PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

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sábado, 2 de novembro de 2019

OCUPE SUA CASA/ ESTU HEJME

1. solidários às folhas despejadas casais de pássaros devolvem o verde às árvores desoladas a natureza dita infra-humana respira solidariedade - o que fazemos do si mesmo? 2. juntos rumo a nós mesmos mas não ensimesmados: solidariedade aflora brilham flores da natureza com o olhar de quem sabe ver sentir enxergar - fazer acontecer ********** 1. solidare al folioj eldomigataj
paserparoj redonas la verdon
al arboj konsternataj
la naturo infra-homa
spiras solidarecon
- kion ni faras el si mem?

2.
irvoje kune al ni mem
sed ne enmemiĝinte
floradas solidareco
brilas floroj de naturo
per la rigard' kiu scias vidi
senti ekvidi - fine okazigi
strofo 1 kaj esperantigo: paulo nascentes strofo 2: elce guimarães

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

FECUNDO/ FEKUNDA

Resultado de imagem para fecundação desenho


precisava – entre muitas –

palavra germinal para o tema

espermatozoide fecundante vencedor

veio dor dor dor dor

diuturna soturna noturna

se apressam em qualificar a dor

essa dor com seu tanto de coringa

zombava de zumbis adjetivos

com uma puta gargalhada

como uma puta velha trazia em si

pranto que quase vinha quase vinha

pranto de criança ferida a engolir soluços

quando só queria solução


assustado o menino poeta

punhetava textos seminais

manchas nódoas no calção

breve alívio na dor – sem mais? –

quem de dentro de si não sai

vai morrer sem amar ninguém



– interalie –

ĝermiga vorto bezonatis por la temo:

venkanta fekunda semo

venis dolor’ dolor’ dolor’


tuttaga tutombra tutnokta,

hasto doloron kvalifiki,

ĉi tiu dolor' iom ĵokera

mokadis pri ĉiu zombiadjktivo

per ridego ega ega ega

kaj kvazaŭ putino lerta kunportis

preskaŭ venantan ploron preskaŭ preskaŭ

ploron de vundita infan’ singulton singultanta

kiam nur solvo estis volanta


ektimema, ĉi poetknabo

sinmasturbis tekstojn semajn

makulajn makulojn sur kalsono:

minuta balzamo sur dolor’ – ĉu plu?

kiu sinkaŝe el si mem ne eliros

mortos ja sename - nur deliro

OMBRO/ SOMBRA

(omaĝe al poet'amiko Paulo Sergio Viana)



PSV - out. 2019


ia neforviŝebla ombro brua silento daŭra 
el ni forigas nin

kion volas ĝi? 
ĉu timigi nin? 
ĉu sekreta espero venu el malespero
ĉu vekiĝ' antaŭ la fin'? 


****
(homenagem ao poeta amigo Paulo Sergio Viana)

tipo sombra inarredável 
barulho-silêncio constante
nos joga fora de nós

o que deseja essa voz? nos derrubar atroz? assustar assim feroz? 
talvez secreta esperança vinda da esperança:
o despertar antes do fim?



sexta-feira, 4 de outubro de 2019

MEMPORTRETO/ AUTORRETRATO


Imagem relacionada

do selfie ao Self, oceânica distância
de mim a ti, dança
de mim a Deus fé preciso
de mim a ti, riso.
     este autorretrato, 
     sorriso!!!

********


de selfie al Self, oceandistanco

de mi al vi, danco
de mi al Di’, fido
de mi al vi, rido.

     Ĉi memportret’,
     ridet’!!!

domingo, 25 de agosto de 2019

COMO SE/ KVAZAŬ

Resultado de imagem para si mesmo

poesia é como se
como se navegasse
nas águas imprecisas
do quase expresso
meio fugidio

como se oscilasse

entre o velado o oculto 
e o semi revelado
o prazer que se anuncia
o orgasmo prelibado

poesia é como se

é como o Si
a si mesmo anunciando
- em si, 
a poesia é como se!

*************


poezio kvazaŭas

kvazaŭ ĝi navigus 
l' akvon malprecizan
de kvazaŭ esprimita
io forfuĝinta

kvazaŭ svingiĝu

meze al vualita al kaŝita 
al duon rivelita
ĝuo anoncita
orgasmo antaŭĝuita

poezio kvazaŭas

estas kvazaŭ Si
anoncante sin
- per si, 
kvazaŭas poezi'!


terça-feira, 23 de julho de 2019

ABUNDÂNCIA E PROSPERIDADE/ ABUNDO KAJ PROSPERO

Resultado de imagem para abundância e prosperidade



 




“Paulo, o que é abundância, como você percebe a prosperidade?” – a pergunta vinha do Mestre Interior, acionado pelo meu alterego, por sua vez, instigado pelo meu analista, dito junguiano. O primeiro impulso do alterego (ou seria do ego?) era alegar que não sabia, escapar e sair pela tangente. Mas, o Mestre Interior só faz as perguntas que ele mesmo sabe responder. E assim falou o Mestre:

“A historinha que vou lhe contar é simples – toda e qualquer criança sabe a resposta. Pode acontecer de não ter vocabulário ainda, se o ego estiver em formação. Mas, em cada um de nós tem uma criança e um velho sábio. Ambos sabem.”

