PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

Powered By Blogger

terça-feira, 6 de setembro de 2022

PORTRETO/ RETRATO

 


eltonda kato el greso

harmonio en rivereto

trinkanta kato katino 

belas bildo aŭ portreto: 

gresa feliso en kombino

fluas akvo - natur-sekreto


gato surge do gramado

pela tesoura que o via

gato que nunca mia

bebe água do regato

eterno nesse retrato

enquanto a água fluía!


(enportugaligis Maria Angela)



sexta-feira, 26 de agosto de 2022

DESENCANTO (originala)/ DESENCANTO/ SENILUZIIĜO

 💔 💔 💔

DESENCANTO

original de Manuel Bandeira

Eu faço versos como quem chora

De desalento… de desencanto…

Fecha o meu livro, se por agora

Não tens motivo nenhum de pranto.


Meu verso é sangue. Volúpia ardente…

Tristeza esparsa… remorso vão…

Dói-me nas veias. Amargo e quente,

Cai, gota a gota, do coração.


E nestes versos de angústia rouca,

Assim dos lábios a vida corre,

Deixando um acre sabor na boca.


— Eu faço versos como quem morre.




 💔 💔 💔


DESENCANTO

à moda de Manuel Bandeira

faço poemas como quem cora

tão desatento ao desencanto

pecha do livre que nos devora

sois emotivo e duro e pranto


poema range ruge o dente

retesa o espaço em morse vão

mas morse é morte (ninguém entende)

e quem entende não fala não


e este poema de angu na boca

assim quisera estar de porre

cantar mais livre a verdade toda


        - mas faço versos como quem corre…



 💔 💔 💔


SENILUZIIĜO

simile al Manuel Bandeira (*)

honte mi poeziumas

malzorgata seniluzi’

misvoras libero misa

trosentemon ploron umas mi


roras kaj grincas tiu poemo

spaco streĉa (nur vana kodo)

mortanta kodo nur morsa kodo 

komprenemulo silenta emo


tiu surbuŝa kaĉ' el farun'

ĉu emas poemo al ebri'?

tutan plenveron ni kantu plu


        - kuro-simila poezi'…


(*) Manuel Bandeira (1886-1968) estas brazila poeto de modernismo iel romantisma. La originalan poemon oni konsideras metapoemo, tio estas, poemo celanta priskribi la proceson mem de beletra kreado.


quarta-feira, 20 de julho de 2022

PRESENTE/ DONACO

 

SONETO SONETO SONETO


presente não se adquire:
se compõe e se constrói
na poesia que inspire
o melhor que existe em nós

vou do quarteto ao terceto
(meu amor sempre crescente):
arrisco até um soneto
-- futuro deste presente

agora passo aos tercetos
preparando a obra-prima
aplainando os desacertos

agora é criar o clima:
meu, o presente, o soneto
tua, a vida -- que assim rima!

*******

donacon ne ĝin akiru:
ĝin komponu, faru ni
per poezio inspiru
tion plej bonan en ni

al kvarversaĵ' de l' tercet' 
(mia am' de kreska ec'):
riskas mi eĉ sonet'
-- estonto de estantec'

tercetoj nun sen misfaroj 
la ĉef-verko - mia estim' -
venas tute sen eraroj


kreiĝas nun tiu pecet':
via, la vivo, la rim',
mia, donaca sonet'!


quarta-feira, 13 de julho de 2022

O sentido da Vida/ La senco de Vivo

💦

O sentido da Vida

Paulo P Nascentes


Boa tarde, ouvinte da Rádio Sabedoria Interior. Agradeço ao Prof. Aderson Viana, colega de profissão e de mentoria, a gentileza do convite. Peço licença para me apresentar pra quem não me conhece. Tudo bem? Sou Paulo Nascentes, carioca, moro em Brasília-DF, docente aposentado pelo Instituto de Letras da Universidade de Brasília. Com a chegada da chamada Meia-Idade e da Aposentadoria, resolvi me reinventar. Busquei novos caminhos, me tornei terapeuta transpessoal e mentor master. Sou assistente da Escola DEP - Dinâmica Energética do Psiquismo, pós graduado em Psicologia Analítica, estudo Arteterapia junguiana. Sou também Mentor Master, pelo Sistema ISOR do Instituto Holos. Afinal, qual o sentido da vida? Bom, nesses tempos de complexidade, tratemos de nos reinventar. Eis a reflexão que trago e o convite que deixo. Que tal se reinventar? Vamos nessa?


Crise da Meia-idade

Quem em mim deseja saber qual o sentido da vida, caso exista algum sentido? Na certa o ego, esse poderoso gerente do consciente, ávido por controle. A Vida é o Espaço vazio, a Plenitude atemporal, a Sabedoria Natural, a Fonte de tudo o que existe. É pura fruição, gozo perene daquilo que temos, a graça, o dom, a gratuidade. É a luz vivificante do Sol, o oceano e as cachoeiras, os verdes campos floridos, a brisa matinal beijando frutos e flores, as estrelas e seu esplendor. E pra que mais? Essa pergunta tem sentido? Melhor e mais sensato é agradecer à Vida pelo que ela já nos proporciona de sustento, de beleza, de acolhimento. Somos células deste planeta maravilhoso, somos filhos de Gaia. De suas energias sem fim nos nutrimos. Somos transmutados pelo fogo, apaziguados pela água, envolvidos pelo ar e alimentados pela terra. Não é maravilhoso?


A sabedoria popular nos fala da chamada crise da meia-idade e das mazelas do envelhecimento. O psiquiatra e psicólogo suíço Carl Gustav Jung, mentor da Psicologia Analítica, tem muito a contribuir. Isso interessa a você, ouvinte, a todos nós. Envelhecer todos nós vamos. Pelo menos os que não morrerem antes. É o caminho natural. Aliás, vale lembrar: meia-idade e velhice são etapas a serem vividas da melhor maneira possível. Como diz um amigo meu, é hora de praticar a arte de desaprender. Hora de se desvencilhar de muitos equívocos e impregnações vindas da escola, da família, da etnia, da cultura. São valores muitas vezes centrados na lógica da competição, do patriarcalismo, de modalidades de organização social que remontam aos séculos 19 e 20. Valores como solidariedade, cooperação, convivência pacífica se tornam alvo de zombaria. Hoje, prevalece o desejo de sucesso a qualquer custo. Jung descreve a fase de ampliação de consciência e mudança de mentalidade como metanoia. Mas, o que vem a ser Metanoia?


O Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa Michaelis assim define “metanoia”. Deriva do grego metánoia. Trata-se de um s.f. com 3 sentidos: 1. Transformação essencial de pensamento ou de caráter. 2. Por ext. Transformação espiritual. 3. Arrependimento ou remorso por erro cometido; penitência. Transformação, mas como assim? Jung assegura, sobre essa fase da vida, que

 

“não é mais a questão de desembaraçar-se de todos os empecilhos ao exercício de uma profissão, ao casamento ou ao fazer qualquer coisa que signifique expansão da vida. Estamos diante do problema de encontrar o sentido que possibilite o prosseguimento da vida.” (7/1, par. 113).


Temos aqui dois aspectos. Primeiro, a energia psíquica, antes voltada para fora, para a expansão no mundo, agora se volta para o interior do indivíduo, para a busca do Si mesmo, ou Self. Disso falaremos mais adiante. Em segundo lugar, essa introversão permitirá encontrar sentidos que não venham só do ego, mas que atendam à Totalidade que somos. Assim, o ser em nós poderá vislumbrar um sentido não só utilitarista, pragmático, voltado para a persona, voltado para os papéis que até aqui representamos. E que não nos servem mais. Agora, o momento é o de devolver à sociedade, sob a forma de serviços, aquilo que aprendemos. Claro, sem cairmos no apego a soluções fixas, que foram funcionais no passado, porém agora se mostram em desarmonia com os imperativos do novo, que vive em nós.


Com a palavra novamente Jung. Famosa é sua comparação da vida com o curso do Sol no céu: 


“Nossa vida compara-se à trajetória do sol. De manhã, o sol vai adquirindo sempre mais força até atingir o brilho e o calor do apogeu do meio-dia. Depois vem a enantiodromia. Seu avançar constante não significa mais aumento e sim diminuição de força. [...] É enorme o engano de supor que o sentido da vida esteja esgotado depois da fase juvenil de expansão [...]. O entardecer da vida humana é tão cheio de significação quanto o período da manhã” (Jung, 7/2, par. 114).

 

Assim, renasce a esperança. Nada está perdido para nós, indivíduos da meia-idade. Mas, o que é enantiodromia? A Wikipédia informa:

 

Enantiodromia é um termo criado pelo filósofo Heráclito para o conceito de que uma grande força em uma direção gera uma força no sentido oposto. Foi reformulado pelo psicólogo Carl Jung para ser aplicado ao inconsciente quando em conflito com os desejos da mente consciente. Platão também defende o mesmo princípio em sua obra Phaedo ao escrever que: "Tudo surge desse modo, opostos criando opostos".

 

Prossegue Jung: “Heráclito (...) descobriu a mais fantástica de todas as leis da psicologia: a função reguladora dos contrários. Deu-lhe o nome de enantiodromia (correr em direção contrária), advertindo que um dia tudo reverte em seu contrário” (Jung, 7/1, par. 11).

 

Em nós, a força agora é no sentido oposto, ou seja, da expansão para o recolhimento. O processo de individuação nos torna singularidade, o indivíduo irrepetível e único, que na verdade somos. Esse caminho nos coloca a serviço dos desígnios da alma. E é o contrário do egoísmo individualista, típico do morador das grandes metrópoles, que vive amedrontado pela violência, pela incerteza, pela falta de perspectivas. O ego agora serve o Si, o Self, a imago Dei - que é a imagem de Deus em nós, que nem sempre coincide com aquelas que a cultura e as religiões institucionalizadas tentam impor. E muitas vezes apelando ao medo de castigos terríveis, que nos impressionam desde a infância. A metanoia não se dá pelo medo. Vem do contato com o amor incondicional, ou seja, aquele amor que nos aproxima do sagrado em nós. Esse pode ser o momento em que o encontro com a arte, com a diversidade das culturas e idiomas nos convoque para uma reflexão e um movimento em direção ao que ainda temos energia para manifestar, tanto no campo artístico como no cultural. Somos orientados para a vida em plenitude. Essa é a melhor preparação para a morte que possa significar a realização do inconsciente, das infinitas possibilidades. O chamamento dessa fase é para o despojamento do que é mutável e temporário. Em favor do que é em nós Imutável e Eterno.

 

Auto conhecimento e auto transformação

Tudo está bem como está. É importante saber disso. Ou acrescentaremos mais conflitos à tal crise! Tudo está bem. O sofrimento vem de uma suposta obrigação de “ter que” mudar para obter um funcionamento ideal. Ora, ”funcionamento ideal” é ficção! Vale para máquinas. Nós somos muito mais que isso! Assim, a aceitação radical de nós mesmos nos sintoniza com a Vida Plena. Somos a Sabedoria Natural, todos nós, sem exceção. De qualquer modo, dedicar-se a um processo terapêutico pode melhorar o autoconhecimento para saber quando e como agir e quando se abster. Pode-se optar por fazer mentoria específica para as situações conflitivas. Um bom mentor ajudará nisso. Nos dois casos, você poderá obter grandes vantagens em relação àquilo que julga ser um problema.

 

E para que serve o processo terapêutico? E a mentoria? São recursos para ampliar a visão de mundo. Isso, por si só, permite o desvencilhar-se de muitos conflitos! O processo terapêutico nos torna conscientes do conteúdo inconsciente, dos complexos, que insistem em nos atravessar, que nos surpreendem nas ações e atitudes nas quais nem nos reconhecemos. Porém, ao se tornar consciente desse conteúdo, pela análise de sonhos, por exemplo, eles deixam de atormentar. Deixamos de repetir padrões prejudiciais. Eles são substituídos por outros mais saudáveis. Mentoria bem feita também traz ampliação de visão de mundo. Por exemplo, você vê que é inútil controlar situações fora de você. E pára de sofrer. E se liberta. Metanoia é libertação. O que parece “fora” de nós é a projeção da nossa mente. O conflito existe só na mente, na psique. Mas, afeta emoções, sentimentos, pensamentos e atos. Ao cuidar disso em mim, o conflito tende a se desfazer no ar feito bolha de sabão. Estar centrado na Vida Plena, e não mais nas circunstâncias históricas da mente condicionada, faz diferença ou não? Sim, faz toda a diferença!

A boa notícia 

A boa notícia, ouvinte, é que essas condições criadas na mente condicionada podem ter seus efeitos nocivos neutralizados pela visão de mundo ampliada. As situações se resolvem de forma segura, ao alargamos nossa percepção sobre os acontecimento e nossa visão de mundo. No mínimo, essa é uma aventura fascinante! Desvelar para o mundo o ser essencial e perfeito que somos! Mais que um vir-a-ser, o que temos é a percepção profunda da nossa verdadeira dimensão cósmica e espiritual. Aí passa a fazer sentido o versículo de Atos 17:28, que nos lembra que somos centelhas da Fonte, do Criador, "pois nEle vivemos, e nos movemos, e existimos". Isso significa que nada existe fora de Deus, do Absoluto. Vivemos o tempo todo imersos no Vazio Pleno, no Espaço sem fim, na Vida Infinita, na Sabedoria Natural e Universal. E nos percebemos como centelhas do Ser que é! E assim é!

 

*******

 

La senco de Vivo

Paulo P Nascentes


Enkonduko

Bonan tagon, bonan vesperon, bonan nokton depende de la horo, kiam vi min legos. Permeson mi petas por min prezenti al tiuj, kiuj min ne konas. Ĉu bone? Mi estas Paulo, karioko, loĝanta en Braziljo-DF, emerita docento de Beletra Instituto de Universitato de Brasília. Post la alveno de la tielnomata Mez-Aĝo kaj Emeriteco, mi decidis min reinventi. Novajn vivovojojn mi esploris kaj iĝis terapeŭto kaj ‘Master’ Mentoro. Mi estas profesoro de Skolo DEP - Energia Dinamiko de Psiĥismo, post-gradiĝinta pri Analiza Psikologio, studento pri Artoterapio laŭ Jung. Mi same kursis pri Master-Mentorado laŭ ISOR-Sistemo de Instituto Holos. Cetere, dum tiuj tempoj de komplekseco, plej bone estas nin reinventi. Jen la invito, kiun mi lasas ĉe vi. Ĉu vi volas sin reinventi? Ek, do!


Mez-Aĝa krizo

Kiu aŭ kio ĉe mi volas scii, kiu estas la senco de Vivo, se ajna senco ekzistu? Certe la homa egoo, tiu pova estro de la konscia menso, avida pri kontrolo. Vivo en si mem - Malpleno, sentempa Pleneco, natura Saĝeco, la Fonto de ĉio ekzistanta - estas pura ĝuado, porĉiama volupto, kiun ni havas, graco, favor-dono, senpageco. Ĝi estas la viviga lumo de Suno, la oceano kaj akvofaloj, la verdaj floraj kampoj, la matena zefiro kisante fruktojn kaj florojn, la steloj kaj ilia brilego. Kial plie? Ĉu havas sencon demandi, ĉu tiu demando havas sencon? Certe plej bone kaj plej saĝe estas danki la Vivon pro tio, kiu jam ĝi nin donas rilate al vivteno, beleco, gastemo dum nia persona vivo? Kiel ĉeloj de tiu mirinda planedo, ni estas filoj de Geo. Tiel, de iliaj senfinaj energioj ni estas nutrataj. Ekzemple, ni estas aliiĝataj de fajro, pacigataj de akvo, ĉirkaŭataj de aero kaj nutrataj de tero. Ĉu tio ne estas mirindaĵo?


Malgraŭ tio, la popola saĝeco nin diras pri la tielnomata mez-aĝa krizo kaj maljunecaj malsanoj. La sveda psiĥiatro, psikologo Karl Gustav Jung, mentoro de Analiza Psicologio, havas multon por kontribui. Tio interesas al vi, aŭskultanto, al mi, al ni ĉiuj. Maljuniĝos ni ĉiuj. Almenaŭ tiuj, kiuj ne frue mortu. Jen la natura vojo. Cetere, indas memorigi tion: la mez-aĝo kaj maljuno estas vivetapoj por vivi laŭeble plej bone. Kiel diras amiko mia, jam temp’ estas praktiki la arton mallerni. Jam temp’ estas forliberiĝi el pluraj trompiĝoj lernejaj, familiaj, etnaj, kulturaj. Pluraj valoroj multfoje bazitaj sur la logiko de konkuro, patriarkismo, de socia organizo devenanta el la 19-a kaj 20-a jarcentoj. Valoroj kiaj solidareco, kooperado, pacema kunvivado iĝas motivo de moko. Superregas la deziro sukcesi ajnakoste. Jung priskribas tiun fazon de konscio-ampliiĝo kiel mensoŝanĝon. Sed, kio estas tio?


La Brazila Vortaro “Michaelis” de la Portugala Lingvo  tiel difinas “metanoio-n”. Ĝi devenas el la greka metánoia. Temas pri tri-senca substantivo: 1. Esenca aliiĝo de penso aŭ karaktero. 2. Por ext. Spirituala aliiĝosformado. 3. Penso aŭ konscienc-riproĉo pro farita eraro; peko-puno. Aliiĝo ja, sed kiusence? Jung asertas, pri tiuvivofazo, ke

 

“ne plu temas pri elturniĝi el ĉiuj obstakloj al la plenumado de profesio, al la geedziĝo aŭ fari ajnan aferon, kiu signifu ekspansio de la vivo. Ni estas antaŭ la problemo trovi la sencon, kiu ebligu la daŭron de la vivo.” (7/1, par. 113).


Estas du esencaj aspektoj en tiu tekstero. Unue, la psiĥa energio, antaŭe eksteren direktita, al la monda ekspansio, nun turniĝas al la centro de la individuo, al serĉado de Si mem (Self). Pri tio ni parolos poste. Due, tiu introvertita vojo permesos trovi sencojn, kiuj devenu ne nur de la egoo, sed kiuj atentas al la Tuteco, kiu ni estas. Tiel, la estulo kiu vere ni estas povos ekvidi sencon ne plu util-celisma, pragmatisma, turniĝinta al la persono, turniĝinta al la roloj, kiujn ĝis nun ni rolis, sed kiuj ne plu utilas. Nun, la momento estas por redoni al la socio, servoforme, tion, kion ni lernadis. Sen fali, tamen, en aliigo al fiksitaj solvoj, funkciantaj pasinte, sed ne plu.

Refoje legindas Jung. Fama estas lia komparo de vivo al ĉiela Sunkurso: 


“Nia vivo sin komparas al la sunkurso. Matene, suno akiras ĉiam pli kaj pli forton ĝis atingi la brilon kaj la varmon de la zenito. Poste venas “enantjodromio”. Ĝia konstanta antaŭiro ne plu signifas kresko, sed malkresko de forto. [...] Estas grandege trompa la supozo, ke la senco de vivo elĉerpiĝis post la juneca fazo de ekspansio [...]. La vesperiĝo de la homa vivo estas tiom signifoplena kiom la matena periodo” (Jung, 7/2, par. 114).

 

Tiamaniere, revenas espero. Nenio estas perdita por ni, mez-aĝuloj. Sed, kion signifas enantjodromio? La enciklopedio Vikipedio nin informas:

 

Enantjodromio estas termino kreita de la filozofo Heraklito por la koncepto, ke granda forto en unu direkto naskas forton en la kontraŭa direkto. Ĝi estis aliformigita de la psikologo Karl Jung por esti aplikata al la nekonscio, kiam ĝi konfliktas kun la deziroj de la konscia menso. Plato ankaŭ defendas la saman principon en sia verko “Phaedo” per aliaj vortoj: "Ĉio aperas tiumaniere, kontraŭojn kreas kontraŭoj".

 

Daŭras Jung: “Heraklito (...) malkovris la plej neimageblan de ĉiuj leĝoj de la psikologio: la reguliga funkcio de la kontraŭoj. Tion li nomis enantjodromion (kontraŭdirekten kuri) kaj avertis, ke iam ĉio revenas al sia kontraŭo” (Jung, 7/1, par. 11).

 

La ŝanĝo de direkto de la psiĥa energio, unue eksteren turniĝinta, al la ekspansio en la mondo, nun turniĝas internen, al la serĉado de Si mem. Ĉe ni aperas kontraŭdirekta forto, tio estas, de la ekspansio al la kvieteco. La individuiga proceso daŭras. Danke al tio ni iĝas singulareco, la sola individuo, senripeta, kiu vere ni estas. Tiu vojo nin enkondukas serve de la planoj de nia animo. Tio estas la malo de la individuisma egoismo, tipa de loĝantoj de grandaj metropoloj, kiuj vivas timigitaj de perforto, necerteco, manko de perspektivoj. Serĉe de Si, de Memo, tio estas, de imago Dei - la imago de Dio en ni, kiu povas ne koincidi kun tiuj, kiuj la kulturoj kaj stabilaj religioj volas trudi. Multfoje ili nin timigas per teruraj punoj, kiuj nin impresas ekde infanaĝo. La ŝanĝo de mondovizio ne okazas pro timo. Ĝi venas el la kontakto kun nekondiĉa amo, tio estas, tiu amo, kiu nin alproksimigas al io sakrala. Tio povas esti la momento por la renkonto kun arto, diverseco de kulturoj kaj idiomoj, kiu nin voku al pripenso kaj movo direkten al tio, kion ni ankoraŭ havas energion por manifesti ĉu en la arta ĉu kultura kampo. Ni estas vokitaj vivi kun pleneco. Alivorte, plene turniĝi al vivo estas la plej bona preparo al morto, kiu povu signifi la plenumo de la nekonscio kaj respektivaj senfinaj eblecoj. Tiu vivofazo estas por la senigo de tio, kio estas ŝanĝebla kaj nedaŭra al tio, kio ĉe ni estas Neŝanĝebla kaj Eterna.

 

Ebloj de memkonado kaj memtransformado

La unua sciota afero estas, ke ĉio estas en ordo tia kia ĝi estas. Tio gravas por ke ni ne aldonu plian konflikton al tielnomata krizo! Ĉio iras glate. Sufero devenas el supozata devigo nepre ŝanĝi por obteni idealan funkciadon. Nu, ”ideala funkciado” estas fikcio! Tio povas valori por mashinoj. Ni tamen estas multe pli ol tio! Plej bone estas radikala akceptado de si mem. Cetere, ni estas la Plena Vivo, kiu en ni vivas. Natura Saĝeco ni ĉiuj estas, sen escepto. Ajnamaniere, sin dediĉi al terapia proceso povas plibonigi onia memkono, por scii kiam kaj kiel agi, kiam sindeteni. Eblas elekti partopreni specifan mentorion por solvi konfliktojn. Bona mentoro helpos vin tiucele. Ambaŭ-okaze, vi povos obteni grandajn avantaĝojn rilate al tio, kiun vi taksas kiel problemon.

 

Nu, al kio utilas terapia proceso? Kion pri mentorado? Ambaŭ estas rimedoj por ampleksigi onian mondovizion. Tio, por si mem, permesas forliberiĝi de pluraj konfliktoj! Terapia proceso utilas, ĉar igas konscia nekonscian enhavon, kompleksojn, kiuj insistas nin “trapasi”, kiuj nin surprizigas per agoj kaj sintenoj laŭ kiuj ni eĉ ne nin rekonas. Tamen, kiam vi iĝas konscia pri tiu psiĥa enhavo, pro sonĝo-analizo, ekzemple, tio ne plu nin turmentas kaj ni ĉesas ripeti nocajn ŝablonojn. Do, ili estas ŝanĝataj de aliaj pli sanaj. Mentorado ankaŭ ampleksigas nian mondovizion. Ekzemple, io ŝanĝiĝas, kiam vi komprenas, ke estas neŭtile kontroli situaciojn ekster vi. Tiel vi haltas suferi kaj liberiĝas. “Metanoio” estas liberiĝo. Tio kio ŝajnas okazas ekster ni estas ja projekcio de nia menso. Konflikto nur ekzistas ene de menso, en la psiĥo. Tamen, ĝi afektas emociojn, sentojn, pensojn kaj agojn. Se mi pritraktas tion ĉe mi, ĝi povos disfumiĝi en aero, simile al sapoveziko. Fine, nun mi centriĝas en Plena Vivo, sed ne plu en historiaj cirkonstancoj de la kondiĉita menso. Nu, tio faras diferencon aŭ ne? Jes, tio faras ĉiun diferencon!

