segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

TERCEIRO DIA

antes d'o terceiro dia
irromper da escuridão
ainda madrugadinha
o terreno capino
a unha por enxada
ceifo a erva daninha
roçando ambiguidades
da pele seca, inchada.

fala destrambelhada

mistura realidade e ficção
farinhas do mesmo saco
produtos do mesmo grão.

escavado o terreno

exponho o que vinha oculto
antes de clarear
mistérios da madrugada
aflora o cadáver insepulto
no osso restante o veneno.

somente ao terceiro dia

ressurjo dos mortos
a vida então se faz dia:
poema recém-nascido
filho pródigo em casa
comemoro a poesia
durmo em paz na Unidade
o coração despertado
o sol cá dentro anuncia.

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