PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

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segunda-feira, dezembro 15, 2014

VENTANA SOBRE UN HOMBRE DE ÉXITO/ FENESTRO SUR VIRO PROSPERA





VENTANA SOBRE UM HOMBRE DE ÉXITO

Eduardo Galeano[i]


No puede mirar la luna sin calcular la distancia.

No puede mirar un árbol sin calcular la leña.
No puede mirar un cuadro sin calcular el precio.
No puede mirar un menú sin calcular las calorías.
No puede mirar un hombre sin calcular la ventaja.
No puede mirar una mujer sin calcular el riesgo.


FENESTRO SUR VIRO PROSPERA
Eduardo Galeano esperantigita de Paulo Nascentes
Ne povas li rigardi la lunon sen kalkuli la distancon.
Ne povas rigardi arbon sen kalkuli la brul-lignon.
Ne povas rigardi pentraĵon sen kalkuli la prezon.
Ne povas rigardi menuon sen kalkuli la kaloriojn.
Ne povas rigardi viron sen kalkuli la avantaĝon.
Ne povas rigardi virinon sen kalkuli la riskon.




[i] In: Las palabras andantes. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2013. p. 125. (Biblioteca Eduardo Galeano; 12)

domingo, dezembro 14, 2014

GÊNEROS EM PAZ/ GENROJ PACE


GÊNEROS EM PAZ

enforcou-se o poema compassivo
sem mais aviso nas cordas vocais
sem mágoa, desespero, só sorriso:
na defesa dos gêneros – só paz
contido, sufocado e eloquente
ecoa o grito para além dos ismos
supera feminismos e machismos
devolve amor e vida a toda a gente

essa corrente de amor libera
das correntes despidas de sentido
amantes da suposta hierarquia:

é grito com estrondo, mas sem guerra,
invade corações sem alarido
fala forte e macio – é poesia!

 

GENROJ PACE
pendiĝas kompateme la poem’
en miaj voĉaj kordoj sen avizo
sen ĉagreno, malesper’: eta rido
defende de la genroj – nur pacem’
kun sintena, sufokata elokvent’,
eĥiĝas laŭta krio trans la ismoj
iras trans la inismoj kaj masklismoj
amon, vivon al ĉiuj ĉimomente

kaj tiu amotorento liberas
de l’ katenoj de senigitaj sensoj
amantojn de stulta hierarki':

krio ja brua, senmilita kri'
invadas jen senbrue ĉiun koron
diras milde kaj forte – jen poezi'!

 

quarta-feira, dezembro 10, 2014

VENTANA SOBRE EL MIEDO/ FENESTRO SUR LA TIMO



 
Ventana sobre el miedo

Eduardo Galeano[i]

El hambre desayuna miedo. El miedo al silencio aturde

Las calles. El miedo amenaza:

Si usted ama, tendrá sida.

Si fuma, tendrá cáncer.

Si respira, tendrá contaminación.

Si bebe, tendrá accidentes.

Si come, tendrá colesterol.

Si habla, tendrá desempleo.

Si camina, trendrá violencia.

Si piensa, tendrá angustia.

Si duda, tendrá locura.

Si siente, tendrá soledad.

 

Fenestro sur la timo

Eduardo Galeano. Esperantigis Paulo Nascentes

 

La malsato voras timon. Timi silenton turmentas

La stratojn. Timo minacas:

Se vi amas, havos aidoson.

Se fumas, havos kanceron.

Se spiras, infektiĝos.

Se trinkas, akcidentiĝos.

Se manĝas, havos kolesterolon.

Se parolas, maldungiĝos.

Se promenas, venos perforto.

Se pensas, havos angoron.

Se dubas, ja freneziĝos.

Se sentas, sola vi iĝos.






[i] In: Las palabras andantes. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2013. (Biblioteca Eduardo Galeano; 12)

segunda-feira, novembro 24, 2014

ERO DE ARO: ARO DE EROJ



espero ero de malespero
eraro aro de lingvobaro
brilo: interkomprenilo
el esperantigo esperantiĝo

esperanto aŭ Esperanto?
esprimilo? ekspremanto?
ĉu klubano? ĉu nur klano?
komputile? sur ekrano?
Esperanto aŭ esperonto?
esperinto? kabeonto?
ne ĉi tie: en horizonto?
neniel nun: kiam? iam?

entuziasmo? intime, azen’?
ene ĉu vino aŭ ĉu venen’?
afiksodanke, emo al poemo
ĉu ikso-manke, do h-sistemo?
vortofarade, ĉi kamarado
versofaradas: ade etas ade adas
foje kun rimo foje krimo
foje el ino am’ al poemo
foje sen limo foje jen kremo
foje kreemo foje kreteno

- sed ĉiel iele revenas espero:
al nia homar', interkompreno!
ĉu horizonto ja tie ĉi?
nun! ne plu iam – decidu ni!


domingo, novembro 16, 2014

ŜTELINTO DE VORTOFORTO


El plurjara suferego naskiĝis liamense konvinko ŝtona: ŝtonforma fariĝos la koro! Porĉiame fermite, senakva puto preskaŭ senmova, estiĝu tiu senkuraĝa koro horon post horo, misviva. Centmiloj da vortoj liakape ruliĝantaj pravigas al li decidon subkore kaŝitan: "mian tutan fortofrapon mi uzu kontraŭ forto de vortoj, precipe mensogaj, precipe infanaĝ-memorigaj."
 
