PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

Powered By Blogger

segunda-feira, julho 01, 2024

KOLEKTIVA BUKEDO! / BUQUÊ COLETIVO!

 💕

KOLEKTIVA BUKEDO!

    Ploru, kompatinda Ulo, kompatinda Paulo, praulo, PraPaulo! Ploru nome de ĉiu homo, same kompatinda, kiel vi, pri via praa ignoro, Absolute klara ignoro, fundamento de ĉiu homo, de la tuta homaro.

     Ploru milde, ploru silente, preskaŭ senhalte. Ĝis via stulto sin lavu per viaj preskaŭ sekaj larmoj. Sekiĝis pli ol viaj larmoj via senkompata ploranta animo. Ploru mem pro via stulto ne kulpo, sed certe respondeco. Via individua respondeco aldoniĝis al tiu kolektiva. Ĉu valoras la penon tiun senhaltan skrapadon de via haŭto? Haltu, kompatindulo! Ploru, ploregu, relernu plori, mi petas, sed haltu sin vundi tiom funde, abunde, senespere!

     Certe vi respondecas pri via abomeninda nuna stato. Ne nur vi respondecas pri tiom stultaj elektoj, misvojoj, misfaroj. Kiu kreis tiom frenezan socian malegalecon se ne vi kaj kunuloj? Kiu kreis politikajn fiajn reĝimojn, konsidere ke ĉiu el ili estas fiaĵo, fiasko, balaaĵo? Ĉu nur iu el vi, aŭ ĉu vi ĉiuj kune, kunside, kunfande?

    Certe ploro nenia lavos vian stulton. Ignori tion estas nur plia floro en la bukedo de kolektiva ignoro. Do, ploru ĥore! Ploru vi kaj kamaradoj. Ĉesu do nun plori kaj ame agu, ĝis via amo atingu ĉies koron, viruse multobliĝu, epidemie iĝu vasta, nova, ampleksa mondovizio. Tiam neniu plu ploru, sed ame sindonu al sia tasko, misio, senmasko.

 

BUQUÊ COLETIVO!

    Chore, sujeito digno de compaixão, digno Paulo, antigo, arcano Paulo! Chore em nome de cada pessoa, digna de compaixão ela mesma, como você, por sua ignorância ancestral. Absolutamente clara ignorância, fundamento de cada pessoa, de toda a humanidade.

    Chore com humildade, em silêncio, quase sem parar. Até que sua estupidez se lave pelas suas lágrimas quase secas. Secaram-se, mais que suas lágrimas, sua disposição chorosa sem compaixão. Chore por sua estupidez mesma, não culpa, mas decerto responsabilidade. Responsabilidade individual que se juntou à coletiva. Vale a pena esse incessante rasgar da sua pele? Pare, pobre sujeito! Chore, chore muito, reaprenda a chorar, te peço, mas pare de se ferir tão fundo, abundante, em desespero!

    Por certo você é responsável por seu abominável estado atual. Não só você responde por escolhas tão estúpidas, descaminhos, más ações. Quem criou tão louca desigualdade social senão você e os companheiros? Quem criou regimes políticos tão terríveis, considerando que todos eles são desgraçados, fracassados, lixo? Só alguns de vocês, ou todos vocês juntos, misturados, em conluio?

    Por certo choro algum lavará sua estupidez. Ignorar isso é só mais uma flor no buquê da ignorância coletiva. Portanto, chorem em coro! Chorem você e os camaradas. Cessem então de chorar agora e amorosamente ajam, até que suas ações atinjam os corações de todos, se multipliquem como virose, vasta como epidemia, nova, ampla visão de mundo. Então, ninguém mais chore, mas em amor se dedique a sua tarefa, missão, máscaras ausentes.


terça-feira, junho 25, 2024

PROSA POESIA / PROZO POEZIO


 

PROSA POESIA
Mais que tanta prosa
Eu Sou o gozo e Quem goza
Mais que verso tosco
Eu Sou translucidez vidro
Eu Sou brilho
Mais e mais Eu Sou Luz
Mesmo se turbulência
Eu Sou quem silencia
Canta em Harmonia
Eu Sou canto cantor Poesia
Acorde no contratempo Eu Sou ritmo 
Mais que tempo quem Eu Sou 
Salta sobre o tempo 
Abraça o infinito Espaço-vasto:
Coração inteiro Amor Eu Sou!


