sexta-feira, 18 de outubro de 2013

VISLUMBRE / EKVIDO


misturo meia dose de Quintana
com dose e meia de Neruda,
provei da melhor cana e meio tonto
já procuro ajuda
o cálice não é grande, mas engana
pareço sóbrio? amiga, não se iluda!
a poesia é como a carraspana:
da coisa em si a imagem se desgruda.
Imagens trôpegas soluçam no poema, 
dançam no tempo, já trocando as pernas...
O próprio tempo medita em seu dilema:
eu venho do tempo das cavernas
mas trago a modernidade como lema:

     - poesias, rápidos vislumbres, são eternas?

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miksas mi duondozon de Quintana
al dozo kaj duono de Neruda
frandis bonan brandon kaj ebrieta
helpon jam mi serĉas
malgranda, sed trompiga la glaset’,
ĉu sobra mi? karin’, sen iluzi’!  
poezio ŝajnas ebriiĝo:
el aĵo mem la imago malgluiĝas.
Stumblaj imagoj ploretas ĉe l’ poem’,
dancas tra temp’, jam molaĉkruraj
la tempo mem meditas pri sia dilem’:
el prapratempoj venas mi
sed la modernecon kiel devizon portas mi:

     - ĉu poemoj, fulmlumete, ja eternas?

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