sexta-feira, 21 de abril de 2023

AMANTO/ RICARDÃO


AMANTO 
ne faras mi versojn kiel mortanto 
nek versojn faras nenion faras 
simile almenaŭ al iu mortanto 
nur versojn faras kiel vivanto 
kun subpremoj kelkaj misfaroj: 
versojn mi faras kiel kuranto 
tiom malatenta kiu tamen 
ĉion perceptas jam sensurprize 
kvazaŭ ene de granda ebrio 

ne kantas mi morton nur vivon kantas 
rozon kaĵolas kaj margareton 
kaj najbarinon de 105 
sed nur post la diant-foriro 
mi flaras rozon ŝin senpetaligas 
ege zorgeme sen veki lin 
pro ajna trouzo ajna ĵaluzo 


RICARDÃO 
não faço versos como quem morre 
nem versos faço nem faço nada 
que ao menos seja como quem morre 
só faço versos como quem vive 
com atropelos com desencanto: 
eu faço versos como quem corre 
tão desatento e no entanto 
tudo percebe já sem espanto 
como se dentro de um grande porre 

não canto a morte, só canto a vida 
e canto a rosa e a margarida 
e a vizinha do 105 
mas só depois que o cravo sai 
eu cheiro a rosa e a despetalo 
muito cuidado sem despertá-lo 
em seu ciúme

2 Comentários:

Às 9 de maio de 2023 às 14:44 , Blogger Nazaré Laroca disse...

Petola poeto vi estas! Dankon pro ĉi amuza kaj ĉarma poemo!

 
Às 4 de setembro de 2023 às 22:19 , Anonymous Anônimo disse...

“Kvazau ene de granda ebrio”. Jes! Poezio estas ia ebrio. Ghi ne obeas racion, sed amindumas kun paradoksoj kaj kontraudiroj. Poezio estas ia absurdo. Prave, Poeto ! (PSV)

 

Postar um comentário

Komentarioj bonvenas. Comentários sobre poemas são bem vindos.

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial