PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

Powered By Blogger

sexta-feira, abril 21, 2023

AMANTO/ RICARDÃO


AMANTO 
ne faras mi versojn kiel mortanto 
nek versojn faras nenion faras 
simile almenaŭ al iu mortanto 
nur versojn faras kiel vivanto 
kun subpremoj kelkaj misfaroj: 
versojn mi faras kiel kuranto 
tiom malatenta kiu tamen 
ĉion perceptas jam sensurprize 
kvazaŭ ene de granda ebrio 

ne kantas mi morton nur vivon kantas 
rozon kaĵolas kaj margareton 
kaj najbarinon de 105 
sed nur post la diant-foriro 
mi flaras rozon ŝin senpetaligas 
ege zorgeme sen veki lin 
pro ajna trouzo ajna ĵaluzo 


RICARDÃO 
não faço versos como quem morre 
nem versos faço nem faço nada 
que ao menos seja como quem morre 
só faço versos como quem vive 
com atropelos com desencanto: 
eu faço versos como quem corre 
tão desatento e no entanto 
tudo percebe já sem espanto 
como se dentro de um grande porre 

não canto a morte, só canto a vida 
e canto a rosa e a margarida 
e a vizinha do 105 
mas só depois que o cravo sai 
eu cheiro a rosa e a despetalo 
muito cuidado sem despertá-lo 
em seu ciúme

domingo, abril 02, 2023

FLOR DA VIDA/ FLOR’ DE VIVO

 

Fotis Paulo P Nascentes


FLOR DA VIDA

na Geometria Sagrada

a Beleza nos convida

a contemplar a Perfeição

nela pulsa a Flor da Vida

flor interconexão:

campos dentro de campos

círculos interseção

curvas sábias Infinito

 

Geometria Sagrada

Geômetra Silêncio

a Se contemplar em nós

Silêncio de tantas eras

Música da Esferas

ao Si mesmo dando voz!

 

Flor da Vida sem idade

movimento no sem tempo

eternidade me contemplo:

sendo Eu Sou – Totalidade

Supremo Poeta

compõe toda a Harmonia

sendo Alvo sendo Seta

Unidade em Poesia:

Plenitude no Vazio!

 


FLOR’ DE VIVO

en Sakrala Geometrio

Beleco invitas nin

kontempli Perfektecon

en ĝi pulsas Flor’ de Vivo

flor’ interkonekso:

kampoj ene de kampoj

cirkloj intersekco

saĝaj kurboj de Senfino

 

en Sakrala Geometrio

Geometro estas Silento

Sin kontemplas en ni

Silento de tiomaj eraoj

Muziko de Sferoj

al Si mem Voĉon donante!

 

senaĝa Flor’ de Vivo

movo ene de sentempo

eterneco mi min kontemplas:

estante Mi Estas – Tuteco

Mi Estas – Superega Poeto –

komponas tutan Harmonion

estante Celo estante Sago

Unuo kaj Poezio:

en Malpleno Pleneco!

quinta-feira, março 30, 2023

SONHO TRANS/ TRANS SONĜO

 


SONHO TRANS

Contou-me em terapia. Longe de casa, hotel na Pauliceia Desvairada. Trans bem transada, drinques sem papo, 69 suculentos boquetes, saciadas rabiolas. Recomenda-se? Para você vulgaridade, indecência, que nome dar? Para o cliente, vergonha, dor, sofrimento?


TRANS SONĜO 

 Min rakontis li dum terapio. For de hejmo, hotelo en la Frenezega Sanpaŭlo. Eleganta persono trans, senbabilaj drinkoj, 69 sukaj midzoj, sataj anusoj. Ĉu rekomendinda? Por vi, ĉu vulgareco, maldecaĵo, kiel nomi tion? Por la kliento, ĉu honto, doloro, sufero?

domingo, março 26, 2023

FONTE/ FONTO

 


FONTE

Água pra tua sede poesia corrente

regato frio clarinho carinho na mão em concha

te sacia em verso esponja

que se mantém molhadinho

ao voltares sedento te banha 

novo carinho desce em gole suculento.

 

Poesia servida em gotas serve o alento na medida

e mesmo as almas rotas se refazem 

ganham vida! Vem límpida fonte

jorrar a vida infinita!

 

A Fonte flui no teu Ser verso líquido corrente

verbo que aquece a gente,

Sol nascente a escorrer água fresca em Sol fervente.

 

Poesia dá de beber cada verso pura luz

brota em teu coração Fonte mesma do Ser

Poesia essa criança sempre festa doação

jorra Vida na canção.

 

FONTO

Akvo al via soifo,

jen fluanta poezio,

milda klara rivereto,

sur konka mano kareso,

vin satigas spongo-verso

kiu daŭras malseketa

kiam soifa vi revenos

nov-karese vin banos,

degutos kia suka gluto.

 

Poezio pogute servata

spiron proponas laŭmezure

eĉ disŝiraj animoj

revigliĝante plenvivas!

Venu, klara fonto spruĉas

kvazaŭ senfina Vivo!

 

En via sino Fonto fluas,

verso likve fluas,

vorto onin varmigas,

elfluas Sun-leviĝo,

freŝa akvo subsune bolanta.