PROZO POEZIO
Pli ol tioma prozo
Estas Mi ĝuo kaj ĝuanto
Pli ol kruda verso 
Estas Mi travideblo vitro
kaj la brilo
Pli kaj pli Estas Mi Lumo
Eĉ se turbulo Estas Mi silentulo
kantante en Harmonio
Estas Mi kanto kantanto Poezio
Akordo en kontraŭaĵ' Estas Mi ritmo 
Pli ol tempo Estas Mi tiu 
Saltanta sur tempo
Brakumanta la senfinan 
Spacovastaĵon.
Plena Amkoro Mi Estas!

sábado, junho 22, 2024

CONCERTO DE JAZZ / ĴAZ-KONCERTO

 

CONCERTO DE JAZZ


Filho Mais Velho e eu retornávamos de um concerto do guitarrista argentino Victor Biglioni em Botafogo. Xande teria então cerca de 15 anos. Depois de atravessarmos o túnel, na altura da Praça da Bandeira, meu Chevette, com o carinhoso apelido de Chevelho, apagou, como se apagam velinhas e velhinhas, sem muita cerimônia. Na época o lugar era conhecido pelos constantes alagamentos e assaltos a mão armada.

Era preciso agir rápido em busca de socorro naquele deserto por volta de 2h da madrugada. Aproximavam-se dois desconhecidos. Suspeitei que não vinham em nosso auxílio. Suspeita mais realista me assaltou as ideias. Pedi ao Xande que ficasse dentro do carro. A intuição me veio como silenciosa ordem, em tom de desafio. Não estuda tanto? Ponha em prática o que aprendeu! Logo me vieram à mente determinados mantras e sons vocálicos ensinados na Ordem Rosacruz -- AMORC. Tenso e me supondo vítima ideal, nas circunstâncias, de possíveis meliantes, antes que estivessem muito perto, visualizei o carro e os ocupantes envoltos em alguns círculos de luz colorida. Envolvi, suponho, com luz os dois que se aproximavam. Não faço ideia de como resolveram se desviar de nós, tomando rumo desconhecido. Sumiram na escuridão. Devo ter voltado a respirar nesse momento.

Ainda assustado, identifiquei-me para os dois PMs que faziam ronda em uma viatura. Chegaram uns dez minutos depois. Confirmaram que a área era muito perigosa. Creio que comecei a contar a eles o ocorrido, mas omiti os detalhes que não compreendia bem. Examinaram o motor, que parou de brincadeira besta e voltou a funcionar. Seguimos para casa comentando a inusitada aventura. Pelo retrovisor percebi que a viatura me seguia. Pouco adiante nos deixou. O Chevelho na certa se cansara de brincadeiras idiotas.

Enfim, bom estar aqui para contar essa lorota. O referido é verdade e dou fé. Se lembra disso, Xande?


ĴAZ-KONCERTO


Filo Plej Maljuna kaj mi revenis de koncerto de la argentina gitaristo Victor Biglioni en Botafogo. Ŝande tiam aĝis ĉirkaŭ 15 jaroj. Post la eliro de la tunelo, proksime al Praça da Bandeira, mia Chevette, karese kromnomita kiel Chevelho, mallumiĝadis, kvazaŭ mallumiĝas kandeloj kaj maljunulinoj, sen ajna ceremonio. Tiam tiu loko estis konata pro konstantaj superakviĝoj kaj pafilportantaj asaltoj.


