quarta-feira, 29 de outubro de 2014

EDUCAÇÃO TRANSNACIONAL DO CIDADÃO PLANETÁRIO

Revisado e ampliado, em busca de novas reflexões, o artigo se oferece ao diálogo. 
PN
 
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EDUCAÇÃO TRANSNACIONAL DO CIDADÃO PLANETÁRIO
Paulo Nascentes 

 
"A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho

original." (Albert Einstein)




Como se tornar cidadão mundial atuante - exigência premente hoje - sem dispor de um meio de comunicação efetivo, de aprendizagem relativamente fácil e sobretudo neutro, isto é, não atrelado aos interesses de determinadas nações ou ideologias? Mais: que seja minimamente crítico em relação à Educação como formadora prioritária de consumidores ávidos até mesmo no campo da afetividade. A barreira das línguas - esse o ponto a enfatizar - continua desafiando a tecnologia das máquinas de tradução bem como o bom desempenho efetivo numa segunda língua, calcanhar-de-aquiles da Educação Nacional, como começa a perceber parte responsável da mídia. Além disso, a situação vigente ​tolhe a liberdade de escolha das línguas a serem aprendidas na escola, ao lado da língua materna. Decorrente da
geopolítica do Pós-Guerra, essa restrição à livre escolha deixa de refletir qualquer atenção aos valores humanos em Educação. Veja o que diz o Manifesto de Praga, documento que merece leitura atentahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_de_Praga.
 

 "Não há nenhuma língua étnica que não esteja ligada a determinada cultura e a determinada nação ou conjunto de nações. Por exemplo, quem estuda Inglês, trava conhecimento com a cultura, a geografia e a política dos países anglófonos, principalmente dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Quem estuda Esperanto, trava conhecimento com a cultura de um mundo sem fronteiras, no qual nenhum país é estrangeiro." Significa dizer que "a educação transmitida por meio de uma língua étnica está necessariamente ligada a determinada perspectiva sobre o mundo."

 
Acrescente-se a isto que a democracia linguística entende como natural a convivência dos diversos meios de se alcançar um objetivo justo: a necessidade sentida pelo cidadão de se comunicar de igual para igual com seus pares em todo o mundo, com a superação da barreira idiomática e a comunhão pela solidariedade dos povos. 

Uma Educação transnacional, ao contrário, nos põe em contato imediato com o colorido variado das diferentes culturas, amplia nossa receptividade ao diferente, com a valorização da riqueza das culturas tribais e minoritárias, com seus saberes tradicionais e úteis. O mais importante: a Educação transnacional nos dá meios e modos de enfim nos tornarmos de fato cidadãos planetários. Partilhar uma língua neutra com os que a usam traz a vantagem da participação direta, em plenitude, nas ações e decisões de organismos internacionais de estados, de empresas e de agentes do terceiro setor, como ONGs e entidades que promovem a Cultura da Paz e a proteção ambiental, por exemplo, como recomenda a Unesco.

Durante nossas viagens, como hóspedes de moradores locais, jamais seremos apenas turistas levados só a lugares sugeridos por agentes de viagem, vendo paisagens por trás das janelas de vãs e ônibus alugados. Ao contrário, com amigas e amigos prontos a nos receberem e a nos mostrarem seu dia-a-dia, fato comum para esperantistas em todo o mundo, a viagem ao Exterior fica muito mais divertida e proveitosa. Quem fala Esperanto constata isto todos os dias no mundo todo! Confira: http://www.esperanto.com.br/comunidade/passaporte/

Embora em Educação o alcance de certas medidas só possa ser avaliado após algumas décadas, do ponto de vista individual as vantagens da Educação transcultural são imediatas, tão logo seja possível a comunicação em Esperanto. Por se tratar de uma língua mais fácil de aprender do que a maioria das línguas nacionais (estas no geral cheias de terríveis exceções), em Esperanto a distância entre o aprendizado e o uso efetivo da língua fica bem menor. A explicação disto é simples. A lógica estrutural, a simplicidade fonética e gramatical, a ausência de exceções e o vocabulário internacional – que se multiplica rapidamente com centenas de novas palavras formadas com o auxílio de cerca de 30 prefixos e sufixos – são características que aceleram muito a aquisição da língua. Em Esperanto você pode comunicar qualquer conteúdo e amplia seu vocabulário de forma rápida e divertida. É lúdico. Assemelha-se ao jogo de combinar blocos coloridos quando se usa o conhecido brinquedo Lego. 

Num círculo de debates com pessoas de qualquer parte do mundo, o uso do Esperanto propicia a plena igualdade entre os interlocutores. Todos partem do mesmo ponto, podendo falar sobre o que quer que seja, mas sem o desconforto de se sentirem intimidados pela maior fluência dos nativos da língua dominante. A discussão dos graves problemas mundiais em Esperanto dispensa, assim, a legião de intérpretes e os fones de ouvido, como é praxe nas conferências internacionais hoje. Ou superamos logo a barreira causada pela multiplicidade de línguas (e todas as línguas, mesmo as minoritárias, merecem ser preservadas!), ou amargaremos ad eternam os fracassos das reuniões ditas multilaterais em que só os representantes das nações dominantes se sentem em casa, pois "minha pátria é minha língua", como se sabe... No entanto, quem fala Esperanto consegue o milagre de poder dizer tanto de sua língua materna como do Esperanto: sinto cada uma dessas duas como minha língua. Uma, por ser a do meu povo, e a outra, por estar hoje espalhada por todo o Planeta, presente nos cinco continentes, em centenas de países, em milhares de cidades. E, em tempos de internet, a delicadasituação da comunicação internacional pode ser rápida e facilmente resolvida, se assim o desejarmos, em poucas gerações.


Serviço:

Esperanto na UnB/UnB Idiomas​:
​Pela Internet: www.pt.lernu.net




 


 



 





 

 


 
 
 
 


 

 







  

 

 




 


 
 






 



 

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