 

Poezio akvon proponas,

ĉiu verso pura lum’

spruĉas el via kor’.

Fonto mem en via Esto

ekestas Poezio-infano

ĉiam sindonema festo

spruĉas kanto fluanta.

terça-feira, março 21, 2023

PERCURSO ÀS AVESSAS: Dorvalino semimorre

 
PERCURSO ÀS AVESSAS

                                     Paulo P Nascentes

Percurso de onde para onde?

Às avessas, como assim?

Mistérios quem responde?

Termina no início? Começa pelo fim?

Se Dorvalino semimorre,

quem o socorre?

Dorvalino vai escapulir?

Como saber se não comprar, se não ler?

A narrativa veicula poesia

ou não? -- é tudo ficção?


Reserve agora seu exemplar AQUI


segunda-feira, fevereiro 20, 2023

O POEMA/ LA POEMO


O POEMA

sim, fede e cheira

se denuncia a fome

ianomâmi o poema

quer dar aos bois nome!

 

sim, a Poesia lança o aroma

sutil da metáfora do símbolo

Poesia não noticia o assomo

em ritmo e espanto o embala

não denuncia o sarcoma

mesmo se o poema segue

em nítido coma!

 

Poesia dança 

lança perfume

onde muito fede

e horrível cheira!

****


LA POEMO

jes, ĝi malbonodoras fetoras

se denoncas la janomaman

malsaton la poemo volas

nomumi la bovojn!

 

jes, Poezio elĵetas la subtilan

aromon de metafor’ de simbolo

Poezio ne raportas pri l’ kolero

per ritmo kaj miro lulas ĝin 

la sarkomon ne denoncas

eĉ se daŭras la poemo

en komato evidenta!

 

Poezio dancas

elĵetas parfumon

sur kio tre fetoras

terure malbonodoras!

domingo, fevereiro 19, 2023

CONJUNÇÃO/ KONJUNKCIO


CONJUNÇÃO

se lá no assento etéreo onde reside 

o poema memórias desta vida se consente

repousem no etéreo eternamente

os poemas descontentes os demais

à Terra venham que os visto

 

dotado de livre arbítrio

decide o poema a quem aceita

se o seduzo com metáforas símbolos

ensaia o não, mas comigo enfim se deita

 

quanto mais tragédia e drama na origem

tanto mais de lirismo o enfeito

tanto mais com Poesia nos deleito

tanto mais tem amor tem vertigem

 

leitor leitora em crítico se arvora

seu charme gourmet se ensaia

hesita o leitor se carícia se delícia

ou se ávido e faminto o devora

o poema sem pudor e já sem saia

se sabe Poesia e diz todo semântico:

vem gostoso, me rejeita ou me deflora!

 

KONJUNKCIO

se en la etera sidejo kie loĝas 

poem’ konsentiĝas memoroj de tiu vivo

ripozu porĉiame ĉe l’ etero

malkontentaj poemoj, la ceteraj

tiujn mi ilin vestos: venu al Tero

 

dotata tamen de libera arbitro

decidas la poem’ kiun akceptas ĝi

se ĝin mi kaĵolas per metaforoj kaj simboloj

neo prov-lude ĉe mi fine kuŝas

 

ju pli tragedia kaj drama en l' origino

des pli per lirismo mi ĝin ornamu

des pli per Poezio ambaŭ plezuriĝu

des pli ekestas amo, ekestas kap-turniĝo

 

leganto, legantino kritikulo iĝas

sia ĉarmo gourmet sin montras

hezitas leganto ĉu kareso ĉu delico

ĉu avide malsate ĝin devoras

la poem' sen seks-honto jam sen jupo

sin scias Poezi', plene semantika diras:

miele venu, min forpelu aŭ min defloru!

sexta-feira, janeiro 27, 2023

SELVAGERIA/ SOVAĜECO


 

     SELVAGERIA

como o poema não veio

suas vírgulas assassinas

unhas escavadeiras

nessa noite do aperreio

sulcam na pele o veio

de linfa apócrifa

gosma de soslaio

 

o amanhecer não veio

mas promete de entremeio

a pele onde a dor mina

esfolada indefesa

e já sofrida

nessa noite do aperreio

sem brida ou freio


se se dispuser a vir

o poema distorcido

a que leitor estarrecido

servirá nessa noite

do aperreio de linfa de gosma

quem sabe até chorume?

 

pode o poema até nem vir

ou bêbado chegar

por ter sido despedido

na noite apócrifa

do aperreio ensandecido

 **********


     SOVAĜECO

ĉar la poemo ne venis

ĝiaj murdantaj komoj

fosmaŝinaj ungoj

dum tiu nokto de sufer’

surhaŭte vejnon fosas

de apokrifa limfo

     de oblikva muko

 

la tagvekiĝo ne venis

sed intermikse promesas

haŭton kie dolor’ ŝprucas

sendefenda skrap-vunda

kaj precipe suferanta

dum tiu nokto de sufer’

sen brido aŭ bremso


se sindisponi veni

la distorda poemo

al kiu mirega leganto

servos ĉinokte de sufer’

de limfo de muko

eĉ de grasa sterk’?

 

 

povas la poem’ ne veni

aŭ tute ebria veni

estante maldungita

en nokto apokrifa

de frenezega sufer’