerĝanta 
nekonscienco de Si mem
 
Mi estas la mistero
ne esti la persona mio
estante tamen la mister'
de la Tuteco: Si mem
 
Mi estas la mistero mem
en Si mem.