PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

Powered By Blogger

terça-feira, 23 de julho de 2019

ABUNDÂNCIA E PROSPERIDADE/ ABUNDO KAJ PROSPERO

Resultado de imagem para abundância e prosperidade



 




“Paulo, o que é abundância, como você percebe a prosperidade?” – a pergunta vinha do Mestre Interior, acionado pelo meu alterego, por sua vez, instigado pelo meu analista, dito junguiano. O primeiro impulso do alterego (ou seria do ego?) era alegar que não sabia, escapar e sair pela tangente. Mas, o Mestre Interior só faz as perguntas que ele mesmo sabe responder. E assim falou o Mestre:

“A historinha que vou lhe contar é simples – toda e qualquer criança sabe a resposta. Pode acontecer de não ter vocabulário ainda, se o ego estiver em formação. Mas, em cada um de nós tem uma criança e um velho sábio. Ambos sabem.”

Dito isto, fiz a sintonia e comecei a escrever. Abundância é algo que sempre traz à lembrança a escassez. Aliás, em português tem uma abundância de maneiras de representar o fonema /s/, e tem gente que se lembra das letras s, c, ss, x, xs, xc, ç e, confuso, agride a tal norma padrão. É a regra! Quem acerta de primeira é exceção. Aliás, exceção é com c, ç, s ou ss? Tem x? Onde está o x da grafia?

Abundância está fora, na real, ou está dentro, e é psíquica? Uma coisa é certa: a abundância é real, e é pra todos e todas. A escassez é cenário, é engodo, é construto alimentado pelo medo, pela mídia corporativa a serviço do capital – aliás, do capital acumulado por 5% da população mundial. Os outros 95% só vivem na escassez porque não sabem que ela é cenário, é medo aprendido na família e na escola. Quando a gente derruba o cenário de papelão vê Aquilo que é, vê Aquele que é – e se descobre herdeiro e merecedor da abundância, que jorra nas folhagens, nas cachoeiras, nos grãos de areia, nas estrelas, nos seres do mar. Quando cai o véu de Maya, o Ser que é, que eu sou, que você é sorri e pensa: Olha só! Que papelão!

Pois bem, esse sujeito deixa de ser assujeitado e vislumbra a prosperidade que sempre teve, mas não conseguia escutar. Prosperidade é o canto do pássaro em nosso peito que o medo um dia engaiolou.

“E você, Paulo? O que é prosperidade para você?” – indagou o tal analista, possivelmente junguiano, quem sabe com medo também, pois se esconde atrás de um arsenal de perguntas. Trazer um punhado ou uma enxurrada de perguntas é medo ou é missão do analista, do ego, da criança, do adulto? Aliás, enxurrada é com x ou com ch?”

Cai o pano. Cai o cenário. Fica o silêncio. Puro êxtase!

*******

“Paŭlo, kio estas abundo, kiel vi perceptas prosperon?” – la demando venis de la Interna Majstro, aldonita de mia alia memo, alter ego, kiu siavice estis instigita de mia terapiisto, tielnomata jungano. La unua impulso de la alter ego (ĉu de la egoo?) estis preteksti ne scii, eskapi kaj tanĝe eliri. Sed, la Interna Majstro nur starigas demandojn, kiujn li mem scias respondi. Kaj tiel diris la Majstro:

“La historieto, kiun mi vin rakontos estas simpla – ĉiu kaj ajna infano scias la respondon. Povas okazi, ke ĝi ne ankoraŭ havu sufiĉan vortprovizon, se la egoo ankoraŭ formiĝas. Ene de ĉiu ni tamen kuŝas infano kaj saĝa maljunulo. Ambaŭ scias tion.”

Dirite tio, mi agordiĝis kaj ekverkis. Abundo estas io, kio ĉiam nin memorigas pri malabundo. Cetere, portugale estas abundo de reprezent-manieroj por la fonemo /s/, kaj estas homoj al kies mensoj venas la literoj s, c, ss, ikso, ikso-s, ikso-c, ç kaj, konfuzaj, agresas la tielnomatan ŝablonan normon. Jen la regulo! Tuj-trafantuloj estas escepto. Cetere, portugale la vorto escepto skribiĝas per c, ç, s aŭ ss? Ĉu per ikso? Kie estas la ikso de la ortografio?

Ĉu abundo kuŝas ja ekstere, ĉu ene, kaj ĝi estas psiĥa? Io certas: abundo estas realaĵo, kaj ĝi koncernas al ĉiuj. Malabundo estas scenejo, trompo, mensa konstruo nutrata de timo, de korporacia amaskomunikilo serve al kapitalo – alivorte, al la akumuliĝinta kapitalo far 5% de la monda popolo. La aliaj 95% nur vivas en malabundo ĉar ili ne scias, ke ĝi estas scenejo, timo lernita familie aŭ lerneje. Kiam oni faligas la kartonan scenejon, vidas Tion, kio estas, Tiun, kiu estas – kaj sin malkovras heredanto kaj meritanto de la abundo, kiu spruĉas en foliaro, akvofaloj, sableraro, steloj, maraj estuloj. Kiam falas Maya vualo, la Estulo, Kiun mi estas, Kiun vi estas ridetas kaj pensas: Vidu tion! Nur trompiĝo, nur kartonaĵo!

Nu bone, tiu ulo ĉesas esti subpremata kaj ekvidas la prosperon, ĉiam havata, sed ne aŭdata. Prospero estas la birda kanto ene de onia brusto, iam enkaĝigita de onia timo.

“Kaj vi, Paŭlo? Kio estas prospero laŭ vi?” – demandis la terapiisto, certe jungana, ankaŭ timema, ĉar li kaŝiĝas malantaŭ arsenalo da demandoj. Kunporti plenmanon aŭ lavangon da demandoj estas ĉu timo, ĉu misio de la terapiisto, de l’ egoo, de l’ infano, de la plenkreskulo? Ali-flanke, ĉu portugale “lavango” skribiĝas per ikso aŭ per ch?”

Falas kurteno. Falas scenejo. Restas silento. Nur ekstazo!

5 comentários:

  1. “Prosperidade é o canto do pássaro em nosso peito que o medo um dia engaiolou. “
    Esse verso é um verdadeiro poema, meu caro!
    Felizes os que se permitem.
    Eu te parabenizo e agradeço.

    ResponderExcluir
  2. Via bela teksto estas riĉa fonto por nia pripensado. Kiom da poezio, kiom da delikata filozofio! Miaopinie abundo estas la malplenigo de ĉiuj malbonaj inklinoj de la animo...

    ResponderExcluir
  3. Koran dankon, Poeto Nazaré Laroca. Ĉi tiu spaco estas ĝuste dialoga komentariejo.

    ResponderExcluir

Komentarioj bonvenas. Comentários sobre poemas são bem vindos.