Dito isto, fiz a sintonia e comecei a escrever. Abundância é algo que sempre traz à lembrança a escassez. Aliás, em português tem uma abundância de maneiras de representar o fonema /s/, e tem gente que se lembra das letras s, c, ss, x, xs, xc, ç e, confuso, agride a tal norma padrão. É a regra! Quem acerta de primeira é exceção. Aliás, exceção é com c, ç, s ou ss? Tem x? Onde está o x da grafia?

Abundância está fora, na real, ou está dentro, e é psíquica? Uma coisa é certa: a abundância é real, e é pra todos e todas. A escassez é cenário, é engodo, é construto alimentado pelo medo, pela mídia corporativa a serviço do capital – aliás, do capital acumulado por 5% da população mundial. Os outros 95% só vivem na escassez porque não sabem que ela é cenário, é medo aprendido na família e na escola. Quando a gente derruba o cenário de papelão vê Aquilo que é, vê Aquele que é – e se descobre herdeiro e merecedor da abundância, que jorra nas folhagens, nas cachoeiras, nos grãos de areia, nas estrelas, nos seres do mar. Quando cai o véu de Maya, o Ser que é, que eu sou, que você é sorri e pensa: Olha só! Que papelão!

Pois bem, esse sujeito deixa de ser assujeitado e vislumbra a prosperidade que sempre teve, mas não conseguia escutar. Prosperidade é o canto do pássaro em nosso peito que o medo um dia engaiolou.

“E você, Paulo? O que é prosperidade para você?” – indagou o tal analista, possivelmente junguiano, quem sabe com medo também, pois se esconde atrás de um arsenal de perguntas. Trazer um punhado ou uma enxurrada de perguntas é medo ou é missão do analista, do ego, da criança, do adulto? Aliás, enxurrada é com x ou com ch?”

Cai o pano. Cai o cenário. Fica o silêncio. Puro êxtase!

*******

“Paŭlo, kio estas abundo, kiel vi perceptas prosperon?” – la demando venis de la Interna Majstro, aldonita de mia alia memo, alter ego, kiu siavice estis instigita de mia terapiisto, tielnomata jungano. La unua impulso de la alter ego (ĉu de la egoo?) estis preteksti ne scii, eskapi kaj tanĝe eliri. Sed, la Interna Majstro nur starigas demandojn, kiujn li mem scias respondi. Kaj tiel diris la Majstro:

“La historieto, kiun mi vin rakontos estas simpla – ĉiu kaj ajna infano scias la respondon. Povas okazi, ke ĝi ne ankoraŭ havu sufiĉan vortprovizon, se la egoo ankoraŭ formiĝas. Ene de ĉiu ni tamen kuŝas infano kaj saĝa maljunulo. Ambaŭ scias tion.”

Dirite tio, mi agordiĝis kaj ekverkis. Abundo estas io, kio ĉiam nin memorigas pri malabundo. Cetere, portugale estas abundo de reprezent-manieroj por la fonemo /s/, kaj estas homoj al kies mensoj venas la literoj s, c, ss, ikso, ikso-s, ikso-c, ç kaj, konfuzaj, agresas la tielnomatan ŝablonan normon. Jen la regulo! Tuj-trafantuloj estas escepto. Cetere, portugale la vorto escepto skribiĝas per c, ç, s aŭ ss? Ĉu per ikso? Kie estas la ikso de la ortografio?

Ĉu abundo kuŝas ja ekstere, ĉu ene, kaj ĝi estas psiĥa? Io certas: abundo estas realaĵo, kaj ĝi koncernas al ĉiuj. Malabundo estas scenejo, trompo, mensa konstruo nutrata de timo, de korporacia amaskomunikilo serve al kapitalo – alivorte, al la akumuliĝinta kapitalo far 5% de la monda popolo. La aliaj 95% nur vivas en malabundo ĉar ili ne scias, ke ĝi estas scenejo, timo lernita familie aŭ lerneje. Kiam oni faligas la kartonan scenejon, vidas Tion, kio estas, Tiun, kiu estas – kaj sin malkovras heredanto kaj meritanto de la abundo, kiu spruĉas en foliaro, akvofaloj, sableraro, steloj, maraj estuloj. Kiam falas Maya vualo, la Estulo, Kiun mi estas, Kiun vi estas ridetas kaj pensas: Vidu tion! Nur trompiĝo, nur kartonaĵo!

