ESCULTURA NO PAPEL
essa pouca cinza fria
(como dizia o Bandeira)
já foi brasa de fogueira
e esfolava e ardia
cinza é cor e cinza é pó
mas cinza vira cinzel
escultura no papel
acorde todo de dó
o poeta vê em si
a dor que sabe ser sua
e como um ator atua
revelando o que há em ti
tu finges não perceber
o aroma que te perfuma:
o que estava a te doer
dói em mim - que a dor é uma
mas a dor em fogo brando
já derrete é cinza fria
fica o longe te lembrando:
a dor que nos consumia
lá se foi pra não-sei-quando
quando virou poesia...
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