Maldika malfortulo, nur por vortonuligo al li forto ne mankis. Eĉ se laca, kvazaŭ mortinta, lia animo kreskadis se trafa frapado sur vorto ebladis. Forkuro de okuloj tra literaturo, tra ĉiu beletraĵo aŭ aparta poemo nur emo nutradis por vortodetruo. Unue venis surpapera truo per tranĉilo akra. Poste ne plu nur librojn li viktimadis, sed verkistojn li punis per neatendita silentigo. Eldonejoj vizitataj de li mistere la pordojn fermadis. Kaj fine, post laboratoria laboro, li inventis likvoron venenan kontraŭ naskiĝontaj vortoj ĉe vortofarado. Ankoraŭ pli krude, kruele, sintrude: mem vortopensado jam tute neeblas al plej vortemuloj. Ili ĉiuj fariĝis iom-post-iom pli kaj pli senvortuloj, fariĝis por ĉiam vortomutuloj.
 
Kelkjaroj poste de vivo tute vortomanka, homoj jam perdis sian memoron. Socio-esploristo vizitis urbon post urbo, kamparon, vilaĝon, enlandan regionon. Tiom da serĉo lin fine kondukis al tute mistera knabo. Trezoron kaŝitan verŝajne liaj okuloj lumbrilaj portadis. Pri kio temis tamen neniu plu sciadis. 

quarta-feira, novembro 05, 2014

CALCINANTE/ KALCINA




CALCINANTE


asa delta? borboleta?
fio tênue? mera linha?
mal te cobre a... silhueta
a delicada calcinha.

desenho de que prancheta
tua íntima pecinha?
quase rimei com... eta!
e o poema perde a linha.

abala-se a poesia
vai-se a ordem do universo
quase a dose foi letal

um fogo me consumia:
teu calor assou meu verso
no aquecimento global!

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KALCINA


deltaplano? papilio?
subtilfaden’? nur linio?
miskovrita silueto?
eta ina kalsoneto!

dezajnis kiu tabuleto
vian intiman peceton?
rimo... nu! – ne venu:
misvojiĝus la poemo.

la dozo preskaŭ letala:
skuiĝas kaj poezio
kaj la ord' universala,

fajris min varma bruliĝo:
bakis verson varmo via
kia ter-globa varmiĝo!

quarta-feira, outubro 29, 2014

ESPANTO DO ESCURO/ SURPRIZO EL MALLUMO


Poetas cultivam sonho, 
irmão gêmeo da utopia,
madrinha do movimento,
padrinho do novo dia.

Dentro do sonho tem vida, 
na utopia, um espanto,
no movimento, alegria,
no novo dia - encanto!

Poesia evoca o escuro 
por amor à claridade,
nela germina o futuro,
nela - a fraternidade!

Os sonhos não envelhecem, 
mas aceitam polimento,
acatam o sim no talvez,
adiam o adiamento:
luta, só com polidez!

Poetas cultivam sonho, 
contraponto à hegemonia.
Realidade - suponho -
é o nome da poesia.

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SURPRIZO EL MALLUMO

Poetoj revon kulturas, 
ĝemelfratoj de utopio,
baptopatrino de movo,
bopatro de tago estonta.

Ene de revo jenas vivo, 
en utopio, surprizo,
en movo, ĝojo, esprimivo,
en re-tago - ravo brilas!

Poezio eĉ dum mallum' 
pro amo al eco de lum'
burĝone estontas ĉiame,
ĝi estas frateco - same!

Se ne maljuniĝas revoj, 
polurado tamen bonas,
el eblo jeso venas,
iamon revoj iamas:
lukto, nur kun polur'!

Poetoj revon kulturas, 
kontraŭstaro al hegemoni'.
Realo tre supozeble
estas nom' de poezi'.







EDUCAÇÃO TRANSNACIONAL DO CIDADÃO PLANETÁRIO

Revisado e ampliado, em busca de novas reflexões, o artigo se oferece ao diálogo. 
PN
 
***************
 
EDUCAÇÃO TRANSNACIONAL DO CIDADÃO PLANETÁRIO
Paulo Nascentes 

 
"A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho

original." (Albert Einstein)




Como se tornar cidadão mundial atuante - exigência premente hoje - sem dispor de um meio de comunicação efetivo, de aprendizagem relativamente fácil e sobretudo neutro, isto é, não atrelado aos interesses de determinadas nações ou ideologias? Mais: que seja minimamente crítico em relação à Educação como formadora prioritária de consumidores ávidos até mesmo no campo da afetividade. A barreira das línguas - esse o ponto a enfatizar - continua desafiando a tecnologia das máquinas de tradução bem como o bom desempenho efetivo numa segunda língua, calcanhar-de-aquiles da Educação Nacional, como começa a perceber parte responsável da mídia. Além disso, a situação vigente ​tolhe a liberdade de escolha das línguas a serem aprendidas na escola, ao lado da língua materna. Decorrente da
geopolítica do Pós-Guerra, essa restrição à livre escolha deixa de refletir qualquer atenção aos valores humanos em Educação. Veja o que diz o Manifesto de Praga, documento que merece leitura atentahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_de_Praga.
 

