PaPos Nascentes - poéticos, psicoterapia, mentoria

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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

VARA DE TOCAR GADO

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na vara de Curitiba
se beijam fariseu e escriba
se abraçam togado e votado
votado só cerca gado
togado – ferro que marca gado
e o cágado

a pergunta na jugular
não quer calar:
- o que faz nessa estória
o cágado?

- o cágado foi ao vento
e perdeu o acento! 

domingo, 16 de julho de 2017

POESIA SÓ SUAVIDADE/ POEZIA NUR MILDECO

Resultado de imagem para o amor o sorriso e a flor

POESIA SÓ SUAVIDADE

meu poema se rende
se vende
não surpreende:
retoma a redoma
o amor o sorriso e a flor
enfim compreende
o amor barato de ter no prato
cadáver de outros bichos
enfim compreende
o sorriso sádico o juiz midiático
condena a Justiça a se fazer carniça
no prato podre do deus mercado
enfim compreende
a flor gentil
esgarçada no túmulo do brazil
o Brasil não merece o brazil
meu poema se rende
retoma a redoma
o amor o sorriso e a flor
amor ao pódio
sorriso de ódio
flor mercadoria
que se arranca e vende
barata barata barata!

***********
POEZIA NUR MILDECO 

kapitulacias mia poemo
sin vendas
sen surprizigo:
kloŝa repreno
amo rideto kaj floro
fine kompreno
la amo ĉipa havi surplade
alibestajn kadavrojn
fine kompreno
pri sadisma rideto de gazetara juĝisto
kondamno al Justico kadavraĵo iĝi
sur la putra plado de l’ dio-merkato
fine kompreno
la floro ĝentila
diskvaronigita sur la tomb’ de brazilo
sed Brasil ne meritas brazilon
kapitulacias mia poemo
la kloĉa repreno
amo rideto kaj floro
amo al podio
ridet’ de malam’
floro nur varo
elŝire vendata
ĉipa ĉipa ĉipa!

quinta-feira, 13 de julho de 2017

ZOMBIO/ ZUMBI

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ZOMBIO
evitante rektan Sunekspozicion
lia ekscelenco ja elĉerkiĝadis
englutis la tujan dozon de sango-kafo
dorlotis per hundodentaj pintoj
la paliĝintan prezidentan zonon
- preta jen la ĉerk-veturilo -
li sindirektis al "Pajaco de Planalto"
bontrejnitaj ridegoj kaj grimacoj:
supozite ankoraŭ prezidento

sin perceptis li markitan por morti
laŭ ordono de l' merkato
kiu postulas – reviviglita kaj rideta -
la "maja-n" imperion – surda al amasprifajfo

**************

Resultado de imagem para temer com faixa presidencial

ZUMBI
evitando exposição direta ao Sol
sua ex-celência saía do esquife
engolia a dose sôfrega de sangue com café
acariciava com a ponta dos caninos
a faixa presidencial desbotada
- carro funerário oficial a postos -
seguia pro palhaço do planalto
gargalhadas e trejeitos ensaiados:
supunha-se ainda presidente

deu por si marcado pra morrer
por determinação do mercado
que exigia - ressuscitado e sorridente -
o império "maia" – surdo à turba e à vaia

quinta-feira, 6 de julho de 2017

MORDAZ/ MORDA

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aceso mordo a maçã
armação da minha insônia
viajo seis da manhã
me invade angústia anônima

sob a pele da procura
de não sei lá bem o quê
um batalhão me tortura
formigas que ninguém vê

bem menor que esse inimigo
mais invisível me assalta
mais coceiras me fustigo

mais do que tenho me falta
falta o sono - castigo
música acesa sem flauta

mais me perco mais me intrigo
mais um verso invade a pauta

***********

ardanta pomon mi mordas
ruzas mia sendormo
sesamatene vojaĝonta
invadas min sennoma angor'


subhaŭte de la serĉo
ne scias mi ja pri kio
bataliono min torturas
nevideblaj ĉi formikoj


minora ol tiu malamiko
pli nevidebla min sturmas
pliaj jukoj min frapegas


pli ol mi havas al mi mankas
mankas dormo - jen la puno
arda muziko sen fluto


ju pli perdita despli klaĉado
plia verso liniitaĵon invadas


quarta-feira, 28 de junho de 2017

EKSTAZA RIDETO/ SORRISO DE ÊXTASE

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Bona Espero. Frostmaten'.
Sundirekten marŝas mi
akvofalen ja promen'
al ĝarden’ de Poezi’

se malgravas la destino
tute gravas ĉi korplen'
marŝado mem jen la festo
koncentriĝo je la spir’
ĉar spir’ estas Ĉeesto:
en animon ĉi alir’

surprize subita alveno
jen mi kaj hundet’ amika
ekvido de l’ akvofal'
surŝtone sid' medita
susuras likva kristal'
mateno plene benita

(ĉu ridetas ĉi hundeto?!)
mensfluge sed tie ĉi
poemon poste mi verku
pri l’ magio de Poezi’
     - dia Ĉeesto estu ĝi!

******
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Bona Espero. Manhã fria.
Busco Sol luz pro meu dia
vou direto à cachoeira
jardim pleno de Poesia
ah não importa o destino
mas ter pleno o coração
a caminhada é festa
respirar, concentração,
Presença respira em mim:
minh’ alma aberta pro sim

surpresa logo chegar
amigável o cachorrinho
cachoeira vislumbrada
eu na pedra a meditar
cristal líquido, sussurrar,
manhã plena abençoada
(vi sorrir este cãozinho?)
aqui a mente vazia
poema depois escrevo
a magia da Poesia
     Presença – divino enlevo!

domingo, 21 de maio de 2017

SEM BULLYING NO CAFEZINHO / SEN BULLYING DUM KAFOPAŬZO

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        Já sem poder suportar foi dar queixa ao Diretor. Até mudar de escola cogitou. Água fervente, ebulição, cabeça quente e bullying de todo lado. Tentou viver afastado, o pátio não frequentava, na sala de aula calado, mas na hora da saída vinha a galera zoar, que o Avô era ladrão, que o Avô era ladrão, que o Avô era ladrão, político tão popular. Pensou em bater nuns três, sonhava surra exemplar, mas... não ainda dessa vez. Xingamento, empurra-empurra nem Era o pior da história. A dor batia bem fundo nos risos mais debochados misturados ao refrão: O netinho do ladrão! O netinho do ladrão!

        O suplício começou – show de circo na TV – na votação que cassou o mandato da Presidente, pretexto não comprovado, mas com aval do Supremo, população dividida, ódio esquisito no ar num Fla-Flu de arrepiar campeonato de sandices. Será que isso vinha ao caso? Ocaso de uma quadrilha, ascensão de outra quadrilha? Palácio esconderijo de ministros sinistros, na chefia o meliante passava a ser comandante supremo das forças armadas? Chutado o pau da barraca, eis o barraco armado: verbas de publicidade vinham desgovernadas e a mídia despudorada só nadando de braçada! Seguidor ou não do pato, já de sorriso amarelo, iria pagar o pato poucos meses depois, o prejuízo do trabalho já vinha terceirizado, um pouco mais de indecência no remendo da imprevidência sem o povo consultado ou discussão qualificada, muito pouca discussão. Nos jantares no palácio, tudo na conta do povo, propinas, afagos, cargos, delírio de apadrinhados, a chusma de parlamentares saindo pelo ladrão!

        Lá na escola a turba avança: O netinho do ladrão! O netinho do ladrão! Até que o Coordenador anotou todos os nomes e foi na sala intimar: você, você, você, você... vão ter que se apresentarGabinete do Diretor. Não é que sobrou pra mim, que vinha sendo assediado na covardia sem fim! A bronca do Diretor, se prefere chame esporro, envolta em muito amor, tinha lição de moral em palavras muito duras. Duas meninas choravam, três garotos não sabiam onde esconder a cara. E a parte que me cabia, apesar da gravidade, vinha em voz bem macia. Éramos os futuros mandatários da combalida Nação. Estudássemos pra valer! Ao saber intelectual, por mais valor que tivesse, deveria se somar um respeito à toda prova ao direito sagrado ao livre pensamento e à livre expressão, mas ouvindo, mente aberta, o divergente, o contrário. A vida nos ensinaria que só com paz e harmonia iria a Nação superar o ódio, a intriga, a cobiça, abutres sobre a carniça ou colibris a voar? Disputa civilizada, temas aprofundados, debate mesmo acalorado, mas com muita educação, o adversário complementa, não é inimigo não, valesse a lei para todos, mesmo os amigos do rei! Olhinhos arregalados, não só meninas choravam, garotos lacrimejavam, o Coordenador disfarçava. E quando veio a sentença já tinha até quem sorria, não quero saber de briga, não quero saber de manha, amanhã já de manhã, quero a campanha na Escola, cada um sabe a missão: vocês vão de sala em sala conseguir a adesão para o torneio de músicas, festival de poesia, concurso de redação. O tema vocês já sabem! Quem pode aqui mencionar?

       O colega mais agressivo, o primeiro a me abraçar. Depois de tantos abraços disse assim ao Diretor:

      - Nosso tema vai bombar. Vê só: “Escolha bons argumentos, mas fale com o coração!”

       Sucesso. Euforia. Emoção.


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        Jam plu sen elteneblo li plendas al Lernejestro. Eĉ lernejoŝanĝo jam venis al lia kapo. Akvo bolanta, bolado, varmokapa ĉiuflanka bullying. Ekvivis li tute sola, korton ne plu frekventis, lernoĉambre silente, sed dum la elira horo amase venis mokado, la Avo jen ŝtelisto, la Avo jen ŝtelisto, la Avo jen ŝtelisto, politikisto tiom popola. Volis bati almenaŭ tri, sonĝis avertan batadon, sed... ne ankoraŭ ĉifoje. Sakrado, puŝ-puŝado ne estis la plej malbono. Doloro venis pli funda pro la plej mokantaj ridoj kunige al la refreno: La nepeto de ŝtelisto!, La nepeto de ŝtelisto!, La nepeto de ŝtelisto!

       La turmentego komencis – cirkla spektaklo per TV – dum la balot-sesio nuliganta la mandaton de la Prezidentino, pro preteksto ne elmontrita, sed de l’ Supera Kortumo benita, popolo disdividita, malamo stranga en la aero kvazaŭ klasika maĉo tremiganta la stultaĵan ĉampionecon. Ĉu afero iel grava? Subiro ĉu de bando, ascendo de alia bando? Ĉu Palaco rifuĝejo de fifamaj ministroj, subgvide de la fripono starigita superan komandanton de la armeo? Ŝotita la apogstangon, jen ĥaoso starigita: porpropagandaj mon-sumoj venis tute senbride, malŝparema gazetaro monprofitegon gajnanta! Sekavanta aŭ ne la anason, jam konsternita la rido, la popolo pagus la fakturon kelkajn monatojn poste, la labora malprofito venis jam tria-uligita, iom pli da maldeco dum la flikaĉo de la malprudeco sen popola konsulto aŭ kvalifika diskuto, tre malmulta diskutado. Dum bankedoj en palaco, pagitaj de la popolo, tink-mono, mondonaco, postenoferto, deliro de protektitoj, troabundo de parlamenta friponaro!

        En la lernejo antaŭeniras homamaso: La nepeto de la ŝtelisto! La nepeto de la ŝtelisto! Tio ĝis kiam la Kunordiganto notis ĉiujn nomojn kaj sin direktis al ĉiu lernoĉambro por ordoni: vi, vi, vi, vi... nepros sinprezenti en la Lernejestra Kabineto. Ankaŭ eĉ mi mem, la sieĝita de tiu senfina kovardaĵo! La riproĉego de la Lernejestro, ege amplena veninta, enhavis moralan lecionon per tre krudaj vortoj. Du knabinoj ploradis, tri hontaj knaboj ne sciis kie sin kaŝi. Tiu parto al mi direktita, malgraŭ la graveco, venis per milda voĉo. Ni estis la estontaj estroj de la malvigligita Patrujo. Vere ni do studu! Al la intelekta kono, malgraŭ ĝia graveco, devus esti aldonita senlima respekto al la sankta rajto al libera penso kaj libera esprimo, sed ĉiam aŭskultante per malferma menso la malakordantojn, la konstraŭulon. Vivo nin instruos, ke nur per paco kaj harmonio eblos al la Nacio superi malamon, ĉikanon, avidon. Ĉu ni estus vulturoj sur la putraĵo, ĉu volantaj kolibroj? Civilizitaj disputoj, temaj profundigoj, debato eĉ varma, sed tre edukita, jen kontraŭulo nin komplementas, ne estas malamiko, valoru leĝoj por ĉiuj, eĉ amikoj de l’ reĝo! Etaj okuloj malfermegitaj, ne nur knabinoj ploradis, knaboj larmetis, la Kunordiganto kaŝis. Kiam venis la veredikto kelkaj eĉ ridetis. Mi ne volas scii pri malpaco, mi ne volas scii pri ploraĉo, morgaŭ jam matene, mi volas vidi la kampanjon en la tuta Lernejo, ĉiu konas la mision: vi iros lernoĉambren post lernoĉambro varbi por la muzikturniro, poezifestivalo, redaktaĵ-konkurso. La temon jam vi scias! Kiu nun ĝin mencius?