Nu bone, tiu ulo ĉesas esti subpremata kaj ekvidas la prosperon, ĉiam havata, sed ne aŭdata. Prospero estas la birda kanto ene de onia brusto, iam enkaĝigita de onia timo.

“Kaj vi, Paŭlo? Kio estas prospero laŭ vi?” – demandis la terapiisto, certe jungana, ankaŭ timema, ĉar li kaŝiĝas malantaŭ arsenalo da demandoj. Kunporti plenmanon aŭ lavangon da demandoj estas ĉu timo, ĉu misio de la terapiisto, de l’ egoo, de l’ infano, de la plenkreskulo? Ali-flanke, ĉu portugale “lavango” skribiĝas per ikso aŭ per ch?”

Falas kurteno. Falas scenejo. Restas silento. Nur ekstazo!

sexta-feira, 14 de junho de 2019

IMPERMANÊNCIA/ NEDAŬRO


IMPERMANÊNCIA

todas as flores que morrem
cada abortado verso
as primaveras que retornam
cada ciclo do universo 
Eu Sou

cada prenúncio de queda
em rolamento amortecida
ukemi devolve à Presença
Eu Sou

danço o princípio da incerteza
na certeza do Princípio
o vento sopra onde quer
onde me leva vou
onde me aquieto
Eu Sou

*************
ĉiuj floroj mortantaj
ĉiu abortita verso
printempoj ja revenantaj
ĉiu ciklo de l' universo
Estas Mi 

ĉiu antaŭvido de falo
per ruliĝo amortizata
ukemi min venigas Ĉeesten
Estas Mi 

la necertecan principon dancas mi 
laŭ la certec' de l' Principo
vento laŭvole blovas
kien min portu iras mi
kie ajn kvietiĝu 
Estas Mi

domingo, 9 de junho de 2019

EU SOU/ MI ESTAS

Resultado de imagem para eu sou

num átimo Atma
átomo então ótimo  
último então único
primeiro então inteiro

ritmo então íntimo
étimo então reto
ético então rito
ótica então rota

múltiplo então uno
lúcido então plácido
lícito então lúdico

tácito então implícito
ínclito então discreto
nem secreto nem explícito

**********

fulmfulme Atmano
atomo do bonega   
lastlasta do unika
unua do kompleta

ritmo do intima
etimo do rekta
etiko do rito
optiko do itiner'

multoblo do uno
lucida do paca
lica do ludema

senvorta do implicita
senmakula do diskreta
nek sekreta nek eksplicita

quinta-feira, 23 de maio de 2019

SIM E NÃO NEM SIM NEM NÃO/ JES KAJ NE NEK JES NEK NE

Resultado de imagem para alinhamento dos planetas


não tem culpa a primavera
não tem qualquer outra prima
se o tempo contrai se acelera
se enlouquece ou não o clima
se furacão enchente terremoto
se um míssil mais mísseis traz
se morre o ateu o devoto
que diferença isto faz?

planetário alinhamento
seria o novo culpado
por esse caos tão profundo?
tudo tem o seu momento
tem o seu significado
mesmo a expressão... fim do mundo.
********

ne kulpas certe printempo
nek alia ajna kuzino
ĉu l’ tempo kontrahas akcelas
ĉu freneziĝas l’ klimato
ĉu uragan' inund' tertremo
ĉu misil' pli misilojn portas
ĉu mortas ateisto bigoto
ĉu diferencon ĝi faras?

la planeta liniigo
estus la nova kulpulo
pro kaos' tiom profunda?
ĉio havas la momenton,
havas sian signifon
eĉ la esprim’... mondofino.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

HUMILDADE POÉTICA/ POEZIA HUMILECO

Resultado de imagem para despertar espiritual

quase escrevo poesia
veio perplexidade
paradoxo revisado
água quente escorre fria

novamente poesia
palavra que dança e salta
cantiga que bate e volta
chororô de arrepiar

e agora neste poema
escrevo em sobressalto
poesia, e o que se lê?
- caminhos do despertar!


**********
verkinte preskaŭ poezie
venis min iu perplekso
reviziita paradokso 
akvo varme glaciflua

denove jen poezi'
vorto kiu dance saltas
kanzono revene batas
jen plorego jen tremig'

nun en ĉi tiu poem'
verkas mi en ekstrem' 
poezion, ĉu legiĝo?
- ĉu voj' al nia vekiĝo!