ABERTURA DA COPA/ MONDPOKALA MALFERMO

Manhã fria. Nós ali, no rala e rola. Preliminares. Beliscos. Petiscos. Odores. Sabores. Festa rolando. Corpos ardentes. Línguas e dentes. Festa. Delírio. No céu aguçada percepção, arte, queima de fogos. Delírio total. Só o primeiro jogo. Manhã-fornalha. Domingo tem mais. Ou antes disso em edição extraordinária!

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Maten’ malvarma. Ni tie, kokskokse. Antaŭludo. Manĝetaĵo. Pinĉmanĝeto. Gustaro. Bonodoro. Festeno. Deliro. Ĉiele percepto akra, arto, art-fajraĵo. Bela, arta, golo! Plena deliro. Nur la unua matĉo. Maten' varmega.  Dimanĉe, plie. Antaŭ ol tio, eksterordinar-eldone!

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PÃO E POESIA/ PANO KAJ POEZIO

pão assando em fogo lento

lento assimilar nutriente
afeto – mais que fogo de momento –
poesia no humano seiva em nossa gente
brilho vigor encantamento

do plástico do isolamento

ao sagrado oculto no Si Mesmo
honra e serviço à alteridade
o pão da vida assa em fogo lento
dá sentido à existência não viver a esmo
        poesia: pólen prazer prosperidade!

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pano bakiĝas sur ĉi lanta fajro

lanta asimilado de l’ nutrigo

korinklino – pli ol la momenta fajro –

poezio en homeco sevo en homaro
brilo, vigleco, raviteco

de l’ plasto, de l’ izoliteco

al sakralo kaŝita en Si Mem
honor’ kaj servo al la alieco
la pan’ de l’ viv’ bakiĝas sur lanta fajro
sencodonas al l’ ekzisto ne vivi en hazard’
        poezio: polen’, plezur’, prosper’!

ĈU POEZIO NECESAS? POESIA É NECESSÁRIA?

Ĉu poezio necesas, tion diru la leganto,

ne la poeto, ĉar vanto estas malbona elekto

Poeto pri sia teksto ne pretekstu

esti mistero: vere plurdimensia

nia Esto ni estas, nesto, kesto

estas koro poezia.

Ĉu poezio necesas diru Poezio mem

ne la poeto, tiu sekreto

ŝajnas sfinksa dilemo: deĉifru min

aŭ vin mi voros - la kreemo

de l’ poeto ŝvitas tra ĉiuj poroj,

ŝajnas silenta krio, ŝajnas ia senfin’. Ĉu poezio necesas? dum temposparko kvazaŭ homa fuŝo ĉesas Jes ĝi tro necesas! - El kie poemo venas Poezio tie plenas!

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Poesia é necessária? diga o leitor,

não o poeta vaidade má escolha

poeta sobre seu texto sem pretexto

de ser mistério multidimensional sim

nosso Ser ninho cesto coração da poesia

poesia necessária? diga a poesia mesma

não o poeta tal segredo

eis dilema de esfinge me decifre

ou te devoro - a criatividade do poeta

sua por todos os poros

grito silencioso algo sem fim poesia necessária? num átimo

como sumisse a balbúrdia sim necessária demais!

de onde o poema vem

poesia é plenitude!

ENA PORTRETO/ ÍNTIMO RETRATO

koloroj koren kuras

move mevoj maras

sune sono sudas

kie koro staras?

kien koro iras?

kie mi vere ludas?

ĉu iel mi apudas
ventre pentre centre?

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ao coração cores correm

gaivotas movem o mar

no sul sua o som

onde o coração estará?

onde irá o coração?

onde brincará de fato?

em que lugar chego junto:
ventre centro da pintura?

ESPERANTAJ VERSIOJ DE DU KANTOJ DE MILTON NASCIMENTO

Du versiojn de kantoj de Milton Nascimento, nome "Studenta Koro" (kun Wagner Tiso) kaj "Tranĉilo Akra" (kun Ronaldo Bastos), mi prezentas al vi. Vera defio estas la esperantigo de poemoj kaj aparte de popolaj kanzonoj. Tiuokaze, oni devas alfronti malsamajn lingvajn trajtojn de du malsamaj lingvoj - la portugala kaj Esperanto. Temas pri du specifaj lingvaj sistemoj. Tio aperas, ekzemple, en fonetiko: ritmo, fortaj kaj malfortaj silaboj, metriko, resume, bona defio, kiu certe nin instigas.  

Espereble via opinio aperu sube en la komentariejo por nin helpi en tiom malfacila, sed plezuriga kaj lerniga tasko. Dankon.

Pliaj informoj:

http://brazilakolekto.blogspot.com.br/search/label/Paulo%20Nascentes

REFLEXOS DO CRISTAL / REFLEKTOJ DE L’ KRISTALO

Vive em mim cristal de Luz:

Eu Sou

Quando me tornar Aquilo

que Eu Sou ‒ flutuar tranquilo
e ser Amor

Quando me tornar Aquilo

que Eu Sou serei Sigilo
sendo enfim Quem sou

Não é me tornar mas o despertar

para Aquilo que em verdade
Eu Sou!

Consegui-lo?

        ‒ um jeito especial de fé:
sair do Assim seja! viver o Assim é!
(Mas, entre o Assim seja e o Assim é
        ... ainda muito oscilo)

      *************

Vivas en mi kristal’ de Lum’:

Mi Estas

Kiam mi iĝos Tio

kiu Mi Estas ‒ flosi trankvila
kaj esti Am’

Kiam mi iĝos Tio

kiu Mi Estas Sekreto mi estos
estante fine Kiu Mi Estas

Ne fakte iĝi, sed vekiĝi

al Tio kiu vere
Mi Estas!

Ĉu atingi tion?

        ‒ speciala maniero havi fidon:
eliri Tiel Estu! vivi Tiel Estas!
(Inter Tiel Estu kaj Tiel Estas tamen
        ... ankoraŭ multe mi oscilas)