 "Não há nenhuma língua étnica que não esteja ligada a determinada cultura e a determinada nação ou conjunto de nações. Por exemplo, quem estuda Inglês, trava conhecimento com a cultura, a geografia e a política dos países anglófonos, principalmente dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Quem estuda Esperanto, trava conhecimento com a cultura de um mundo sem fronteiras, no qual nenhum país é estrangeiro." Significa dizer que "a educação transmitida por meio de uma língua étnica está necessariamente ligada a determinada perspectiva sobre o mundo."

 
Acrescente-se a isto que a democracia linguística entende como natural a convivência dos diversos meios de se alcançar um objetivo justo: a necessidade sentida pelo cidadão de se comunicar de igual para igual com seus pares em todo o mundo, com a superação da barreira idiomática e a comunhão pela solidariedade dos povos. 

Uma Educação transnacional, ao contrário, nos põe em contato imediato com o colorido variado das diferentes culturas, amplia nossa receptividade ao diferente, com a valorização da riqueza das culturas tribais e minoritárias, com seus saberes tradicionais e úteis. O mais importante: a Educação transnacional nos dá meios e modos de enfim nos tornarmos de fato cidadãos planetários. Partilhar uma língua neutra com os que a usam traz a vantagem da participação direta, em plenitude, nas ações e decisões de organismos internacionais de estados, de empresas e de agentes do terceiro setor, como ONGs e entidades que promovem a Cultura da Paz e a proteção ambiental, por exemplo, como recomenda a Unesco.

Durante nossas viagens, como hóspedes de moradores locais, jamais seremos apenas turistas levados só a lugares sugeridos por agentes de viagem, vendo paisagens por trás das janelas de vãs e ônibus alugados. Ao contrário, com amigas e amigos prontos a nos receberem e a nos mostrarem seu dia-a-dia, fato comum para esperantistas em todo o mundo, a viagem ao Exterior fica muito mais divertida e proveitosa. Quem fala Esperanto constata isto todos os dias no mundo todo! Confira: http://www.esperanto.com.br/comunidade/passaporte/

Embora em Educação o alcance de certas medidas só possa ser avaliado após algumas décadas, do ponto de vista individual as vantagens da Educação transcultural são imediatas, tão logo seja possível a comunicação em Esperanto. Por se tratar de uma língua mais fácil de aprender do que a maioria das línguas nacionais (estas no geral cheias de terríveis exceções), em Esperanto a distância entre o aprendizado e o uso efetivo da língua fica bem menor. A explicação disto é simples. A lógica estrutural, a simplicidade fonética e gramatical, a ausência de exceções e o vocabulário internacional – que se multiplica rapidamente com centenas de novas palavras formadas com o auxílio de cerca de 30 prefixos e sufixos – são características que aceleram muito a aquisição da língua. Em Esperanto você pode comunicar qualquer conteúdo e amplia seu vocabulário de forma rápida e divertida. É lúdico. Assemelha-se ao jogo de combinar blocos coloridos quando se usa o conhecido brinquedo Lego. 

Num círculo de debates com pessoas de qualquer parte do mundo, o uso do Esperanto propicia a plena igualdade entre os interlocutores. Todos partem do mesmo ponto, podendo falar sobre o que quer que seja, mas sem o desconforto de se sentirem intimidados pela maior fluência dos nativos da língua dominante. A discussão dos graves problemas mundiais em Esperanto dispensa, assim, a legião de intérpretes e os fones de ouvido, como é praxe nas conferências internacionais hoje. Ou superamos logo a barreira causada pela multiplicidade de línguas (e todas as línguas, mesmo as minoritárias, merecem ser preservadas!), ou amargaremos ad eternam os fracassos das reuniões ditas multilaterais em que só os representantes das nações dominantes se sentem em casa, pois "minha pátria é minha língua", como se sabe... No entanto, quem fala Esperanto consegue o milagre de poder dizer tanto de sua língua materna como do Esperanto: sinto cada uma dessas duas como minha língua. Uma, por ser a do meu povo, e a outra, por estar hoje espalhada por todo o Planeta, presente nos cinco continentes, em centenas de países, em milhares de cidades. E, em tempos de internet, a delicadasituação da comunicação internacional pode ser rápida e facilmente resolvida, se assim o desejarmos, em poucas gerações.


Serviço:

Esperanto na UnB/UnB Idiomas​:
​Pela Internet: www.pt.lernu.net




 


 



 





 

 


 
 
 
 


 

 







  

 

 




 


 
 






 



 

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