DUFLUGILE
Poesia é algum atrevimento, transgressão cultural, língua retorcida na expressão do belo. Bom-mocismo ela desconhece, tira ouro do nariz, como o Drummond diz.
Primeiro em Esperanto me veio o poema abaixo. Só depois vestiu-se de brasileiro, a doce língua do português herdada, e então a mim se revelou. Parteiro um pouco, poeta assiste o petiz. Que gracinha!, suspira feliz.
Vai daí, o amigo Adonis visita o bebê e, nele inspirado, produz o terceiro da série. Eis:
Duflugile
Mem fragil'
venas subtile
se forgesata
Leĝo universala.
Fulmintuicion
validas racio,
flugas bildaro
kaj ni simile:
paro jen unuo
duflugile! (P. N.)
**************************
Com duas asas
Fragilidade
me traz sinal
se esquecida
a Lei universal.
Zás! a intuição!
e a razão após.
Voam curiós
e nós? igual:
par - a unidade
em asa dupla! (P. N.)
***********************
Duflugile
(Adonis Saliba)
Fragilec´
signalas
en forgesa ec´
Ĝi universalas
Fulm! Intuicien!
kaj kialo posta,
birdar´ foresta
kaj ni? Same:
Pare - unuope
Flugilduope!
1 Comentários:
Bela poemo! Kaj bele esperantigita! "par, a unidade em asa dupla" estas akra verso! Gratulon! Via poezio estas densa kaj pensiga.
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