VISLUMBRE / EKVIDO
misturo
meia dose de Quintana
com
dose e meia de Neruda,
provei
da melhor cana e meio tonto
já
procuro ajuda
o
cálice não é grande, mas engana
pareço
sóbrio? amiga, não se iluda!
a
poesia é como a carraspana:
da
coisa em si a imagem se desgruda.
Imagens
trôpegas soluçam no poema,
dançam no tempo, já
trocando as pernas...
O próprio tempo medita em seu dilema:
eu
venho do tempo das cavernas
mas
trago a modernidade como lema:
-
poesias, rápidos vislumbres, são eternas?
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miksas
mi duondozon de Quintana
al
dozo kaj duono de Neruda
frandis
bonan brandon kaj ebrieta
helpon jam mi serĉas
malgranda,
sed trompiga la glaset’,
ĉu
sobra mi? karin’, sen iluzi’!
poezio
ŝajnas ebriiĝo:
el
aĵo mem la imago malgluiĝas.
Stumblaj
imagoj ploretas ĉe l’ poem’,
dancas
tra temp’, jam molaĉkruraj
la
tempo mem meditas pri sia dilem’:
el
prapratempoj venas mi
sed
la modernecon kiel devizon portas mi:
- ĉu
poemoj, fulmlumete, ja eternas?
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