 

Konkludo: la bona novaĵo

Fine, la bona novaĵo estas, ke tiuj kondiĉoj kreitaj en la kondiĉita menso povas havi siajn nocajn efikojn neŭtraligitaj de la ampleksiga mondovizio. La problemoj estas solvitaj sekure, kiam ni plivastigas nian percepton pri okazintaĵoj kaj nia mondovizio. Minimume, tio estas alloga aventuro! Ĉu ni malvualigu la esencan kaj perfektan estulo, kiu ni estas? Pli ol venontaĵo (vir-a-ser), restas la funda percepto pri nia vera kosma kaj spirita dimensio. Sekve eksencas la versiklo Agoj  17:28, kiu nin memorigas, ke ni estas Fontosparkoj, sparkoj de Kreinto, "ĉar en ĝi ni vivas, kaj moviĝas, kaj ekzistas". Tio signifas diri, ke nenio ekzistas ekster Dio, ekster Absoluto. Ni vivas dum la tuta tempo mergiĝitaj en Plena Malpleno, en senfina Spaco, senfina Vivo, Natura kaj Universala Saĝeco. Simile al la sparkoj kiuj ni estas de la Estulo, kiu estas! Kaj tiel estas! 

🔱

quinta-feira, 9 de junho de 2022

 

NO DESENLACE SE RENASCE?

Ao poeta Augusto dos Anjos

revisitado

Vem nu e sem noção o ser que nasce

Neste intervalo a que chamamos vida

Ser pleno espaço no meu desenlace

Ser plena luz na hora da partida


Seja meu guia o Amor que cultivei

Mesmo que tosco muito do que fiz

Que eu saiba muito mais do que hoje sei:

Eu Sou a Vida muito mais feliz


Serei na morte como quem renasce

Grato ao boneco pleno de saúde

Pleno de consciência o desenlace


Na lápide só... que fiz o que pude

Se com saudade deixo meus brinquedos

Pleno e sem medo ganho este ataúde!



ĈU EN FORPASO ONI RENASKIĜAS?

Al poeto Aŭgusto dos Anĵos

reviziita

Venas naskiĝul’ nuda sen noci’

Al tiu intertemp’ nomata viv’

Iĝi plena spac’ dum mia forpas’

Iĝi plena lum’ dum mia forir’


Estu mia gvid’ la Am’ kultivata

Eĉ se torda multo de mi farita

Sciu pli mi nun ol sciite:

Mi Estas Viv’ kun tiom da feliĉ’ 


Forpase estu mi renaskiĝant’

Dankema al la pup’ plena je san’

Plena je konsci’ estu la forpas’


Memor-ŝtone: “mi faris kion povis

Se sopire miajn ludilojn lasas

Plena sen tim’ mi tiun ĉerkon gajnas!


quinta-feira, 2 de junho de 2022

COMPOSIÇÃO/ KOMPONO

 

COMPOSIÇÃO

escolho sonho acolho 

componho

faço acontecer?

meu tecer amanhece

enriquece meu viver

enobrece servir

tecer o novo

ora, fazer acontecer

ilusão? ego?

voo cego?






KOMPONO

elektas mi sonĝas

akceptas komponas

okazigas ĝin?

mia teksad’

1mateniĝas

riĉiĝas mia viv’

nobligas servi

novon teksi 

okazigi ĝin?

ĉu iluzi'? ĉu ego'?

ĉu blinda flug'?