domingo, 15 de março de 2020

DESAPARECIDO/ MALAPERINTA

Resultado de imagem para herança genetica

  1. UM) DESAPARECIDO
    versos sem pé nem cabeça
    versos de pé quebrado
    até que essa dor me esqueça
    sigo cortando um dobrado

    sigo cortando um dobrado
    até que o dia amanheça
    sigo inquieto e acordado
    cavo a pele: “eu apareça!”

    meu sono entrou num buraco
    minha vida foi atrás
    reagir como? Sou fraco!

    coço e cavo e coço mais
    a pele, e eu só farrapo:
    aonde foi minha paz?                                            ********************                                   
    UNU) MALAPERINTA
    senkapaj senpiedaj versoj
    ho versoj frakaspiedaj
    ĝis ĉi dolor’ min forgesu
    daŭros ja malfacilaĵoj

    daŭros ja malfacilaĵoj
    ĝis fine venu tagiĝ’
    malkviete sendorme
    haŭtfosanta: “kie mi?”

    entruiĝis mia dormo
    mia vivo sekvis ĝin
    malfirma reagi kiel!

    plu fosu plu jukas mi
    plu ĉifona jenas mi:
    kaj mia paco kie kien?

    ************
    DOIS) TRINCHEIRA
    que sentido essa coceira?
    e essa dor – que sentido?
    nos pés do pai, a frieira
    nos da mãe, couro curtido

    pés da mãe – couro curtido
    nos meus pés essa sujeira
    o menino ressentido
    do estrume quer a roseira

    cavo versos sem sentido
    sendo flor que não se cheira
    este poema indormido

    na guerra cava trincheira:
    tem um menino ferido
    num canto dessa lixeira!                                     *************************** 

    DU) TRANĈEO
    kiun sencon por ĉi juko?
    por ĉi dolor’ kiun sencon?
    paĉjaj piedoj tro jukaj
    de panjo, tanita ledo

    de panjo, tanita ledo
    sur la miaj ĉi rubuj’
    al l’ ĉagreniĝinta knab’
    la sterk’ iĝu rozuj’  

    sensencajn versojn mi fosu
    estas neflarinda flor’
    ĉi tiu poemo sendorma

    milite tranĉeon fosu:
    restas knabo vundita
    ĉi rubujen forlasita!                                                          **************

    TRÊS) HERANÇA
    que herança deixo aos filhos?
    e aos netos, que herança?
    antes que saia dos trilhos
    o trem dessa dor me alcança

    quero cor não quero brilho
    quero de volta a criança
    que se escondeu no exílio
    que perdeu a confiança

    cresci: do que me defendo?
    por que a vida me assusta?
    por que o esforço tremendo?

    só eu sei o quanto custa
    no lombo o couro comendo:
    essa surra não foi justa!

    *********************

TRI) HEREDO
     al filoj kiun heredon?
     al genepoj kiun kiun?
     antaŭ elreliĝi la trajn’
     ĉi trajna dolor’ punas min

     kolor’ deziratas ne bril’
     kaŝita infan’ en ekzil’
     (fido iam perdiĝinta)
     revene tuj volas mi ĝin

     kreskinte, kial defendas mi?
     kial vivo min timigas?
     tioma koplodo kial?

     nur mi scias kiom kostas
     tiu senfeligo surlumbe:
     ĉi tiu batado ĉu justas?!

4 Comentários:

Às 18 de março de 2020 às 17:49 , Blogger Nazaré Laroca disse...

Miaj okuloj larmas leginte ĉi tiun kortuŝan poezian triopon. Ciuj ni estas tiu malfeliĉa knabo perdita en la mallumo de tiom da doloro.

 
Às 18 de março de 2020 às 18:38 , Blogger PaPos Nascentes: Paulo P Nascentes disse...

Dankon, poeto Nazaré! Ne tio, kion oni faris al ni gravas, sed gravas tio, kion oni faras el tio, kio oni faris al ni.

 
Às 18 de março de 2020 às 18:39 , Blogger PaPos Nascentes: Paulo P Nascentes disse...

* kion oni faria al ni.

 
Às 18 de março de 2020 às 18:40 , Blogger PaPos Nascentes: Paulo P Nascentes disse...

* faris

 

Postar um comentário

Komentarioj bonvenas. Comentários sobre poemas são bem vindos.

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial