aquecida a palavra o poema reacende
a imagem, polida, já se retempera
o mental pouco apita: do sutil descende
o frescor da poesia instaura a primavera
não sei se fada safada ou duende
não sei se brisa se brasa ou quimera
não sei quem me usa quem musa se prende
nas cordas do verso nas bordas da esfera
se musa me usa já música escorre
os acordes pressinto, consinto e ofereço
o sedento sacio o faminto não morre
a musa me usa: achou o endereço?
o tempo não pára mas também não corre
- a poesia o eterno recria... e adormeço
(esperantigon ribele rifuzas kelkaj poemoj...)
vorto hejtita, poem' refajrita
la bild', polurita, jen ĝi jam
hardita
elmense ioma opini': el la plej subtil'
la freŝo poezia printempon estigas
ne scias mi, ĉu petola fein' aŭ elfo
ne scis mi, ĉu ventet', ĉu braĝ’ aŭ
ĥimer'
ne scias mi, ĉu min uzas krampa muz’
en kordoj de l' vers' en eĝoj de l'
sfer'
se uzo de muzo muziko elverŝas
kaptitaj akordoj, konsento, propono
soifanto satiga malsatul’ ne mortas
la muz’ uzas min: trovita l'adres'
tempo ne ĉesas sed ankaŭ ne kuras
- Eternon inventas
Poezi': ekdormas mi
2 comentários:
"A musa me usa", e o Poeta abusa...
Mão dupla no reino da palavra poética, na roda do eterno retorno (como queria Nietzsche).
Gratíssimo, Nazaré. Do teu íntimo de poeta o retorno da simpática apreciação.
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