       La plej agresema kolego, la unua min brakumi. Post tiom da brakumoj, tiel mi diris al la Lernejestro:

      - Mi certas, ke nia temo furoros. Jen ĝi: “Elektu bonajn argumentojn, sed parolu nur tutkore!”

        Sukceso. Eŭforio. Emocio.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

VIDA EM QUADRINHOS / BILDSTRIA VIVO

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a vida poesia ambígua sobremesa de domingo
vem com calda de morango coberta de chocolate
roda gigante suspensa na memória mais antiga
pipa de papel voada
linha de passe botão na calçada
beijo e afago da Vovó sabonete lifebuoj
cauboi que sempre ganhava muitos beijos da mocinha
o dedo já sem tampão
arrancado na topada
depois de um tempão tinha o beijo na pelada
entre sonhos vislumbrada
gosto da goiaba cheiro do limão
furtiva uma trepada
muro laranja lima
pipoca no cinema
punheta lençol macio beijo dedos na calcinha
a prima tão desejada
a primeira namorada
o caderno das canções

na poesia ambígua também o couro comia
a surra prometida nunca me sai da memória
mas tinha o cabo rustie o tenente rip master
e estrelando rim tim tim!
mergulhos com mike nelson
de noite ou de dia/ forte e confiante/
vai pela rodovia/ bravo vigilante//
tinha o sargento garcia
tinha a marca do zorro
a vida aquela poesia
onde não se escolhe o par

o pai que vinha de trem
na pasta o gibi e o jantar
vida antiga tão moderna
seleções do reader’s digest
as piadas de caserna
carlos zéfiro escondido
livrinho de sacanagem
por dentro do catecismo
vida ruim? uma ova!
em redondilha maior
a poesia cabia
bola de gude na trova!

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ambigua poezi' vivo dimanĉa desert’
ĉu kun sirop’ de frag’ ĉu ĉokolada kovraĵ’
spekto-radego pendanta je l' plej antikva memoraĵ’
fluginta papera kajto
pas-linio trotuara butonlud’
kis-kareso de Avinjo tualet-sap’ lifebuoj
bovo-gardisto gajnanta plurajn heroinan kisojn
pied-fingro jam sen supro
pro pied-frap’ elŝirita
antaŭ longe tiu surnudina kiso
meze al sonĝo ekvidita  
gusto de gujav’ flaro de citron’
ŝtelrapida fikad’
muro limeo oranĝ’
krev-maizo en kinejo
sinmasturb’ en milda tuk’ kiso fingro kalsonet’
kuzino ja dezirata
unua kor-amikin’
la kanzonara kahier’

ambigua poezie ankaŭ ja la skurĝo siblis
promesita la batado ĉiame en la memor’
sed jen kaporalo rustie leŭtenanto rip master
kaj stelece rim tim tim!
subakviĝ’ kun mike nelson
vespere aŭ dumtage/ forta kaj fid-plena/
iras tra la ŝoseo/ brave la gardist’//
jen serĝento garcia
jen la marko de l’ zor’
la vivo jen poezi’
ne elekteblas l’ par’

la patro veninta per trajn’
en la teko bildrevu’ kaj vespermanĝ’
vivo antikva tiom moderna
legaĵo de reader’s digest
jen la ŝercoj de kazerno
carlos zéfiro kaŝita
libreto pri friponaĵ’
ene de l’ katekismo
malbona vivo? ho ve!
en sepversaĵ’ popola
poezio enteneblis
en la trob’ lud-globet’!