Necesis rapide agi serĉe de helpo en tiu dezerto ĉirkaŭ la 2ª horo frumatene. Alproksimiĝadis du nekonatuloj. Suspektis mi, ke ili ne venis help-intence. Suspekto pli realisma asaltis min. Petis mi, ke Ŝande restu ene de la aŭto. Intuicio venis al mi kia silenta ordono, defio. Ĉu vi ne tiom studas? Praktiku do kion vi lernis! Tuj venis al mi en la kapo kelkaj mantramoj kaj vokalaj sonoj, laŭ instruoj de la Rozikruca Ordo -- AMORC. Streĉa kaj supozeble ideala viktimo, en tiaj cirkumstancoj, de eblaj friponoj, antaŭ ol ili estu tre proksime, mi mensevidis la aŭton kaj ĝiajn okupantojn ĉirkaŭitajn de kelkaj koloraj lumcirkloj. Supozeble, mi ĉirkaŭis lume tiujn du alproksimiĝantojn. Ideon mi ne havas pri kial ili decidis retroiri for de ni, al nekonata destino. Ili malaperis en mallumo. Certe tiam mi refoje spiradis.


Ankoraŭ timema, mi min identigis al du policistoj, kiuj rondiradis tie en veturilo. Alvenis ili dek minutojn poste. Ili konfirmis, ke tiu loko estis tre danĝera. Supozeble mi komencis rakonti pri la okazintaĵo, sed la detalojn de mi ne bone komprenataj mi preterlasis. Ekzamenadis ili la motoron, kiu ĉesis la sensencan ludon kaj refunkciis. Ni iris hejmen kaj komentis pri la neatendita aventuro. Per la retrospegulo mi perceptis, ke la polica veturilo nin akompanis. Iom poste ĝi nin preterlasis. La Chevelho certe estis laca pri idiotaj ludoj.


Fine, bonas esti ĉi tie por rakonti tiun fifikcion. La referaĵo, tamen, estas vera kaj tion mi atestas. Ĉu vi memoras pri tio, Ŝande?


domingo, junho 16, 2024

PESSOA AMOROSA/ HOM'AMA






Seja como for 

Tudo vale a pena 

Se ensopadinha de amor 

A alma não é pequena.

 

Ĉiel iel ajn 

Se per amo plena 

Ĉio estas gajn' 

El animo bena. 

      (Paŭlo F. Pessoa Nascentes)


domingo, junho 09, 2024

SOBREVIDA / POSTVIVO

 

SOBREVIDA

Paulo Nascentes
Poesia dispensa apresentação. 
Por ser poesia, representação.  
Ou representa ação. 
Fingimento. Ficção. 
Espécie gozada, 
gozador, o poema goza 
o tempo todo 
com a cara de quem 
não goza a vida, o amor. 
Mesmo a dor, às vezes 
tão gozada!

Poema se mente 
ou não mente é ente, 
antes sêmen 
que somente seminário 
do mesmo e do vário. 
Semeia no ovário 
do nada. 
Do calvário ao desvario 
varia a fala 
da louca poesia. 
O poema, louco, 
aceita e nega: de médico 
poeta e louco 
quem de nós 
não tem um pouco? 
Só louco!

Livro de poemas, 
outra história. 
Desce a deusa do olimpo 
e suja as mãos de diva 
no divisível, numerário, 
despesa, fragmentário 
da dívida e da dúvida. 
Publica? Não publica? 
Faz-se tímida 
ou pública e notória? 
Nas manhas do negócio, 
tantas vezes tão simplória, 
sorriso amarelo, 
vestidinho de chita. 
Quando não lacinho 
nas trancinhas 
sob o chapéu de palha.

Mas um dia, mais livre, o livro. 
E aí um deus-me-livre! 
Cada palavrão 
falando grego: prefácio, 
ficha catalográfica, 
prolegômenos, posfácio, 
fac-símile. Isso 
gasta o latim! 
Enfim, pra concluir, 
por onde ir na temática 
o poeta, que em matemática 
nunca foi bom? Achou então 
que a boa temática 
seria dar voz 
à própria poesia
 para falar de si mesma. 
E veio a ideia: meta-poesia. 
Mas isso é música antiga. 
Pois então, música arcana.

Nasce assim o objetivo. Este fim, esta meta. META: POESIA EM MUSICARCANA.


POSTVIVO

Paulo Nascentes

Poezio sendevigas 
sinprezenton. 
Ĉar estas ĝi poezio, 
reprezento.  
Aŭ reprezentas ion. 
Ŝajnigo. Fikcio. 
Kurioza specio, 
mokanta, poemo ĝuas 
dum la tuta tempo 
pri kiuj ne ĝuas 
vivon, amon. 
Eĉ doloro foje 
tiom kuriozas!

Poemo se mensogas 
aŭ ne mensogas 
estas estaĵo, 
unue semo anstataŭ 
nur seminario 
pri samo kaj vario. 
Semas ĝi en la ovario 
de l’ nenio. 
De kalvario al frenezeco 
varias la parolo 
de freneza poezio. 
Poemo, freneza, 
konsentas kaj neas:
kuracisto poeto 
kaj freneza, kiu ne havas 
almenaŭ iom? 
Nur frenezuloj!

Libro de poemoj, 
alia afero. 
Malsuprenvenas diino 
el olimpo, 
diinajn manojn malpurigas 
en divideblo, mono, elspezo, 
en la fragmentigo 
de ŝuldoj kaj duboj. 
Ĉu publikigas ilin? Ĉu nenion? 
Iĝas ĉu timida 
ĉu publika kaj fama? 
Pri l' negocaj ruzo 
plurfoje tiom naiva, 
flava rideto, 
robeto de katuno. 
Aŭ kokardeto 
sur plektaĵetoj 
sub pajla ĉapelo.

Tamen iutage, pli libera, 
la libro. 
Kaj do jen: dio mia! 
Ĉia fivorto grekparolanta: 
antaŭparolo, kataloga slipo, prolegomenoj, 
postparolo, fac-simile
Jen elĉerpiĝas 
la latina! Konklude, 
kien iru rilate la temon 
la poeto, 
kiu pri matematiko 
neniam sufiĉe bonis? 
Pensis do ke bona temo 
estus paroligi 
la poezion mem 
por diri pri si mem. 
Do venis ideo: meta-poezio. 
Sed tio estas antikva muziko. 
Do, arkana muziko.
Naskiĝas la celo: META-POEZIO 
PER ARKAN-MUZIKO.

ISTO FAZ UM BEM! / KIA BON-EFIKO!

 


ISTO FAZ UM BEM!

Paulo Nascentes

Meu poema foi recolhido
tá encolhido no xadrez.
Cheirava coca
cheirava cola
na praça da Sé.

Meu poema é dimenor
no chafariz tomou banho
num otário fez um ganho
meu poema deu no pé.

Agora está recolhido
no fundo da Funabem
na Funabem servem coca
cola não sei se tem
meu poema tá magrinho
ossinho como ele só!
Barrigão de verminose
sonha sonhos de overdose
poema te sei de cor,
poeminha dimenor!

**** === ****

KIA BON-EFIKO!

Mia poem' estis kaptita
humiliĝas en karcer'.
Ĝi flaradis kokainon
flaradis gluaĵon
en Praça da Sé.

Mia neplen-aĝa poem'
en fontano baniĝis
stultegulon forrabis
mia poemo forfuĝis.

Nun humiliĝas ĝi
funde de Funabem
tie kokaino sin proponas
gluaĵon ne scias mi
mia poem' maldikiĝas
osteto kia nur li!
Ventrego plena je tenio
sonĝas sonĝojn pri superdozo
poemo, parkere mi konas vin,
neplen-aĝa poemeto!