O DENSO E O INCENSO
Paulo Nascentes
quando contactado,
o Princípio que
in-forma
a forma que
provisório habito
desvela - fragmento
- o infinito
que Eu Sou,
revela o denso e o
incenso
a pequenez do
imenso
a imensidão do micro.
quando religado,
o canto que expresso
é sinfonia do
universo
espelho que
atravesso
mesmo surfando a
superfície
profundidade do
simples no complexo
simplicidade do nexo
e do sentido.
quando integrado,
o Ser em mim se sabe
sendo
meu saber se alumbra
e cala
cada nota ressoa e
resvala
na ressonância de
outra nota e nota
que essa outra,
nascida do indiferenciado,
conhece o Campo
Zero, mas se sabe Um
e entoa o cântico
dos cânticos
onde repousa a
suspeita do nada
o eco reverbera: há
Um! há Um!
quando enamorado,
amante deslumbrado
ante o mistério radical
do ser amado
o Ser se refaz
perplexo: o seccionado, o sexo
o prenúncio da
Unidade:
o Dois se faz Um
e se revela: há Um! há Um!
a diversidade do
múltiplo
o disfarce do Um!
Unidade, o nome
secreto
para sempre
escondido
da simplicidade do
nexo
e do sentido.
9 Comentários:
Parabéns,amigo Paulo Nascentes,pela belíssima metafísica poética. Necessária transcendência.
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Misteriosa, suave e belissima tela renascentista pintada em versos, poeta.
Parabéns!
Parabens Paulo, pela rima que se transforma em versos.
Cléo
Grato pela gentileza do comentário e do compartilhamento, poeta Nazaré!
...e que mais possa eu dizer do privilégio do viver diário, "cotidiário" com o poema, poeta e poesia que ora densa, ora incensa minha vida; e me "en-forma" o corpo e me desvela alquimicamente a alma; e me ama e se me revela, espelho, o Ser, no Supremo Poeta do Universo em prosa e verso, verso, verso...........
Com amor
Maria Angela (MÔ)
Vi donis vivon al artefaritaj ideoj. Vi iel homigis la etoson de la informa teknologio, kaj vi tion faris per belaj, inteligentaj, bonege aranĝitaj versoj. Iu bezonis fari iun odeton al la instrumento, kiun ni tiel uzadas en nia ĉiutago, kaj kiu konas nin pli ol ni mem. Vi estis tiu iniciatinto. Gratulon, kamarado Paulo!
tiel milde kaj uragane flugi per la flugiloj de via bela viva poezio! meritas esti muzikigita!
brakumon!
Belega poeziaĵo! Aparte plaĉis al mi la dialektiko de la erotika temo en nov-baroka vortoludo. Laŭlonge de la versoj plektiĝas semantika reto da izotopioj disde la polemika dikotomiaĵo ne hazarde proponita kiel titolo. La solvon al la nesolvebla ekzisto-konfliko (dueco) ja prave nur povas doni la amo (unueco), nome la dialektika fandiĝo de la vivo. / Gratulon!
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