sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O DENSO E O INCENSO

Paulo Nascentes
quando contactado,
o Princípio que in-forma
a forma que provisório habito
desvela - fragmento - o infinito
que Eu Sou,
revela o denso e o incenso
a pequenez do imenso
                       a imensidão do micro.

quando religado,
o canto que expresso
é sinfonia do universo
espelho que atravesso
mesmo surfando a superfície
profundidade do simples no complexo
simplicidade do nexo
                        e do sentido.

quando integrado,
o Ser em mim se sabe sendo
meu saber se alumbra e cala
cada nota ressoa e resvala
na ressonância de outra nota e nota
que essa outra, nascida do indiferenciado,
conhece o Campo Zero, mas se sabe Um
e entoa o cântico dos cânticos
onde repousa a suspeita do nada
o eco reverbera: há Um! há Um!

quando enamorado,
amante deslumbrado
ante o mistério radical do ser amado
o Ser se refaz perplexo: o seccionado, o sexo
o prenúncio da Unidade:
o Dois se faz Um
e se revela: há Um! há Um!
a diversidade do múltiplo
o disfarce do Um!
Unidade, o nome secreto
para sempre escondido
da simplicidade do nexo
                             e do sentido.

9 Comentários:

Às 11 de janeiro de 2013 às 13:33 , Blogger Nazaré Laroca disse...

Parabéns,amigo Paulo Nascentes,pela belíssima metafísica poética. Necessária transcendência.

 
Às 11 de janeiro de 2013 às 16:30 , Anonymous Anônimo disse...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

 
Às 11 de janeiro de 2013 às 17:33 , Blogger Lírica disse...

Misteriosa, suave e belissima tela renascentista pintada em versos, poeta.
Parabéns!

 
Às 11 de janeiro de 2013 às 21:28 , Anonymous Anônimo disse...

Parabens Paulo, pela rima que se transforma em versos.
Cléo

 
Às 11 de janeiro de 2013 às 23:20 , Blogger PaPos Nascentes: Paulo P Nascentes disse...

Grato pela gentileza do comentário e do compartilhamento, poeta Nazaré!

 
Às 11 de janeiro de 2013 às 23:51 , Blogger Unknown disse...

...e que mais possa eu dizer do privilégio do viver diário, "cotidiário" com o poema, poeta e poesia que ora densa, ora incensa minha vida; e me "en-forma" o corpo e me desvela alquimicamente a alma; e me ama e se me revela, espelho, o Ser, no Supremo Poeta do Universo em prosa e verso, verso, verso...........
Com amor
Maria Angela (MÔ)

 
Às 12 de janeiro de 2013 às 08:23 , Blogger Josenilton kaj Madragoa disse...

Vi donis vivon al artefaritaj ideoj. Vi iel homigis la etoson de la informa teknologio, kaj vi tion faris per belaj, inteligentaj, bonege aranĝitaj versoj. Iu bezonis fari iun odeton al la instrumento, kiun ni tiel uzadas en nia ĉiutago, kaj kiu konas nin pli ol ni mem. Vi estis tiu iniciatinto. Gratulon, kamarado Paulo!

 
Às 12 de janeiro de 2013 às 21:42 , Blogger Unknown disse...

tiel milde kaj uragane flugi per la flugiloj de via bela viva poezio! meritas esti muzikigita!
brakumon!

 
Às 27 de janeiro de 2013 às 01:36 , Blogger José Leite de Oliveira Junior (Jozefo Lejĉ) disse...

Belega poeziaĵo! Aparte plaĉis al mi la dialektiko de la erotika temo en nov-baroka vortoludo. Laŭlonge de la versoj plektiĝas semantika reto da izotopioj disde la polemika dikotomiaĵo ne hazarde proponita kiel titolo. La solvon al la nesolvebla ekzisto-konfliko (dueco) ja prave nur povas doni la amo (unueco), nome la dialektika fandiĝo de la vivo. / Gratulon!

 

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